quarta-feira, 23 de maio de 2012

Cerveja única, com nome e sobrenome: Brooklin Sorachi Ace

Entre tantas buscas, tantos momentos e tantas surpresas da vida, uma revista pousou em minha mesa, trazida por um co-worker que sabe da minha paixão. A Veja São Paulo surge com um especial de cervejas na cidade, com inúmeros rótulos, que eu confesso que virou meio que uma lista de “to do”. Quando vi alguns rótulos desconhecidos pensei... quero a PERFEITA desta matéria!

Iniciei então a busca naquela sexta-feira mesmo, trocando um jantar romântico por uma visitinha no Melograno de sempre.

A matéria da revista dividia os rótulos entre ingredientes exóticos, grande estilo, dias frios, dias quentes, mais fortes, mais doces, sabores inusitados e embalagens diferentes.

Sabores inusitados. Primeira escolha, aliás escolhida a dedo e com toda a má intenção de matar o Chefe Ali de inveja: Brooklyn Sorachi Ace. Envolta por um elegante rótulo denotando uma carta de baralho, a carta da grande jogada na mesa, um ás, em vermelho e dourado, estiloso, com garrafa de rolha.
Uma cerveja única e muito refrescante, cada gole pede outro, muito fácil de beber – olha o perigo, 7,6% de ABV – graças à alta carbonatação. Coloração amarela opaca forte, espuminha branca leve mas persistente. No corpo, dá pra sentir a presença forte do lúpulo, com final equilibrado, levemente ácido e cítrico. E o aroma? Ah o aroma, floral e frutado. Nem parece amarga!


Faz parte de uma série especial da Brooklyn Brewery, a Brewmaster`s Reserve. Com um raro tipo de lúpulo desenvolvido no Japão e cultivado em apenas uma fazenda do mundo, localizada no estado americano do Oregon, a Brooklyn Sorachi Ace se destaca pelas notas cítricas e um amargor forte. Uma cerveja do estilo Saison, também conhecida como Farmhouse Ale, estilo comum na França e na Bélgica e não muito popular por aqui.  Ale que chega a ser comparada a vinhos tintos devido a fermentação e sabores presentes em comum. O nome dela vem da variedade de lúpulo utilizado na cerveja, o Sorachi Ace, inventado por japoneses em 1988 através do cruzamento entre o Brewer`s Gold inglês e o Saaz tcheco. Este lúpulo tem notas cítricas e frutadas de limão muito intensas e foi a única variedade utilizada na cerveja. No processo de fabricação esta cerveja é fermentada com o fermento belga da Brooklyn, leva o raro Sorachi Ace cultivado no Oregon, passa por um dry hopping também com o mesmo lúpulo e no final passa por refermentação na garrafa com fermento de champanhe. Este momento me custou (sejamos honestas, custou ao consorte) a quantia de R$52,00, o que fez com que o namorado desfizesse de sua última frase: "Só tomarei esta cerveja a partir de hoje."

De novo, é uma cerveja única.

Pizza feita no forno ali atrás e bruschettas de brie e mel acompanharam a perfeita da noite.

Uma noite única.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Petroleum, uma grande descoberta!

Sejamos honestas: eu arranjo motivo para tudo. Leia-se por motivos, desculpas, esfarrapadas ou lógicas, satisfações, porquês e quero-porque-queros.

E a páscoa – aquela que passou há quase um mês – foi o “motivo” que o amigo Robson do Empório Alto dos Pinheiros (sério, adoro ele, me cumprimenta pelo nome e sabe praticamente todas as cervejas que eu comprei lá) me deu para provar o lançamento da Wäls: a Wäls Petroleum. “Páscoa taí, gosta de chocolate? Então... esta aqui é a última recebida, lançamento da Wäls, conhece?". Até busquei no Google uma foto do Robson pra ilustrar. Preciso de uma foto com ele pra agradecer a atenção e as mesas rápidas em dias de superlotação!

Lançada oficialmente em 20 de março (e provada em 31 de março, ainda ‘quentinha’), a Wäls Petroleum é fruto de alguns anos de estudo e dedicação da microcervejaria mineira Wäls, que desde de 1999 se orgulha de trabalhar em uma produção ecologicamente correta, com sua própria estação de tratamento de esgoto, coleta seletiva e com sustentabilidade. Seus barris de maturação vieram da Escócia, de carvalho francês. Todo este cuidado e carinho renderam à cervejaria o título de Cervejaria do ano e a medalha de ouro para a Wäls Petroleum na Copa Sul-Americana de Cervejas no Festival Brasileiro da Cerveja (a cervejaria ainda levou ouro em outra categoria-chave, eleita a campeã no estilo Pilsen).

Fruto da parceria com a paranaense DUM, a Wäls Petroleum é uma Russian Imperial Stout, elaborada com diversos tipos de grãos escuros, com aromas de malte torrado, chocolate belga e toffee. Ainda, é maturada com cacau belga. Tudo isso rende à esta Stout – que todos sabem que é um dos meus estilos favoritos – uma textura aveludada num corpo escuro, combinando com uma espuma marrom, e um fortíssimo aroma, que sim, é de Páscoa. No sabor, uma surpresa agradável... o amargor é forte mas equilibrado. Não trava, desliza pela boca, é a mesma sensação de apreciar um belo chocolate belga, daqueles carregado no cacau, intensos. Posso dizer que esta está para um cervejeiro – zitolibador – assim como o chocolate está para a mulher. Não li uma crítica sequer a respeito da Wäls Petroleum, apenas descrições de experiências inesquecíveis. E o preço: R$23,00 por 360ml.

Perfeita! E quase feminina: seu corpo negro e sabor inebriante escondem seus 12% de ABV.

Vou repetir: maturada com cacau belga, caso isso tenha passado despercebido.

Como o próprio rótulo faz questão de enfatizar, uma grande descoberta (assim como petróleo, mas acho infeliz ter que explicar o insight do nome né?!). Se não fosse a queda do copo na mesa que me rendeu um corte bonito na perna... Mas ainda assim a experiência foi positiva e minha páscoa muito mais feliz.