segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Dá pra fazer!

Existem duas coisas que eu gosto quase mais do que de cerveja: de campanhas publicitárias que me arrepiem a espinha e passar horas na internet aumentando meu índice de cultura inútil. Geralmente entro em êxtase quando me deparo com campanhas publicitárias de cerveja viralizando pela internet. Nem precisa de cereja no topo.

Então a Samuel Adams, em sua fanpage oficial no facebook me surpreende: um aplicativo para que, baseado nos principais aspectos da cerveja - cor, corpo, características do malte, amargor, filtragem, etc - possamos criar a nossa cerveja ideal. O Crowd Craft Project é uma estratégia de marketing, que faz com que o público não só se sinta mais próximo da marca, mas se sinta parte dela. Até dia 05 de fevereiro, todos os palpites serão levados em conta para a produção da primeira cerveja "produzida" pelo facebook. O lançamento será feito em março, infelizmente não aqui no Brasil.

Foi como achar meu pote de ouro no fim do arco íris... Além de ser uma campanha sensacional, que foge dos padrões das mídias convencionais, de onde a maioria das cervejarias não saem, é parte do propósito da nossa busca pela cerveja perfeita.  Afinal, faz quase um ano que buscamos em cada empório, cada cidade, cada viagem, evento, mesa de bar, aquela cerveja perfeita, aquela que vai lembrar de Frank Sinatra, de rock, de infâncias e lugares. Talvez seja esta a alternativa: produzir a própria perfeição, objetivo que não poderia ser mais presunçoso, porém ainda válido.

Pra começar, estamos produzindo uma Ale, então esta nossa perfeita exclui as pilsens, lagers e todas as outras de baixa fermentação. Estando satisfeita com esta predefinição, continuemos. Mãos - e mouse - à obra. Minha fórmula ficou assim:

Que tal montar sua própria perfeita?
O aplicativo só está disponível em inglês, mas vamos lá... Sim, uma Golden Ale, com corpo e transparência médios. Tentei trabalhar com a lógica, deixando um arominha de ervas, uma cerveja levemente condimentada porém refrescante. Acho - acho - que eu produzi algo parecido com uma de minhas favoritas conhecidas. Acho... Mas vai dizer que a imagem acima não deu sede em plena segunda-feira?

De qualquer forma, cada dia, cada momento, pede uma perfeita. Para hoje, Golden Ale. Para amanhã, quem sabe uma Stout bem encorpada, com aquele sabor maltado e de chocolate ao fundo? Para quarta, uma IPA... Enfim, curiosa pelo resultado da campanha! E consciente de que tenho muito chão pra produzir uma cerveja e quero ainda mais chão para encontrar a perfeita. 

Um brinde, à busca e a Samuel Adams, com mais uma campanha sensacional!

Aliás, momento créditos para o Eu bebo sim, onde encontrei a dica do aplicativo, excelente :)

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Edelweiss de flores, de músicas e de cervejas!

Iniciada a sequência de provas das cervejas recém-ganhadas do United World of Beers. E iniciada de maneira muito única. 

Primeiro porque sim, eu ainda estou com dó de desmontar o kit. Embora algumas das cervejas eu já conheça, tá tão bonito! E segundo porque uma delas me foi dada há um tempinho, junto com dois outros rótulos, pela Semyle (amiga, mais que colega de trabalho, corinthiana fanática e parceira) que quase morreu quando eu consegui derrubar a sacola e quebrar as garrafas com as cervejas que me trouxe de Florianópolis, no meio da minha sala no trabalho. Doeu tanto que eu na hora parei tudo pra caçar empórios onde eu pudesse encontrar as cervejas para repor o presente. Ainda bem que consegui!

Enfim, comecei a série por uma cerveja então duplamente patrocinada: a Edelweiss. E a apreciei de outra maneira dupla, assistindo um filme sobre cerveja, o Beerfest, que há algum tempo tinha ouvido falar e estava bem da curiosa para assistir. Aliás, filme com peculiaridades este. Indico para uma noite quente e com uma certa quantidade de München acompanhando a pipoca (por que não?)

Edelweiss tem muitos significados. Na música conta a história da família austríaca Von Trapp, de A Noviça Rebelde. Na natureza, é uma flor branca que nasce somente nos Alpes da Europa na região da França, Itália, Suíça, Iugoslávia e Áustria, onde, tradicionalmente, se tornou o símbolo do país. Aliás, reza a lenda que um rapaz, quando apaixonado por uma garota, deveria escalar a montanha, pegar um edelweiss e trazê-lo para a amada como prova de seu amor. Ainda hoje, no folclore austríaco, as danças e músicas tirolezas fazem referência a esta lenda. Em alemão, edelweiss significa “branco nobre”. Edelweiss também é sobrenome, e criado no Brasil! Segundo outra lenda, um padre alemão, após se apaixonar por uma brasileira, largou a batina e adotou seu codinome de poeta: Edelweiss.

Mas o significado mais feliz é a cerveja austríaca de trigo, importada pelo Grupo Heineken, que nasceu no coração dos Alpes, na Cervejaria Hofbraü Kaltenhausen na Áustria. Esta cervejaria, uma das mais antigas da Áustria, foi fundada em 1475. A cerveja ale é enriquecida com aroma de ervas alpinas, o que dá um aroma e um paladar bem diferenciado das outras cervejas de trigo, trazendo um leve amargor no final, bem leve. O aroma é doce e fermentado. Tem uma espuma bem densa, e um corpo de cor de mel. No sabor, o agradável sabor de uma weissbier, sem muitas diferenças, mas com um toque mais requintado, talvez pela adição das especiarias e o toque da flor tão rara e especial.

Filme bom, cerveja melhor ainda, e um sentimento de “quem vai escalar os alpes e me trazer uma Edelweiss gelada?”

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Surpresas da vida de cervejeira - United Beers of the World

Depois de certo descanso em Fortaleza, um final de semana de esbórnia na casa de amigos celebrando um Reveillón paulista e fechando o período com chave de ouro com David Guetta em SP, volto ao trabalho. Segunda-feira e ao entrar na minha sala me deparo com uma caixa enorme, em meu nome. Sem sequer saber do que se tratava, abri. Na primeira imagem, uma caixa preta, grande, muito grande, e pesada. Escrito em verniz UV reserva (ah doces tempos de agência de publicidade) em letras garrafais, UNITED BEERS, e centralizado em dourado, os dizeres “Cervejas que unem o mundo”. Surpresa era a palavra.

Coloquei no chão, afastei a cadeira e abri.

Pausa para meu raciocínio publicitário: fico imaginando a equipe que criou esta ação, em sua primeira reunião de brainstorming, onde ao apresentar a campanha descreviam a reação do destinatário ao abrir o pacote. Os slides que defendiam o apelo emocional, o sentimento de proximidade com a marca, a satisfação em fazer parte de um grupo que soa seleto. A equipe de design que fez da embalagem algo que denotava luxo, alto-padrão, qualidade. Rótulos que eram enaltecidos pelo fundo preto e fosco, minunciosamente recortado nas silhuetas das garrafas e latas. Os redatores que redigiram um texto emocional, apelativo de forma discreta. Uma equipe de produção que por noites e madrugadas afora trabalharam no fechamento da arte-final, montagem de bonecos, aprovações e  - com toda certeza - alterações. Para toda esta equipe da Talent eu digo: WELLDONE! De uma publicitária com pé no mundo da cerveja para publicitários de plantão, vocês foram incríveis, insuperáveis, F***!!!

Voltando... Coloquei no chão, afastei a cadeira e abri. Do primeiro pensamento ao último, estava boquiaberta. Era como se, ao abrir a caixa, raios dourados tivessem saído e iluminado a sala, bem no estilo propaganda de Natal. 



Com 8 rótulos – com alguns provados e até com resenhas aqui, como a Dos Equis – o kit feito pela Heineken apresenta uma volta ao mundo através da holandesa Amstel Pulse, a italiana Birra Moretti, a austríaca Edelweiss, as irlandesas Murphy´s Irish Stout e Murphy´s Irish Red, a brasileira Xingu e duas cervejas de origem mexicana, Dos Equis e Sol Premium. 

Ao me recompor de tal surpresa, a primeira providência foi acessar o site: www. unitedbeers.com.br e conhecer mais sobre a ação. O portal traz informações detalhadas sobre o universo de cada uma das bebidas, e ainda um concurso cultural, o “Beer Brothers”, onde concorremos a uma geladeira estilo vintage customizada da ação ao convidar um amigo do Facebook para tomar umas das cervejas e criar uma frase, dizendo por que gostaria de tomar uma cerveja com este amigo. Nem preciso dizer que eu estou aqui concentradíssima bolando a melhor frase.

Claro que, ao longo de 2012, todas elas estarão por aqui sendo avaliadas, para ver se, entre estas, está a perfeita que eu tanto procuro. Mas sinceramente, dá até dó de mexer no layout do presente - sim, foi um presente, pra vida!

Me senti honrada, feliz, especial... como toda mulher deve ser!

Obrigada é a palavra!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Cerveja arretada!

Estar em constante busca da cerveja perfeita é algo que ao mesmo tempo que encanta, nos tira um pouco do roteiro em algumas ocasiões. E de roteiro me refiro ao roteiro turístico. Sou uma exímia exemplar da mistura da ascendência uruguaia com a nordestina. Filha de cearense, daquelas que carrega a peixeira na cintura e fala arrastado, fui passar os primeiros dias do ano em braços familiares em Fortaleza. Muito sol, praia e cerveja, como todo litoral tupiniquim que se preze.

E lá estava eu, pendurada no 3G do celular debaixo do guarda-sol. Objetivo: encontrar uma cerveja genuinamente nordestina. Etapa concluída!

A Drache Bier é produzida pela primeira – e até então única – cervejaria artesanal nordestina, com fábrica no município de Horizonte, a cerca de 50km de Fortaleza, a Cervejaria Nordeste. Produzida sob a Lei de Pureza Alemã, nas versões Pilsen, Stout, Pale Ale e Weiss (o trigo foi admitido posteriormente na Reinheitsgebot como ingrediente adjunto), todas provadas no empório do Shopping Dom Luis, em Fortaleza, onde o simpático Elisson (na foto) me explicou tintim por tintim todas as peculiaridades de cada cerveja.

A cervejaria trata como diferencial o fato de só trabalhar com produtos de alta qualidade. Ele ressalta que todos os ingredientes utilizados na fabricação do chopp Drache Bier são todos  importados: malte da Alemanha e Bélgica; lúpulo da Alemanha e Estados Unidos; e levedura da Bélgica e França, além de água mineral de fonte própria. Um estudo sobre uma fórmula mundialmente respeitada, buscada diretamente na Alemanha, os melhores ingredientes e a mais alta tecnologia de produção que durou cerca de 6 meses, até o lançamento, em 2009, que resultaram num chopp excelente, provados na seguinte ordem:

Drache Bier Pilsen
Um Chopp leve e suave, com o sabor do lúpulo bem acentuado, que denota a qualidade dos ingredientes. De cor amarelo brilhante e espuma branquinha branquinha (olha eu arrastando o sotaque), bem refrescante, servido gelado como o clima de verão nordestino pede. Excelente opção para acompanhar mariscos e crustáceos debaixo do guarda-sol.

Drache Bier Weiss
Como toda Weiss, tem o quê de banana, frutada, com cravos e florais. De cor amarela-opaca e espuma densa e não-filtrado, mas um pouco mais amargo que o comum. Mais gelado que visto por aí, foi quase meu rótulo favorito, o que não seria surpresa, já que eu adoro Weiss. Ótima opção para acompanhar queijo de cabra ou aves. 



Drache Bier Pale Ale
A surpresa da noite. Vale dizer que eu estava em clima de verão, portanto aceitavelmente, os chopes eram servidos na temperatura de 1°C, o que para uma Pale Ale é muito gelada. Não sei se foi isso ou a surpresa com o amargor refrescante da versão, foi eleita minha Drache favorita. De tonalidade acobreada graças ao uso da mistura com o malte tostado, revela um sabor maltado e encorpado. Tem um toque herbal, por conta do lúpulo evidente, o que gerou até uma discussão com o Elisson.

Drache Bier Stout
A última versão da sequência de degustação, também sofreu a questão da temperatura acima, estando mais gelado que o comum, o que o deixou refrescante e com o sabor talvez até menos acentuado. Mais, oxi, nenhum problema até aí. Estava um calor da peste! O Drache Stout é uma boa opção para ser degustado com mariscos e crustáceos, feijoada, chocolate, tortas de frutas e sobremesas de banana. Enfim, pratos mais pesados, que harmonizam bem com o contraste entre a suavidade do aroma com traços de chocolate e malte tostado e o sabor forte e encorpado do café. Enfim, um excelente exemplar de Stout.



Ainda, a Drache tem todas as opções em garrafas long necks à venda por módicos R$15,00 o kit com as 4 versões. E uma infinidade de souvenirs. Vieram para casa acompanhando um garrafão em cerâmica – de presente – cheio de pilsen, que permaneceu gelada por 2 dias. E o atendimento... sensacional! Troquei algumas figurinhas com o Elisson e ele fez questão que eu não pagasse a degustação, apenas os souvenirs. Patrocínio dos bons! Minha mãe que o diga, não se cabia quando viu o cartãozinho do MC circulando entre os funcionários (acho que ela está começando a entender... e curtir.) e ainda menos quando ganhou um chopp Pilsen, escolhido pelo paladar dela a melhor opção.

Eu, que nem posso mais que considerar turista de tantas visitas que fiz à terra de Padre Cícero, não me contive com fotos mil e me rasgo de elogios sempre que saio de lá.

Um cheiro!

domingo, 1 de janeiro de 2012

Feliz Anno Novo!

Em um daqueles momentos irrecusáveis da nostalgia do final do ano, o amigo secreto da empresa, uma surpresa agradável. Eu raríssimas vezes fui surpreendida com bons presentes em amigos secretos, mas, seguindo os bons ventos do ano de 2011, sim, fui agradavelmente surpreendida. O limite de R$70,00 do amigo secreto corporativo foi preenchido com duas cervejas compradas da Mr. Beer. Aliás, adendo: quando o meu amigo secreto buscou informações sobre o que me dar e sugeriram cervejas à ele, ele se perguntou se eu tinha um problema com alcoolismo. Obrigada Sandro! 

Dois bons rótulos, indicados pelo atendente: Weihenstephaner Hefe Weissbier e a Hacker-Pschorr Anno 1417, ambas degustadas naqueles momentos entre amigos, dignos de boas cervejas. A Weihenstephaner eu já conhecia de outros tempos, uma cerveja de trigo bávara excelente, refrescante e encorpada, representando muito bem a classe das Weissbier.

O foco fica para a Hacker-Pschorr Anno 1417, cerveja alemã cheia de história para contar. 

A Cervejaria Hacker-Pschorr nasceu exatamente em 1417, 99 anos antes de ser criada a Lei de pureza Alemã, inicilamente apenas como Hacker. O nome atual da cervejaria remete à duas tradicionais cervejarias de Munique, que nesses 591 anos passaram por algumas junções e separações: A primeira união entre a Hackerbräu e a Pschorrbräu aconteceu por volta de 1800, quando Joseph Pschorr comprou a cervejaria Hacker e fundou uma com seu nome, mas manteve sua própria produção. Em 1944, já separadas, a Pschorr teve os seus equipamentos bombardeados durante a segunda Guerra, e a Hacker permitiu que a Pschorr utilizasse seus equipamentos para manter a produção ativa, simbolizando assim a união que permanece até hoje. A cervejaria é atualmente uma das seis grandes de Munique, e faz parte do grupo Paulaner.

Chegou ao Brasil recentemente, uma cerveja do estilo Keller Bier, um raro e antigo estilo de produção alemão - keller em alemão significa adega. Uma lager não-pasteurizada e não-filtrada, fermentada em barris abertos de madeira, o que a deixa com baixa carbonatação. Uma cerveja diferente, com uma cor dourada escura, espuma densa e um aroma maltado, que denota a presença marcante do lúpulo não só no aroma, mas com intensidade no sabor. Um tanto cítrica, bem saborosa e refrescante, com aquele toque de fermento das cervejas não-filtradas (lembram-se a surpresa causada pela Slava?).
Uma excelente cerveja para um dia de verão, seja chuvoso e abafado como nossos típicos reveillon paulistas. Aliás, vou além: a Anno 1417 é a cerveja perfeita. Não para finalizar a busca, mas para entrar em 2012 inspirada, seja pelo nome, seja por remeter à primeira cerveja da saga, seja por ser de presente ou por ser a primeira do ano.

Que 2012 seja de longo caminho na busca da cerveja perfeita, com muito mais aprendizado e boas companhias!

Feliz Ano Novo!