Que eu sou uma mulher de muitas fases todos sabem. De roupas a
perfumes, eu cismo com cores, sabores, músicas... e cervejas! Há pouco tempo estava numa fase witbier. Comprando
Hoergaaden no Pão de Açúcar e Wäls Witte no Delirium, fiquei quase um mês presa
na cerveja branca de toque cítrico. Tudo começou com a perfeitíssima Blanche
Neige, que é de quem falo hoje. Sim, já adiantei: ela é perfeita.
Naquele mesmo jantar harmonizado do “top sundae”, a provei
pela primeira vez, e confesso, algumas vezes depois. (E de tão inebriada, fui
além na linha e, audaciosa, um bolo de aniversário foi feito. Mas esta é outra
história. Escrevo sobre isso logo mais.)
Estamos falando da Dieu du Ciel!. Assim mesmo, com
exclamação. Micro-cervejaria canadense, de Quebec, de receitas originais e,
repetindo a palavra, audaciosas. A
cervejaria artesanal foi inaugurada em 1998 por Jean-François Gravel, que
acredita fortemente em cervejas que levam ao caminho da inovação e caráter. Com
receitas interessantes, por exemplo a híbrida imperial Stout/Saison colaborativa
com a Shiga Kougen no Japão, ou a sua Rosée d'hibiscus, uma cerveja rosa/laranja
de trigo fermentada com flores de hibisco, vemos que a Dieu du Cieu! não têm
medo, é ousada e interessante. Muito interessante. É considerada a cervejaria
número 1 do Canadá e hoje a 13º melhor do mundo. Tudo porque dentre as mais de
12.000 cervejarias cadastradas no site RateBeer, a Dieu du Ciel! foi eleita
entre as 15 melhores do mundo em 2013. Ainda, no top 50 de cervejas canadenses
feito pelo mesmo site, aparece 11 vezes, ou seja, é um grande nome no mercado
mundial de cervejas. Três de suas cervejas têm nota 100/100 no site – que é um
dos portais de referência no mundo cervejeiro.
E eu comecei – a beber e escrever – com a perfeita e exótica
Blanche Neige (Branca de Neve). Uma Imperial Witbier que, além das clássicas
sementes de coentro e cascas de laranja características do estilo, têm adição
de especiarias. É produzida apenas uma vez ao ano, para aquecer – e aquece, com
seus 8,3% ABV – os meses de inverno canadense. Foge do típico, tirando espaço
do tradicional sabor do trigo e cítrico abrindo espaço para uma explosão de...
festa junina! Desculpem-me os cervejeiros clássicos, mas foi esta mesmo a
emoção. O alto teor alcóolico e os aromas marcantes de cravo e canela me
levaram direto para sentar ao lado da fogueira tomando algo muito melhor que
quentão.
Cerveja de inverno, rótulo de inverno, tomada no meio de uma
primavera que trouxe uma noite fria e perfeita para que a Blanche Neige
entrasse no hall das minhas perfeitas. Ao lado de uma Belga, de uma Escocesa e de
uma Brasileira, esta Canadense hoje se exibe pretensiosa e cheia de charme
neste hall da fama da Catarina.
Santé!
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