quinta-feira, 26 de julho de 2012

Mitologia Grega

Num contexto acadêmico, a palavra "mito" significa basicamente qualquer narrativa sacra e tradicional, seja verdadeira ou falsa. O sufixo "-logia", derivado do radical grego "logo", representa um campo de estudo sobre um assunto em particular. Com a junção de ambos os termos, "mitologia grega" seria, basicamente, o estudo dos mitos gregos, ou seja, os que fazem parte da cultura da Grécia. Sendo assim, o termo não só alude ao estudo dos mitos como também aos próprios mitos...

Mimimis míticos deixados a quem não quer falar de cerveja, existem dois momentos na minha lembrança que eu tenho certeza que nunca vão se apagar. 

O primeiro foi minha reação ao ver, pela primeira vez,  a vista paradisíaca no topo da ilha de Santorini, na Grécia. Eram quase nove horas da noite, o céu estava com aquelas cores todas misturadas, entre laranja, azul e dourado de quando o sol se põe no mar. A água do mar era quase um espelho do céu. Eu estava chegando do aeroporto, sem hotel agendado e ia dormir no quarto de um casal de amigos, cujo casamento, momento à parte, foi lá, regado à esta mesma paisagem . No caminho, numa virada à esquerda entre as vielas da ilha, me deparei com o mar à minha frente. Fiquei sem respirar por alguns segundos.

O segundo foi logo no dia seguinte. Aquele que eu pensei que seria o maior calor que teria no verão, a mistura de fome e boca seca. No centro da ilha, um restaurante com uma vista estratégica para a “caldeira”, que é o vulcão adormecido entre as ilhas em Santorini. Mar azul, céu azul. E na mesa eis o momento que que ela chega, em véu de noiva, daquele brasileiríssimo jeito de estupidamente gelada.  Ok, a gente sabe que se muito gelada a cerveja perde muito, mas aquela Mythos não perdeu nada!

A Mythos é uma autêntica cerveja grega, lançada em 1997 e produzida em Thessaloniki - norte da Grécia. Desde seu primeiro ano de lançamento conseguiu reverter a situação no mercado de cerveja grega e conquistou os corações do gregos (e muito mais, dos turistas), mesmo com todas as dificuldades e os obstáculos decorrentes da natureza do local, já que a Grécia tem mais de 200 ilhas e a logística é uma coisa complicada por ali. A cerveja leva em sua receita todo o know-how europeu na produção de cervejas, combinado com o paladar grego. Única exemplar grega a vencer o “Canadian Interbeer International Beer & Whiskey Competition”, motivo de orgulho da cervejaria.

Mythos Hellenic Lager Beer, seu nome completo, é uma cerveja suave e muito refrescante, com um corpo dourado-claro, translúcido que contrasta com sua espuma branca densa e cremosa. No paladar, um sabor frutado e com uma leve presença de cereais, muito pouco amarga, que denota um lúpulo leve e fresquinho no finalzinho. Cerveja de bar, de verão, de praia. E foi ela minha cerveja de cada almoço, cada jantar, cada praia de pedra vulcânica e calor mediterrâneo.

A cerveja não é perfeita, vai além, é um MITO! #tudunts

Ef Haristo! (uma das 5 palavras que aprendi em grego...)

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Catarina no País... de Gales

Confesso que esta viagem foi bem diferente. Fiquei um pouco desligada do mundo, sequer levei meu computador, e vivi muito menos o lado cervejeiro da Europa do que gostaria. Tenho poucas – mas boas – histórias na bagagem.

Cada lugar, um rótulo, este é o objetivo de qualquer viagem que faço. E sobre as inglesas, muito já procurei nelas a minha nova perfeita. Resolvi pegar a estrada e procurar nos lugares mais distantes, e mais atípicos.

País de Gales. Ou Wales, como os britânicos o chamam. Viagem curta e decidida de última hora, como quase tudo que faço. Uma terça-feira e nenhum lugar agitado para receber três brasileiras ávidas por música e diversão. A cidade é linda, tem um idioma um tanto quanto curioso além do inglês, mas é pacata como uma cidade de interior. E estamos falando de Cardiff, a capital do País de Gales.

Mas a pergunta não muda: qual é a cerveja local daqui? Com um sorriso no rosto, a muito jovem (sério, ela não tinha nem 20 anos) me levou até o tap das Ales locais. Eram 3 locais e uma “Guest Ale” (que não provei por não ser local), e pude provar um pouco de todas até escolher a minha favorita e tomar uma pint muito bem tirada.



Pela ordem dos taps, a The Rev. James, uma cerveja encorpada e picante, com um aroma forte amadeirado que lembra castanha. Uma típica Ale, de cor âmbar e espuma clara, com um corpo doce porém com um final seco e amargo. Uma cerveja curiosa, que a cada gole fui mudando um pouco a opinião. No fim das contas, uma Ale doce e até agradável para o paladar feminino das amigas. A cerveja é o nome de um dos proprietários originais da Buckley Brewery, que em 1997 foi comprada pela SA Brain&Co.

Em seguida, a Brains Bitter, que conforme o próprio nome, amarga. Feita através de uma mistura curiosa de maltes e dois tipos de lúpulos, tem um sabor doce inicial que logo é substituído pela presença forte do lúpulo, sendo amarga como um cabo de guarda-chuva. Ainda assim, é frequente vencedora de prêmios internacionais. Gosto de cerveja amarga, mas este ficou em terceiro lugar, entre as três.

Última da noite, a Brains SA. É a cerveja da mídia de Wales, patrocina o time de Rugby e está presente em pôsteres em todos os pubs que circulei. Mais uma vez, a cervejaria ultiliza uma mistura de lúpulos, que traz – mais uma vez – amargor na ale, não tão denotada quanto na anterior. Com um corpo mais acobreado, tem um final seco com o sabor e aroma do malte, com notas de frutas e um leve adocicado no final. Boa, bem boa, a favorita.

Todas elas são da cervejaria SA Brain&Co, própria de Cardiff, localizada desde 1713 no coração da cidade, na avenida principal. Em 1882 foi comprado pela Samuel Arthur Brain e seu tio Joseph Benjamin Brain, e os negócios continuam na família até hoje, sendo o presidente neto dos fundadores. Ainda hoje  as cervejas são produzidos de forma tradicional na cervejaria, que é um marco central da cidade, caracterizado por sua chaminé subindo ao lado da estação central de Cardiff.

Realmente, no quesito cerveja, Cardiff não me decepcionou. Já o clima... não parou de chover por um minuto sequer nos dois dias que estive lá. Depois soube por uma amiga londrina que nasceu em Wales que não chove lá por raros 15 dias no ano. Ou seja, 350 dias de água. Valeu São Pedro!

lloniannau! (Sim, isso é "Saúde" em galês)