sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Ah Moleque!

I Beer Experience
 Um sábado chuvoso, de muito trânsito em São Paulo, e um compromisso que por mais que tivesse motivos para não ir, não poderia deixar de presenciar: o I Beer Experience, que aconteceu no último sábado.

Foram 28 stands, de cervejarias e empórios, oferecendo os mais variados tipos de cerveja, ao som de Velhas Virgens e Blues on the table. Velhas Virgens inclusive com sua cerveja própria.

Vou confessar: esperava algo diferente. Pedir as cervejas estava complicado, a “casa” estava cheia. Tive a impressão que tudo era puramente comercial. Não conseguia conversar com as pessoas nos stands, era tudo muito rápido, não podia ficar com as garrafas (como se isso impedisse Catarina de fazer qualquer coisa né) e as melhores cervejas se esgotaram bem rápido. Tanto que deixei de lado todo o apelo cervejeiro e resolvi curtir com os amigos a área de descanso. Tantas cervejas me deixaram meio aérea.
Mas, críticas à parte, sim, tive novos sabores, uma grande favorita, cervejas de todos os tipos e inclusive uma excelente surpresa pessoal. Além claro de barganhar a taça da Estrella Galicia. Catarina com seus sapatinhos amarelos e seu sorriso doce conquista! :D
Vamos às duas favoritas:
 
Madera
Mais pelo trocadilho mesmo! Depois de algumas muitas cervejas, era divertido pedir “uma madera”. Realmente não esperava a surpresa. A Madera,  da nanocervejaria Brix de Piracicaba (SP) é uma old ale maturada em barril de carvalho – e todos sabem, eu gosto desta história de maturação e envelhecimento, enquanto ainda não é comigo. A Madera, com seus 9% de teor alcóolico, é extremamente maltada e encorpada, com um toque frutado bem leve. Excelente cerveja, perfeita para dias frios e chuvosos com (ou sem) boa companhia. Vou repetir só pra constar: 9% de teor alcóolico, o que me fez deixar o evento com o velho TOC de não pisar nas linhas do chão. Tsc tsc.

Bacuri Beer – Amazon.
Sensacional é a palavra. E também a palavra bacuri, que rondava o evento e já tinha chegado à mim em dicas e sugestões dos amigos mesmo antes do sábado. Tanto que por vezes o estoque da cerveja se acabava, sendo reposto para alegria dos beers presentes.
A cerveja já foi vencedora do Prêmio Tecno Bebida Award no ano de 2002, mas seu lançamento oficial foi feito lá no Beer Experience, o que aumentava o zumzumzum em torno da receita desta cerveja: a Amazon Beer, cervejaria de Belém do Pará, utiliza frutos amazônicos na composição de suas cervejas. E nesta em especial era o Bacuri, que também significa “moleque pequeno” em expressões sulistas do Brasil. Já no norte, esta fruta exótica  e popular de polpa agridoce e mil e uma utilizações na culinária e até medicina, dá à Bacuri Beer um toque adocicado, leve e... é, inebriante. 
Cerveja de cor amarela bem clara, com espuma densa e um aroma suave de lichia, que eu adoro! No sabor, leve, muito leve, ligeiramente ácida . Ainda, um gostinho de biscoito no final, graças ao fermento. Mais uma que vai agradar muito ao paladar feminino, por ser leve e de baixíssimo teor alcoólico: 1,8% apenas. Aliás, fato comprovado: segundo pesquisa do bar da fábrica da cervejaria, 72% do público que consome o chope da Bacuri Beer é feminino. Ah Mulheres!

Não sei se a vontade que sinto agora é de tomar outra Bacuri Beer ou de enfim provar a fruta, que desconheço.

Enfim, Beer Experience deixou sua marca. Espero muito que cresça e seja seguido por muitas outras edições, ficando cada vez melhor e mais bem frequentado. E quando eu digo “deixou sua marca”... calma, não é pra valer! ;)

Valeu Beers!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A cerveja perfeita existe!

Assim como o homem perfeito, o presente perfeito, o trabalho perfeito... todos eles existem. E tolo daquele que acredita que tudo é apenas ilusão. Porque o perfeito está dentro da gente, é visto apenas pelo nosso olhar. Pelo olhar do sonhador. Sim, porque o sonhador não se priva, não se limita, não se conforma; se existe mais, se existe melhor, busquemo-lo. Nem que isso seja a última e única coisa que façamos na vida.

Mas, para encontrar o perfeito, precisamos conhecer até mesmo o oposto daquilo que julgamos perfeito. Aquilo que nossos sentidos abominam. Aqui, no caso, falamos do paladar, mais precisamente o feminino. E sejamos honestas... poucas mulheres se rendem ao amargor.

Eu acredito sim na existência da cerveja perfeita. Mas ela definitivamente não é a Perigosa.

Um rótulo que chama atenção, por uma peculiar razão autoexplicativa. Sim, veneno. E a Perigosa Imperial IPA Stout primeiramente de fato se chamava “Venenosa”. Mas foram obrigados a trocar o rótulo. Cabível, vai que alguma criança que resolveu tomar veneno acaba por se embriagar com cerveja...

Então a Perigosa, vendida em simpáticas garrafinhas de 330ml (algo nela tinha que ser simpática), é uma IPA da cervejaria Bodebrown, de Curitiba. Chegou ao mercado este ano, e por mais amarga que seja, é muito bem recebida. Tem um aroma intenso, frutado até, o que inclusive se presencia no sabor, um leve toque de frutas tropicais. Manga foi a fruta citada na mesa. Ainda soma com o leve caramelado e a presença firme do lúpulo. No final, puro amargor, cortante, longo, intenso. De puxar o céu da boca e te deixar com cara de quem comeu banana verde. Pra quem gosta de cerveja amarga, um “copo” cheio! Pra quem prefere uma cervejinha de trigo com banana... bem, você fez o pedido errado.

E eu como sonhadora, mesmo passando por cervejas amargas, sem gelo, sem espuma, servidas de forma errada, continuo aqui, dizendo: Sim, ela tem que existir! Eu não posso deixar que um amargor mais intenso, que um erro na escolha do rótulo ou que um custo mais caro de vez em quando apague o brilho do meu propósito de encontrar a cerveja perfeita e me impeça de seguir adiante. As pessoas são diferentes, as cervejas são diferentes, esta é a regra básica da vida e dessa busca. O que nos resta é aprender como tirar o melhor proveito de tudo e lidar com estas diferenças, de maneira a ter grandes relacionamentos na vida e incríveis cervejas na memória.

Se eu comparar a busca da cerveja perfeita à busca do homem perfeito acima citado, comparo a Perigosa com um antigo relacionamento malsucedido. Desceu ruim, mas você sabe que no próximo rótulo pode estar a perfeição. Ou não.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A cerveja perfeita não existe

Quando começou a busca pela cerveja perfeita uma coisa já estava muito clara em minha cabeça: ela não existe.

Afinal a perfeição é utópica. Cada um tem suas próprias definições do perfeito. A cerveja perfeita deveria agradar o paladar masculino e feminino, ter um brilho em sua cor, um aroma profundo, e um sabor complexo? Ou simplesmente a perceberíamos até mesmo de olhos fechados? Deve ser servida no copo e na temperatura ideais? Ou ela é tão perfeita que se mantém igual a qualquer temperatura?

Mais do que isso. Uma cerveja pode ser perfeita apenas para uma determinada ocasião. E novas perguntas teriam que ser respondidas: Perfeita por que? Perfeita para quem? Em qual momento? Com quem?

Ah! A relatividade da perfeição que se busca em uma cerveja, em um amigo, na vida...

Em contra partida muitos posts daqui do blog falam justamente sobre isso. Sobre o estar entre amigos que torna a cerveja mais especial. Que não é a cerveja que faz o momento, mas o momento que faz a cerveja.

E que mais importante do que fazer afirmações sobre processos de fabricação e tipos, é ter plena consciência que a melhor cerveja é aquela que é preparada por quem gosta de bebê-la, e o faz com cuidado.

Sim, a cerveja exige cuidados, assim como as relações, que também são utópicas quando consideradas perfeitas.

Para mim a busca pela cerveja perfeita sempre foi mera desculpa para aprender. Sobre cerveja, seus processos, seus tipos e rituais. Mais do que isso, ter base para criar inclusive meus próprios rituais e apurar minhas percepções.

Posso dizer que me aproximo cada vez mais desse objetivo, mas não sem a ajuda de meus amigos. Amigos que compartilham suas histórias e conhecimentos cervejeiros, amigos que me trazem de longe cervejas inusitadas, amigos que me presenteiam com lindas garrafas especiais e principalmente, que dividem muitos goles comigo.

A todos esses amigos que fazem parte desta minha jornada eu agradeço de coração. Pelo incentivo e a companhia que sempre, SEMPRE, será bem vinda. Serei eternamente grata, em dívida com todos, e quero que saibam que podem contar comigo SEMPRE!

Enfim, como eu disse lá no começo do texto, a cerveja perfeita não existe. Ou melhor, ela existe apenas nas cabeças dos sonhadores.

Ah! Os sonhadores. Sonhadores são ousados, capazes de enfrentar seus próprios medos de peito aberto. Seguir uma direção sem nem ao menos saber onde irão chegar e se deliciar com as incertezas dos caminhos. Esses idealistas é que geram evolução, pois só eles conseguem imaginar o inimaginável e lutar para tornar real o impossível. Sabem agir com fé, fé tamanha inclusive para acreditar na cerveja perfeita.

Mas se os sonhadores conduzem à evolução são os realistas que constroem o dia a dia. Que fazem o mundo girar. Mesmo que às vezes sejam um pouco chatos quando anotam tudo na ponta do lápis e calculam riscos é importante perceber que o mundo só existe por causa dos realistas. Os sonhadores estão sempre com a cabeça na lua, e isso pode até ser um charme, mas os torna pouco confiáveis.

Só os realistas são capazes de construir as condições ideais para que haja espaço para sonhar. E teem plena convicção de que a busca pela cerveja perfeita é algo que pode ter uma linda jornada, mas não um final feliz.

Enquanto os sonhadores são capazes de se entregar de corpo e alma pela cerveja perfeita, de não perder o foco e passar a vida buscando algo que só existe dentro de si. Os realistas sabem que para alcançar um objetivo de verdade às vezes é necessário mudar de direção.

É neste ponto em que me encontro. Quando percebo que estou em uma bifurcação da estrada. É o momento de escolher entre seguir na direção que me levará a algo em que não acredito, ou romper alguns laços ao escolher manter meu objetivo principal: conhecimento.

E o conhecimento é mesmo uma estrada contraditória, pois embora envolva todos ao seu redor, é também na verdade bastante solitária simplesmente porque cada um tem um ritmo próprio...

Termino dizendo que tudo o que aconteceu de fevereiro para cá foi incrível e serei grata por toda a minha vida. Seguir por aqui foi o maior passo que eu poderia ter dado no início de qualquer caminho que eu resolvesse trilhar.

Jamais deixarei de acompanhar o que acontece neste cenário tão especial, mas agora minha jornada continua por outra direção. Na busca daquilo em que realmente acredito. Sigo sem olhar para trás. E sei que sempre poderei contar com uma pequena ajuda dos meus amigos.


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Plantão Extraordinário!


O mulheres e cerveja informa: Hoje é o dia oficial da cerveja.

Como boas cervejeiras iremos comemorar incansavelmente até o dia acabar. Portanto não teremos tempo de escrever hoje sobre este dia tão especial.

Maiores detalhes poderão ser acompanhados através deste mesmo blog no post de segunda feira.

Mas a qualquer momento poderemos voltar com novas informações. (Acompanhe pelo Twitter os detalhes deste evento)

"Catarina sugeriu que você pudesse curtir Mulheres e Cerveja"

Esta semana recebi um email de um amigo me questionando qual era a dúvida de que ele pudesse curtir Mulheres e Cerveja... Vou explicar: Catarina é uma garota das redes sociais. E ela não descansou enquanto não fez, enfim, a página do Mulheres e Cerveja no Facebook, e sugeriu então a página aos amigos. Daí o "Catarina sugeriu que você pudesse curtir Mulheres e Cerveja" que ele me questionou. "Qual a dúvida de que um homem não vá curtir Mulheres e Cerveja?", ele perguntava... Na realidade não criamos antes porque tínhamos receio de não conseguir alimentar a página por falta de tempo e deixa-la obsoleta. Afinal, temos que trabalhar, AINDA não vivemos de cerveja! Acessem e curtam também nossa página bem no estilo facebook.
 



Além da movimentada vida social-virtual, nesta última semana foram nada menos que 10 novos rótulos provados. Dez. Na realidade, em dois dias, quinta-feira no Café Elétrico, onde Renatinha exigiu minha presença para provar a Basement e na empolgação e no calor da conversa - coloca-la a par de 30 dias de viagens e detalhar todas as peripécias - foram mais 5 garrafas e domingo, mesa repleta de homens e mulheres pós-samba, no Empório Alto dos Pinheiros, onde desta vez eu fazia questão que ela provasse a Delirium Tremens - ela e outros 5 amigos e novos amigos que se esbaldaram com mais outros 5 rótulos.

Haja fígado e dinheiro, mas tanto esforço sempre vale a pena. A especulação sobe o sabor da cerveja, dividir com homens nossas impressões, o olhar de aprovação após o primeiro gole... são todas sensações impagáveis que nos fazem cada vez nos aprofundar na busca da cerveja perfeita!

Enfim, a escolhida da semana, primeiro porque tanta insistência na visita ao Empório se deu por ela, sugerida pelo Chefe Ali, e segundo porque em 4 de agosto é celebrado o Dia da IPA, é a Brooklyn East India Pale Ale.

A Brooklin East é uma cerveja da americana Brooklyn Brewery, no estilo IPA, aquela do tipo especialmente fermentada, lembra? Pois bem. Cerveja esperada e muito bem recebida. A começar pelo aroma: herbal. No sabor, o amargor de uma IPA, com a intensidade do lúpulo e uma finalização de ervas sensacional. Aliás, sensacional é a palavra. Sim, IPA é amarga, mas a Brooklin East tem uma formula bem balanceada, que denota tanto o aroma de ervas, o amargor do lúpulo e o adocicado malte caramelo. Uma coloração mais escura, âmbar porém cristalina. Sua aparência e sabor nada se identificam com a simplicidade de seu rótulo verde e vermelho, em garrafa long-neck.


É difícil escolher uma cerveja perfeita entre tantas em tão pouco tempo. Foram mais da Colorado, da Abadessa, uma garrafa muito bem dividida de Delirium, cervejas de trigo, com frutas, amargas e até mesmo muitas latinhas de Itaipava e Skol. Sim, porque samba que é samba pede lata de cerveja na mão.

Por isso, vamos repetir a(s) dose(s) em um próximo fim de semana, talvez com a mesma companhia de risadas, impressões positivas e devoção pela cerveja, pelo samba e pela boemia, com o perdão do trocadilho!

E um brinde especial ao tremoço!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Envelheço na cidade

Hoje completo mais um ano de vida. Cada aniversário é para mim muito mais do que simplesmente somar 1 ano à idade. Na verdade é um ciclo que se encerra para dar início a um novo.

É a hora de se avaliar, refletir, repensar atitudes, crescer... amadurecer. Deixar aos poucos de enxergar tudo em preto e branco. Somar cores à compreensão do mundo.

É saber dosar a ingenuidade do pequeno beija-flor (às vezes tão necessária) e ao mesmo tempo, aproximar-se mais um passo da sabedoria da coruja.

Ah! A Coruja!

A coruja é uma ave de hábitos noturnos, tal qual os amantes da cerveja. Além de ser símbolo de sabedoria e mistérios, assim como as mulheres. Com a bagagem adquirida neste último ano sinto-me assim, mais sábia (principalmente no quesito cerveja) e viva, extra-viva, para aproveitar cada oportunidade misteriosa que a vida nos oferece dentro de um universo de possibilidades.

E se este é o tema deste post, nenhuma cerveja seria melhor para ilustrá-lo do que a Coruja Extra-Viva.

Fabricada no sul do Brasil a Coruja é uma cerveja viva, o que quer dizer que é uma cerveja não pasteurizada. Mas se não é pasteurizada é chopp, certo? Mas você já viu chopp em garrafa? Pois é. Nada mais de enxergar as coisas em preto e branco.

A Coruja é uma cerveja não pasteurizada, não passa por temperaturas elevadas e não possui conservantes. É servida em um frasco de remédio antigo com rótulo serigrafado diretamente no vidro. Sim, desde sua apresentação nota-se que é um espetáculo de cerveja.

Lançada em 2007 a Coruja Extra-Viva é feita com lúpulo, fermento, água e três vezes mais malte de cevada. Segue a lei de pureza alemã e é bem encorpada. Sua espuma é densa, abundante, e persistente na medida certa. Coloração âmbar e o aroma de pão que eu amo de paixão. Seu sabor é, como o nome sugere, vivo, forte, intenso, marcante, sabe? Assim como as mulheres de 30. Possui uma harmônica mistura levemente adocicada e um amargor com toque ácido. Daquelas cervejas realmente inesquecíveis.

Ótima para encerrar uma noite de degustação. Mas se estivermos no começo da noite sugiro a Otus Lager, a cerveja dourada da Coruja. Mais leve que a Extra-Viva, não tão intensa, mas de grande personalidade e profundo amargor residual.

Independente de ser Otus, Alba, Strix, Viva, Extra-Viva, cerveja ou chopp, o importante é o que elas teem em comum além da marca Coruja. Todas são produzidas com cuidado e possuem sabores únicos além do 2° mandamento da coruja estampado no rótulo: Beba com sabedoria.

Mais um exemplo da sabedoria da Coruja? A empresa divulga movimentos artísticos, apoiando exposições, lançamentos de filmes, eventos de arquitetura entre outros.

A sabedoria pode se manifestar de várias formas, mas para mim o seu maior exemplo é perceber que o passar do tempo só nos beneficia. Por isso, cada aniversário deve ser frenéticamente comemorado, para celebrar o aprendizado, o crescimento que conseguimos obter de nossa vivência e da observação.

Observação da vida, do cotidiano, dos relacionamentos, dos rapazes desfilando, das mulheres a beber... um feliz aniversário, para mim ou pra você!