quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Um casamento cervejeiro :: Cervejaria Nacional


Há tempos estou pra falar da Cervejaria Nacional. Mais precisamente desde a primeira vez que a visitei, mas desta vez será especial.

A Cervejaria Nacional fica em Pinheiros, São Paulo. Tem três ambientes: a fábrica no primeiro andar, o bar no segundo e o restaurante no terceiro. Genuinamente nacional, usa o folclore brasileiro como tema da decoração e para nomear as cervejas.

Sim, fábrica, porque a Cervejaria Nacional é a única fábrica-bar de SP. Por isso lá só tem as cervejas produzidas por eles e é lá, no primeiro andar – onde eu tirei as melhores fotos da vida! -  que são produzidos cerca de 5.000 litros de cerveja de 5 tipos diferentes por mês. Cerveja sem conservantes, artesanal e muito saborosa, elaborada pelas mãos dos mestres-cervejeiros Fabiani e Alexandre Sigolo. Até hoje, lá já foram produzidas e bebidas mais de 25 receitas dos mais variados sabores e ingredientes.

Daí lá a gente ainda aprende mais sobre cerveja. A gente já sabia que cerveja gelada demais é um erro. E na Cervejaria eles explicam porque não servem a estupidamente gelada... “A temperatura baixa engana suas papilas gustativas e faz com que você dificilmente perceba o sabor ou a falta dele. Por isso, todas as nossas receitas chegam à torneira da chopeira com a temperatura entre 0º e 0,2ºC, para que você possa degustar e sentir todas as características do sabor de cada uma delas.” Cultura cervejeira. O bar no segundo andar, com mesas, balcão e decorado com sacas de cevada está sempre cheio – funciona desde o almoço até tarde da noite.

E indo ao terceiro e último andar, o restaurante, um espaço rústico, iluminado durante o dia e mais quente e ameno à noite, tem no fundo a cozinha, super à mostra através de um vidro que mostra a galera se empenhando em pratos sensacionais. E então foi neste ambiente que nosso casamento foi celebrado. O terceiro andar foi reservado e previamente decorado, e escolhemos o menu de harmonização da casa para nossos convidados.



Foram 5 pratos, cada um acompanhando – à vontade – uma cerveja da casa. Os convidados ao chegar tinham como opção de petiscos as “comidinhas de boteco”: Pastéis de Carne e Queijo, Bolinho de arroz, Batata da casa e Polenta frita. Para harmonizar, a cerveja Y-iara Pilsen, o carro-chefe da casa, primeira das cervejas a ser produzida. Base de maltes pilsen e vienna, coloração amarela-dourada, lúpulo Saaz para um aroma floral e 5% ABV. A ideia dessa receita é reproduzir a tradição do estilo, com amargor perceptível, 100% malte e personalidade. As cervejas Pilsens são leves, aromáticas, refrescantes e com delicadas notas de malte. Sugerida para acompanhar saladas, aperitivos fritos e condimentados e grelhados. Foi basicamente a escolha dos convidados para a noite toda, embora muito ainda tivesse por vir...

Como entrada, duas opções: Crostini de Cogumelos (Cogumelo paris com um toque de alho, parmesão e rúcula), servidos com a Cerveja Kurupira Ale, uma Amber Ale com equilíbrio entre o amargor do lúpulo e as notas adocicadas de malte, onde o caramelo tende a prevalecer. Nossa Ale do dia a dia e herdeira direta da receita da Drake's Brown Ale. O plano era criar uma receita baseada no primeiro grande sucesso da Cervejaria Nacional, com tons mais avermelhados. Na versão Kurupira temos 30 IBU's como na original, com maior presença das notas de malte caramelo e 5% ABV.
Salada Xavantes
Ainda como entrada, a Salada Xavantes - alface romana, molho ceasar, parmesão e croutons – servida com a cerveja Domina Weiss, que como toda cerveja de trigo tem um paladar refrescante, aromas de banana e cravo e a inconfundível sensação do malte de trigo, características que agradam muito nos dias mais quentes. Com uma receita simples de maltes de trigo e pilsen e lupulagem amena com o Tettnanger, a Domina Weiss é elaborada com uma cuidadosa fermentação que produz os aromas acima de maneira muito delicada, o que faz dela a campeã absoluta de vendas. Inclusive, foi com ela o primeiro brinde dos noivos, direto da fonte!

Brinde dos noivos by Domina Weiss
O prato principal podia ser escolhido entre um sensacional Risoto de Costelinha (Arroz arbóreo com costelinha de porco desfiada, limão cravo e crispy de cebola) ou o Ravioli da Casa, que eu já a-d-o-r-a-v-a, recheado com mussarela de búfala e molho de tomate italiano. Ambos acompanhavam a Mula IPA, aquela favorita do padrinho Ali. É um estilo que tem se tornado muito popular entre os cervejeiros. A Mula nasceu como uma IPA americana, a qual possui teor alcoólico elevado (7,5%), corpo baixo, final seco e generosas doses de lúpulos americanos que contribuem para aromas de frutas tropicais, maracujá e cítrico além do amargor bem pronunciado (60 IBUs). Como as IPAs são cervejas de personalidade forte, amargor elevado e alto teor alcoólico com o lúpulo sendo o grande destaque, são indicadas para acompanhar pratos mais fortes e mais temperados. Por fim, além do fantástico Bolo de Guinness já anteriormente citado, a sobremesa, mais apreciada impossível: Petit Gateau com sorvete de creme, servida com a Sa’si Stout. As cervejas Stout são famosas por acompanharem doces e sobremesas. A Sa’si é uma Dry-Stout com  4,6% ABV, 35 IBU e cor negra profunda. Com o tempo o forte amargor de malte torrado foi sendo equilibrado com outros elementos da receita para dar harmonia aos sabores dessa Stout, caracterizada pela cremosidade e as notas de café e chocolate no aroma e sabor. 

E ainda, a Patrícia Reali, gerente da Cervejaria Nacional, foi incrível o tempo todo. Mesmo depois de 2 meses, ainda é tempo de agradecer a atenção especial que nos deu e o momento proporcionado. É sempre muito difícil agradar à todos em um evento – principalmente casamento – mas o local superou nossas expectativas. Quem já conhecia adorou a ideia de termos a recepção lá. E quem não conhecia com certeza se surpreendeu! Muito gostoso ter um casamento simples, mas cheio de estilo e com muitos elogios.
Valeu Pat!