segunda-feira, 16 de julho de 2012

Catarina no País... de Gales

Confesso que esta viagem foi bem diferente. Fiquei um pouco desligada do mundo, sequer levei meu computador, e vivi muito menos o lado cervejeiro da Europa do que gostaria. Tenho poucas – mas boas – histórias na bagagem.

Cada lugar, um rótulo, este é o objetivo de qualquer viagem que faço. E sobre as inglesas, muito já procurei nelas a minha nova perfeita. Resolvi pegar a estrada e procurar nos lugares mais distantes, e mais atípicos.

País de Gales. Ou Wales, como os britânicos o chamam. Viagem curta e decidida de última hora, como quase tudo que faço. Uma terça-feira e nenhum lugar agitado para receber três brasileiras ávidas por música e diversão. A cidade é linda, tem um idioma um tanto quanto curioso além do inglês, mas é pacata como uma cidade de interior. E estamos falando de Cardiff, a capital do País de Gales.

Mas a pergunta não muda: qual é a cerveja local daqui? Com um sorriso no rosto, a muito jovem (sério, ela não tinha nem 20 anos) me levou até o tap das Ales locais. Eram 3 locais e uma “Guest Ale” (que não provei por não ser local), e pude provar um pouco de todas até escolher a minha favorita e tomar uma pint muito bem tirada.



Pela ordem dos taps, a The Rev. James, uma cerveja encorpada e picante, com um aroma forte amadeirado que lembra castanha. Uma típica Ale, de cor âmbar e espuma clara, com um corpo doce porém com um final seco e amargo. Uma cerveja curiosa, que a cada gole fui mudando um pouco a opinião. No fim das contas, uma Ale doce e até agradável para o paladar feminino das amigas. A cerveja é o nome de um dos proprietários originais da Buckley Brewery, que em 1997 foi comprada pela SA Brain&Co.

Em seguida, a Brains Bitter, que conforme o próprio nome, amarga. Feita através de uma mistura curiosa de maltes e dois tipos de lúpulos, tem um sabor doce inicial que logo é substituído pela presença forte do lúpulo, sendo amarga como um cabo de guarda-chuva. Ainda assim, é frequente vencedora de prêmios internacionais. Gosto de cerveja amarga, mas este ficou em terceiro lugar, entre as três.

Última da noite, a Brains SA. É a cerveja da mídia de Wales, patrocina o time de Rugby e está presente em pôsteres em todos os pubs que circulei. Mais uma vez, a cervejaria ultiliza uma mistura de lúpulos, que traz – mais uma vez – amargor na ale, não tão denotada quanto na anterior. Com um corpo mais acobreado, tem um final seco com o sabor e aroma do malte, com notas de frutas e um leve adocicado no final. Boa, bem boa, a favorita.

Todas elas são da cervejaria SA Brain&Co, própria de Cardiff, localizada desde 1713 no coração da cidade, na avenida principal. Em 1882 foi comprado pela Samuel Arthur Brain e seu tio Joseph Benjamin Brain, e os negócios continuam na família até hoje, sendo o presidente neto dos fundadores. Ainda hoje  as cervejas são produzidos de forma tradicional na cervejaria, que é um marco central da cidade, caracterizado por sua chaminé subindo ao lado da estação central de Cardiff.

Realmente, no quesito cerveja, Cardiff não me decepcionou. Já o clima... não parou de chover por um minuto sequer nos dois dias que estive lá. Depois soube por uma amiga londrina que nasceu em Wales que não chove lá por raros 15 dias no ano. Ou seja, 350 dias de água. Valeu São Pedro!

lloniannau! (Sim, isso é "Saúde" em galês)

Nenhum comentário:

Postar um comentário