sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Branca de Neve, com cravo e canela!

Que eu sou uma mulher de muitas fases todos sabem. De roupas a perfumes, eu cismo com cores, sabores, músicas... e cervejas! Há pouco tempo estava numa fase witbier. Comprando Hoergaaden no Pão de Açúcar e Wäls Witte no Delirium, fiquei quase um mês presa na cerveja branca de toque cítrico. Tudo começou com a perfeitíssima Blanche Neige, que é de quem falo hoje. Sim, já adiantei: ela é perfeita.

Naquele mesmo jantar harmonizado do “top sundae”, a provei pela primeira vez, e confesso, algumas vezes depois. (E de tão inebriada, fui além na linha e, audaciosa, um bolo de aniversário foi feito. Mas esta é outra história. Escrevo sobre isso logo mais.)

Estamos falando da Dieu du Ciel!. Assim mesmo, com exclamação. Micro-cervejaria canadense, de Quebec, de receitas originais e, repetindo a palavra, audaciosas.  A cervejaria artesanal foi inaugurada em 1998 por Jean-François Gravel, que acredita fortemente em cervejas que levam ao caminho da inovação e caráter. Com receitas interessantes, por exemplo a híbrida imperial Stout/Saison colaborativa com a Shiga Kougen no Japão, ou a sua Rosée d'hibiscus, uma cerveja rosa/laranja de trigo fermentada com flores de hibisco, vemos que a Dieu du Cieu! não têm medo, é ousada e interessante. Muito interessante. É considerada a cervejaria número 1 do Canadá e hoje a 13º melhor do mundo. Tudo porque dentre as mais de 12.000 cervejarias cadastradas no site RateBeer, a Dieu du Ciel! foi eleita entre as 15 melhores do mundo em 2013. Ainda, no top 50 de cervejas canadenses feito pelo mesmo site, aparece 11 vezes, ou seja, é um grande nome no mercado mundial de cervejas. Três de suas cervejas têm nota 100/100 no site – que é um dos portais de referência no mundo cervejeiro.

E eu comecei – a beber e escrever – com a perfeita e exótica Blanche Neige (Branca de Neve). Uma Imperial Witbier que, além das clássicas sementes de coentro e cascas de laranja características do estilo, têm adição de especiarias. É produzida apenas uma vez ao ano, para aquecer – e aquece, com seus 8,3% ABV – os meses de inverno canadense. Foge do típico, tirando espaço do tradicional sabor do trigo e cítrico abrindo espaço para uma explosão de... festa junina! Desculpem-me os cervejeiros clássicos, mas foi esta mesmo a emoção. O alto teor alcóolico e os aromas marcantes de cravo e canela me levaram direto para sentar ao lado da fogueira tomando algo muito melhor que quentão.
 De cor amarela forte e viva, com espuma boa e branquinha, a Blanche Neige domina o copo com seu aroma de cravo, canela, notas cítricas doces e um frutado intenso de pêssego. No sabor, malte e um “azedinho” proveniente das leveduras, então um sabor seco e levemente salgado – típico da witbier – contrasta com o aroma doce e fecha o paladar, com um levíssimo amargor e um quê picante que incita o próximo gole. Deixa um retrogosto doce, cravo e canela ainda dominando a cena mas com a sedução do álcool. Quem está com água na boca?

Cerveja de inverno, rótulo de inverno, tomada no meio de uma primavera que trouxe uma noite fria e perfeita para que a Blanche Neige entrasse no hall das minhas perfeitas. Ao lado de uma Belga, de uma Escocesa e de uma Brasileira, esta Canadense hoje se exibe pretensiosa e cheia de charme neste hall da fama da Catarina.


Santé!

Nenhum comentário:

Postar um comentário