sexta-feira, 29 de abril de 2011

Dizem por aí...

Que Praga é uma das cidades mais bonitas do mundo. Eu tenho um embasamento muito limitado para discutir, mas conheço cidades fantásticas, tenho minhas favoritas e as já vetadas da minha lista de visitações. Ainda não conheço Praga. Ainda.

Que as mulheres tchecas são as mais bonitas do mundo. Bom... eu sou alta e morena e tenho traços latinos inconfundíveis. Sou obrigada a discordar desta informação, por pura autoestima não me agradam mulheres loiras, claras ou pequenas. E não digam que mulheres não admiram a beleza feminina, que há concorrência ou qualquer blablablá do tipo. Eu admiro sim ver uma mulher bonita e admito sua beleza. (mas é sempre excelente saber que a Juliana Paes, por exemplo, tem celulite)

Que as cervejas tchecas são as melhores do mundo.
Pausa para reflexão.
Entre as primeiras cervejas degustadas quando iniciamos a busca da cerveja perfeita já tivemos uma tcheca, a 1795. Foi um grande começo. E foi numa tarde ociosa que me deparei com a Czechvar na prateleira do hipermercado (elas já chegaram lá), por um preço atrativo e me perguntei: “Por que eu ainda não provei a Czechvar?” Já tinha ouvido falar que era muito boa, mas entre tantas descobertas, fica difícil – até mesmo para a Catarina – acatar todas as sugestões em tão pouco tempo. Comprei-a (por módicos R$10,95) e a deixei esperando um bom momento. Ela era prometida ao meu irmão, mas no meio do caminho, tinha uma festa. Renatinha e Catarina, em casa, prontas para o pub favorito (este pub...) esperando as doze badaladas do relógios para então baterem em retirada. Era este o momento, afinal, há quanto tempo não se degustava uma cerveja em equipe, hein? Escolha de copo, sentamos e... apreciamos. Ah República Tcheca e suas terras de boas cervejas para lindas mulheres!

A Czechvar é uma Premium Lager da cervejaria Budejovicky Budvar – que tem quase 800 anos! - de cor dourada límpida, que no nosso caso não foi de farta espuma. Cerveja para ser servida bem gelada, com algo entre 0 e 4C, é muito refrescante, com um amargor acentuado no início, mas que se dissipa com facilidade no final, deixando até um sabor leve que  Renatinha diria aguado. Senti uma sensação diferente ao beber esta cerveja, mas não conseguia estabelecer nenhuma conexão com qualquer ingrediente. Ao pesquisar, descobri que são adicionados toques de maçã e baunilha, e talvez seja este o segredo da refrescância.

E dizem que, por uma briga judicial com a Budweiser, a Czechvar é comercializada com nome Budejovicky Budvar (Budweiser Budvar) na República Tcheca, mas em algumas regiões, como por exemplo nas Américas e incluindo o Brasil, é comercializada com o nome Czechvar para evitar qualquer confusão.

Ah... Há quem diga ainda que as Tchecas só perdem para as Croatas e as Brasileiras no quesito beleza. Minha ascendência croata e meu comportamento brasileiro agradecem o elogio.

Na zdraví!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Porter x Stout - a missão de uma resposta

Sentadas no pub favorito, 4 mulheres e um único homem sentado à mesa que se surpreendia com as mil e uma histórias de cerveja. Depois de um rico cardápio desbravado, desde a nossa querida cerveja de bacon - sucesso sempre - à boa e velha Guinness, passando por cerveja com mel, London Porter e outras tantas e simples long necks de Heineken, o amigo nos põe à prova: "Qual é então a diferença entre Porter e Stout?".

As mulheres se entreolharam. Afinal, na teoria, são cervejas similares, na prática e no gosto, diferenciam-se por tênues detalhes. Como explicar?

Prometemos uma resposta melhor que um "não sabemos" aqui no blog. Depois de pesquisas, finalmente ficou - um pouco mais - claro: quase não há diferença notável.

A cerveja Porter (ale - alta fermentação) é típica da Inglaterra, surgida fruto da prática de se misturar duas ou mais diferentes cervejas para se tirar uma pint. Dessa mistura, as cervejarias começaram a produzir a versão comercial - conhecida como Entire (inteira) - que ficou popular entre os trabalhadores dos portos locais. Este estilo ficou então conhecido como Porter: "do porto". Amarga na medida, é a cerveja que mais harmoniza com sobremesas à base de baunilha e - sim - chocolate. A Fuller's London Porter representa muito bem esse estilo, sendo conhecida como a cerveja Porter mais elegante do mundo.

Já a Stout nasceu da família da Porter e também vem das terras frias. Na realidade, a Stout foi, por muito tempo, considerada um estilo de cerveja Porter, até que através da Guinness as Stout Porter adquiriram tanta personalidade que passaram a serem classificadas apenas como Stout, e foram divididas em 6 estilos:  Dry Stout, Oatmeal Stout, Sweet Stout, Tropical Stout, Russian Imperial Stout e American Stout. O carro-chefe das Stouts é a (sagrada) Guinness, que é do estilo Dry Stout, sendo seca e bem encorpada - quando bem tirada, claro.

Visto que uma "nasce" da outra, vemos a sutilidade da diferença. As Porters mais fortes ganharam uma nova categoria de Stout - o que, hoje nem é mais via de regra, já que temos, dentre os variados estilos de Stouts cervejas tão suaves quanto as Porters. Por isso, apenas como regra geral, sujeita a muitas exceções, podemos entender que as Stouts tendem a ter um caráter de malte torrado mais evidente e que as Porters tendem a ser um pouco mais doces em relação às Stouts.

Eu, Catarina por conveniência, diria que a Stout é a costela da Porter como Eva era a costela de Adão: uma é teoricamente mais forte que a outra, mas no fundo as duas são feitas do mesmo barro e são igualmente complexas. E fascinantes.

Da mesa de bar a dúvida veio. Na mesa de bar ela se cessará.

Cheers!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Coelhinho da Páscoa o que trazes pra mim?

É Páscoa. Justamente por isto não tive como fugir de mais uma vez voltar à pauta mulheres, cerveja e chocolate.

Mas não, desta vez não vou falar de harmonização, mas de algo muito mais interessante e com resultados muito melhores. Cerveja de chocolate.

Mais especificamente, vou falar da cerveja stout que o coelhinho da Páscoa trouxe pra mim: a Young's Double Chocolate.

Nesta cerveja o chocolate não é apenas um detalhe mas sim um de seus ingredientes a lhe conferir sabor e aroma. Aliás, uma aroma perfeito de chocolate bastante intenso. Aquele que faz os olhos das mulheres piscarem mais rápido e brilharem de emoção.

Mas vamos do princípio. A Young's é uma cervejaria inglesa e seus primeiros passos registrados fazem referência a data de 1531, na cidade de Wandsworth e uma cervejaria chamada Ram (carneiro). Vem daí o símbolo da cervejaria Young's que pode ser visto em seu rótulo.

A Young's Double Chocolate é uma sweet stout, de coloração preta opaca e espuma bastante densa, bege escura, cremosa e de excelente duração.

Sobre o aroma eu já falei, mas não me canso de repetir, é de chocolate. Não só chocolate, também dá para notar de forma suave a torrefação, mas para sentir qualquer outro aroma deve-se abstrair a sensação proporcionada pelo chocolate.

Depois de cansar de sentir o inebriante perfume do chocolate  inglês Cadbury que compõe a fórmula da Young's fechei os olhos e parti para a degustação.

Simplesmente incrível. Sabor de café, o chocolate não é tão presente que não permita sentir a explosão de sabores que a cerveja lhe reserva, amarga na medida certa, sua textura é sedosa e seu sabor residual é de puro cacau.

Na minha humilde opinião é a Guinness feminina. Se dizem que a Guinness é uma refeição completa eu diria que a Young's Double Chocolate é a sobremesa perfeita.

Ou seja, prato principal para quem é de prato principal e sobremesa para quem é de sobremesa. A cerveja que melhor harmoniza com a Páscoa e sua grande orgia calórica.

Se a Páscoa é símbolo de renovação, posso dizer que com a Young's Double Chocolate renovei minhas esperanças de encontrar a cerveja perfeita. Cerveja que deixa o coração das mulheres felizes... assim como chocolate.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Expectativas

Degustar uma cerveja exige todo um protocolo a ser seguido, para que possa ser devidamente apreciada.

Cada detalhe observado durante este ritual leva a criar uma expectativa em relação ao sabor da cerveja. Quando abre-se a cerveja, por exemplo, o barulho da tampinha já pode indicar o frescor ou se estava devidamente armazenada.

O segundo passo é observar o aspecto da cerveja. Se ela é clara ou escura, turva ou cristalina.

Na sequência o aroma.

Ah! O aroma. Para mim o aroma é o que te faz realmente se encantar ou não por uma cerveja. É o que te faz salivar por um gole na ansiedade de provar seu sabor. 

O sabor deve ser a confirmação de toda a expectativa criada pela análise dos fatores descritos acima, ou ainda melhor, o sabor deve superar qualquer expectativa criada.

Esse é o ponto que define se a cerveja realmente me agradou ou simplesmente frustrou minhas expectativas.

Recentemente provei a cerveja Sherwood Forest, Maiden's blueberry ale. A Sherwood é a floresta do Robin Hood, e as cervejas desta marca são feitas inspiradas nos personagens da famosa história.

A Maiden's blueberry ale é inspirada na Lady Marian. Grande paixão do arqueiro justiceiro. Uma cerveja inspirada em uma personagem feminina já é algo que claramente me instigou, já comecei a pensar em como a personalidade da famosa dama teria sido traduzida e pronunciaria-se na cerveja.

Ou seja, começava desde a idéia de concepção da cerveja a criar minhas expectativas. Mais do que isso, a cerveja é feita de mirtilos. Fruta delicada, saborosa e que em minha percepção poderia combinar perfeitamente com lúpulo e malte e conseguir dessa mistura, justamente um toque feminino, delicado e saboroso.

Pronto, a garrafa chegou à mesa, foi aberta e servida e então pude admirá-la. Levemente avermelhada, não muito turva, e espuma densa. Tem bem as características de uma cerveja frutada mesmo.

Cheguei então no ponto máximo da degustação, o aroma. Absolutamente incrível. Era quase como a sensação de colher a fruta madura direto do pé.

Não teve jeito de evitar que as expectativas mais altas fossem criadas. E então, o sabor.

Provar o primeiro gole e saber se teria minhas expectativas superadas, apenas correspondidas ou se seriam frustradas mesmo.

Pois é... o sabor é meio seco, o que foge da promessa da fruta suculenta que o aroma traz. Não é doce, mas também não tem um amargor marcante, é uma cerveja bem suave. O sabor de mirtilo está presente, obviamente, mas sem sobressair-se ao malte (o que é um ponto positivo).

Resumindo. É uma boa cerveja, de sabor interessante e concepção muito criativa, mas o aroma vende uma falsa promessa que te faz esperar muito mais do que a cerveja tem para lhe oferecer.

Talvez seja proposital, vai ver que a aparência e perfume de Lady Marian eram mais interessantes e marcantes do que sua personalidade.

Não sei, independente de ter ficado um pouco decepcionada com esta cerveja ainda me sinto instigada a percorrer a floresta de Sherwood e ser apresentada ao herói, ao xerife, ao frei... Quem sabe depois de conhecer todos os seus habitantes eu consiga entender melhor o coração desta personagem feminina traduzida em cerveja.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Malzbier: Ser ou não ser... cerveja!

A Malzbier, como disse no primeiro post, é minha cerveja favorita. Desde os tempos de menina, sempre gostei de cerveja escura, e foi a Malzbier minha porta de entrada. E sempre será, indiscutivelmente, cerveja!

Gostar de Malzbier me põe em situações nada agradáveis. Porque pior que o preconceito do homem com a mulher que gosta de cerveja, é com a que pede uma Malzbier. Conhecida amplamente como “cerveja de mulher”, raras são as vezes que um homem a pede num local público. Tanto que, recentemente em um churrasco, um amigo se aproveitou da minha irreverência e assumiu que há tempos não bebia uma Malzbier, que ia poder matar a vontade. Poder? Porque realmente Malzbier é um produto raro...

Ainda, conhecida como “cerveja de grávida”, por ter uma gradação alcoólica bem inferior à das cervejas pilsen, complementa o meu hall de situações desagradáveis. Certa vez, minha então sogra parou um evento familiar pra me perguntar se tomar Malzbier era a maneira que dizer à todos que eu estava grávida. Oi?

O estilo Malzbier vem de “cerveja de malte”, onde sua fermentação ocorre por volta do 0C e o gás carbônico e o açúcar - caramelo e xarope de açúcar - são adicionados depois, o que dá a coloração mais escura (não, a culpa não é do malte). Dizem as más línguas que antigamente a Malzbier era feita para reaproveitar a cerveja de início e fim da filtração e cervejas fora dos padrões.

Hoje, a Malzbier já nem é mais conhecida como cerveja na Alemanha, seu país de origem, onde perdeu o posto e virou bebida energética, se enquadrando no grupo de “outras cervejas com baixo teor alcoólico”, uma vez que quase não tem fermentação. E quando falo de Malzbier, uso a clássica metonímia como figura de linguagem, já que é da Antarctica Malzbier que me refiro. Ela, que é mais saborosa e muito menos doce que as concorrentes brasileiras, como a Brahma, Schin, Crystal e Itapava. Fora do Brasil não temos outros exemplares conhecidos para comparar – a não ser que queiram me apresentar, serão bem-vindas!
 
As cervejas importadas, não-filtradas, triplamente filtradas, de trigo, de Deus, do inferno, que me desculpem, mas Malzbier me transporta para um lugar só meu, onde as coisas são mais simples, são felizes. É abrir facilmente uma long neck e sentir o caramelo, o aroma adocicado, apreciar o sabor da minha adolescência, lembrar de coisas boas. É beber sozinha, voltando daquele esperado show. É sentar no sofá da sala e assistir o seriado favorito, ou abrir a geladeira numa tarde cinza e saber que nem tudo está perdido. É pedir na mesa do bar e encarar os amigos, assumir minhas vontades.

É, mesmo depois de provar tantos outros rótulos, saber que eu continuo ligada nas minhas próprias vontades, sem influencias externas.

É resolver agora, de supetão, descer ao bar e pedir uma Malzbier como entrada para outras grandes cervejas, como no início...

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Impressões

Pela segunda sexta-feira seguida, dispensei a companhia das amigas para me preparar para algo maior que aconteceria no sábado.

Nada melhor para uma concentração do que muito descanso e boa cerveja.

A cerveja escolhida nesta datas citadas, foi a Franziskaner Hefe-Weissbier. Uma respeitável senhora de mais de 600 anos, que é obtida através de alta fermentação.

Já era consumida e apreciada pelos babilônios. E é a preferida de 9 entre 10 bávaros, criadores do estilo.

Uma experiência bastante suave, já que contém menos lúpulo, e o processo de filtragem mantém o fermento mesmo após o envase.

Como as demais cervejas de trigo, possui uma cor amarelo ouro bastante turva. 

Confesso que ao sentir seu aroma tive que me redimir do comentário feito no post sobre a Baden Baden Weiss. Um leve toque de banana que combinou perfeitamente com o estilo. Então sim, banana também pode ser uma boa combinação, desde que utilizada em uma bem medida dose.

Outro aroma e sabor que fez essa cerveja me ganhar, foi o cravo. A especiaria conferiu uma complexidade atraente ao seu paladar.

E já que estamos falando de uma cerveja que segue a maneira mais antiga de ser produzida, nada melhor do que seguir as tradições alemãs à risca. Uma delas refere-se ao brinde com esse estilo específico de cerveja, que deve ser feito com a parte inferior do copo.

Bom, após esta deliciosa cerveja, fui dormir tranquila e relaxada para que no sábado pudesse chegar bastante animada aos shows que ansiosamente esperava desde o final do ano passado: Ozzy e U2.

É nesta parte que peço perdão aos bávaros e suas tradições, com todo o respeito que esta cerveja de qualidade e produzida com cuidado merece. Mas as melhores cervejas desses dois últimos fins-de-semana foram, sem dúvida, as pouco geladas, caras, mal armazenadas e pessimamente servidas em copos de plástico, mas que foram embaladas por músicas que conversavam com minha alma.

Nem sempre a melhor cerveja é a melhor cerveja. Muitas vezes as impressões sobre ela dependem muito mais da companhia e do lugar onde ela é apreciada.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

milnovecentosebolinhas

Para quem conhece a Catarina, sabe que festa e badalação é com ela mesmo. Para quem conhece sua real personalidade, sabe que ela também gosta de calma, paz, amigos, passar uma noite de sexta-feira rodeada por fotos, histórias da adolescência, fatias de pizza e amigos queridos.

Inaugurando o recém-comprado apartamento de um casal de amigos, fui responsável por nada menos que... a cerveja! Claro. E seria uma tarefa difícil, porque todos ainda me olhavam com aquela cara de “ela acha mesmo que entende de cerveja?”. Conhecendo os amigos como bem conheço, já sabia até os sabores de pizza que seriam pedidos, e então, antes do evento, fui ao mercado comprar as perfeitas cervejas que surpreenderiam na harmonização e abalariam as premissas dos homens da casa – meu real intuito.

Confesso que buscava uma cerveja conhecida (Hoeggarden) para dividir com os amigos um exemplar do meu hall de prediletas. Mas não a encontrei. Então apelei para algumas Leffes – as 4 últimas da prateleira - e fiquei rodando pela gôndola do supermercado, em busca de uma boa opção. Me deparei com a 1906 – Reserva especial, uma espanholinha (temos falado muito delas ultimamente não?) com rótulo simples, cara de cerveja rústica e um preço muito chamativo: R$2,89 a unidade. Arrisquei, levando 2 packs de 6 unidades (ah, mulheres exageradamente consumistas!)

Ao chegar, deixar a cerveja para gelar  (no freezer ultramoderno da anfitriã, que programável deixou as cerveja nos exatos 5C sugeridos em 1 hora) e conversar amenidades. A Leffe Blonde foi o primeiro sucesso da noite: um dos amigos não a bebia desde seus tempos em Nice – França, e ele a adorava! Ficou extasiado, a bebia relembrando seus tempos de estudante. Enquanto os homens da casa ouviam inebriados as histórias das cervejas, as outras mulheres tomavam vinho e falavam sobre roupa e maquiagem.

Pizzas a postos, geladeira apitando, retirar a tampinha da garrafa com cuidado – os donos da casa fazem arte com elas. E fui eu a primeira a abrir a 1906. Homens me olhavam. Aprovei. Ofereci. Se entreolharam. Aprovaram. Brindamos. Sucesso.

A 1906 é uma cerveja estilo Vienna Lager, da Cervejaria Estrella Gallicia, que foi criada para comemorar o centenário da fundação da cervejaria. As Viennas vieram da Áustria, sumiram por um tempo e foram meio que ressurgidas depois de quase 2 séculos. Voltou até que com força, principalmente entre as cervejarias hispânicas. Tem um aroma que lembra um pouco o milho – que de fato faz parte da formulação – mas impera o sabor e aroma do malte tostado, que deixa um sabor de caramelo no ar, pouco amargor, e, de acordo com uma das mulheres, um sabor defumado. Bem licorosa e adocicada, mas com uma finalização mais amarga.


Sim, a 1906 é uma cerveja especial, embora existam outras tantas, mas para mim será sempre aquela que mudou a impressão dos homens da casa em relação à essa minha nova paixão. Se eles achavam que eu era apenas mais uma mulher disposta a beber, perceberam que eu sou, na realidade, apenas mais uma mulher disposta a beber BEM!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

É chocolate o que quero beber...

Tudo bem. Cerveja é cerveja, mas chocolate é chocolate.

Para mim a grande diferença entre a cerveja e o chocolate é que a paixão por chocolate tem início já na infância ao contrário da cerveja. A relação com a cerveja começa a ser construída mais tarde e deve ser trabalhada com carinho para evitar traumas e ganhar forças aos poucos para que desta forma seja uma paixão que nos acompanhe por toda a vida

Mas para mim, cada um tem a sua hora, chocolate na hora do chocolate (ou seja, quase o tempo todo). Cerveja na hora da cerveja (ou seja, quase todo o tempo livre).

Enfim, sendo duas paixões tão divergentes não foi à toa minha surpresa ao descobrir que poderia apreciá-las simultaneamente.

Na visita à fábrica da Baden Baden, vimos que a sugestão de harmonização da Dark Ale da Baden é com chocolate. Lógico que a curiosidade feminina me fez na mesma hora pensar em um cardápio onde facilmente seria encaixada uma sobremesa a base de chocolate para testar a harmonização.

A Stout é uma cerveja bastante encorpada, cremosa de coloração preta, sem reflexos e de espuma densa. Tem aroma marcante, adocicado como chocolate e também uma mistura de malte torrado e café. A torrefação do malte é que lhe confere um intenso amargor, com teor alcóolico de 7,5%. Uma cerveja muito bem feita e já reconhecida por isto, ganhou medalha de ouro na competição cervejeira European Beer Star Awards 2008, na categoria Dry Stout.

Então, mãos à obra. Cheguei em casa preparei um petit gateau (para quem se interessar pela receita: Gastronomia Doméstica) e abri a Stout para colocá-la à prova.

Realmente os sabores do chocolate e da Stout combinam muito. Fica sim, uma harmonização redonda, mas... Tive a impressão que a cerveja mata o sabor do chocolate, como se limpasse o paladar que ainda deliciava-se com o sabor residual do tão adorado doce de cacau.

Experimentar esta harmonização foi um ótimo pretexto para comer muito chocolate. Mas não adianta, mulheres às vezes simplesmente cismam com algo e por melhor que seja a cerveja e por mais que a harmonização funcione, para mim chocolate ainda só combina com chocolate. Ou no máximo com um vinhozinho do porto...

sábado, 2 de abril de 2011

Quem caiu, caiu. Caiu primeiro de abril...

Existem muitas versões sobre a origem do dia 1º de abril (o dia da mentira) em todo o mundo.

Há algumas explicações históricas, como o ano novo francês ser tradicionalmente comemorado no dia 25 de março, e as comemorações estenderem-se até o dia 1º de abril. Até que o rei Carlos IX, declarou que a França começaria a usar o calendário Gregoriano, onde o ano novo iniciaria em primeiro de janeiro.  Como algumas pessoas não aceitavam esta mudança, continuaram com suas antigas festas e por isso eram chamadas de tolas como se comemorassem uma grande mentira.

Em Roma existe a tradição da festa Hilária. Na Índia o festival Holi. No Brasil o dia da mentira começou a ser comemorado por causa de um jornal mineiro.

Enfim... o mundo inteiro comemora e em cada lugar conta-se uma história diferente.

Foi aí que em minha pesquisa, cheguei a uma comemoração milenar feita em 1º de abril em homenagem ao Deus Loki. Até que o paganismo começou a ser substituído por outras religiões e as pessoas começaram a inventar outras explicações para continuarem a festejar nas mesmas datas pagãs.

Qual a verdadeira origem eu não sei dizer, mas esta explicação pagã foi a responsável pelo texto de primeiro de abril.

Diz a tradição, que Loki (que como todos os deuses pagãos não era lá muito bonzinho) era o deus nórdico dos truques e das brincadeiras, e daí a origem do "Dia da Mentira". Neste dia deve-se escolher um desejo, e então mentir dizendo que este desejo já foi realizado. Se você conseguir convencer ao menos três pessoas, Loki ficará tão satisfeito com seu talento que vai transformar sua mentira em verdade.

Acreditando ou não, brincar é sempre bom e uma mentirinha assim, não faz mal a ninguém. Se eu consegui convencer ao menos três leitores, já estarei mais do que satisfeita.

Claro, se alguém da Globo ler este post e quiser dar uma mãozinha para transformar nosso desejo em realidade, não fará mal a ninguém também. Assim como, se algum deus nórdico e mestre cervejeiro que acompanhe o blog quiser, pode entrar em contato com a Catarina para agendar a data do casamento.

Ah! Outra parte da tradição é que quem não consegue aceitar os truques, ou tirar proveito deles dentro do espírito da tolerância e do divertimento sofrerá com a má sorte, e que aquele que for enganado por uma bonita menina será recompensado com o matrimônio, ou pelo menos a amizade dela.

Isso tem lá seu fundo de verdade, afinal quem nos visita por aqui sempre poderá contar com a amizade eterna das mulheres.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Plantão Extraordinário

Extra! Extra!

Temos um milhão de boas novas para todos que acompanham o blog e torcem pelas mulheres.

Michelle e Catarina vão casar! Obviamente que não uma com a outra (afinal, dividir o mesmo corpo há 20 e poucos anos já é mais que um casamento), mas com um lindo espécime do sexo oposto, de 1,95m, madeixas loiras, olhos piscina e porte atlético.

A data foi agendada para daqui a pouco mais de um ano, pois esse mesmo espécime tão raro e especial que se embebedou dos encantos de Catarina, é além de tudo um mestre cervejeiro dos mais renomados não só no Brasil como no mundo. E, graças a ele, as mulheres receberam uma outra proposta.

Catarina e Renatinha abandonam hoje seus atuais empregos e arrumam as malas para um ano de viagem patrocinada pela Globo (Plim-Plim). Sim!!! Pela Globo!!!

Passaremos um ano percorrendo cada canto do mundo, vasculhando cada micro-cervejaria, visitando cada cervejeiro artesanal, degustando das mais populares às mais caras e inacessíveis, das mais simples às mais bizarras cervejas mundiais.

Após a viagem, todos poderão adquirir o livro das mulheres, além de claro, acompanhar cada passo de nossa viagem por um longo especial no Fantástico. Zeca Camargo que se cuide: As mulheres estão chegando!

Não! Durante a viagem não abandonaremos o blog, não se preocupem. Alguns detalhes e impressões sempre serão postados por aqui em primeira mão, levaremos dentro do peito a expectativa de cada leitor.

Para finalizar queremos convidar a todos para nossa festa de despedida. As mulheres bancarão a cerveja para todos, o evento será fechado e acontecerá no O'malley's - nosso pub preferido - às 20:00 horas da próxima sexta-feira dia 08 de abril. Sairemos da festa pela manhã rumo ao aeroporto (portanto pedimos que encomendas sejam entregues somente por escrito durante a festa).

As mulheres estão em festa, eufóricas e histéricas. Catarina já pensa em comprar seu vestido em Milão enquanto Renatinha deixa muito espaço na mala para trazer histórias e mais histórias para contar.

Agradecemos cada visualização de página, cada sugestão, cada comentário e cada vibração positiva em nossa direção. Sem vocês não chegaríamos onde sempre desejamos.

Obrigada
!