sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A cerveja perfeita existe!

Assim como o homem perfeito, o presente perfeito, o trabalho perfeito... todos eles existem. E tolo daquele que acredita que tudo é apenas ilusão. Porque o perfeito está dentro da gente, é visto apenas pelo nosso olhar. Pelo olhar do sonhador. Sim, porque o sonhador não se priva, não se limita, não se conforma; se existe mais, se existe melhor, busquemo-lo. Nem que isso seja a última e única coisa que façamos na vida.

Mas, para encontrar o perfeito, precisamos conhecer até mesmo o oposto daquilo que julgamos perfeito. Aquilo que nossos sentidos abominam. Aqui, no caso, falamos do paladar, mais precisamente o feminino. E sejamos honestas... poucas mulheres se rendem ao amargor.

Eu acredito sim na existência da cerveja perfeita. Mas ela definitivamente não é a Perigosa.

Um rótulo que chama atenção, por uma peculiar razão autoexplicativa. Sim, veneno. E a Perigosa Imperial IPA Stout primeiramente de fato se chamava “Venenosa”. Mas foram obrigados a trocar o rótulo. Cabível, vai que alguma criança que resolveu tomar veneno acaba por se embriagar com cerveja...

Então a Perigosa, vendida em simpáticas garrafinhas de 330ml (algo nela tinha que ser simpática), é uma IPA da cervejaria Bodebrown, de Curitiba. Chegou ao mercado este ano, e por mais amarga que seja, é muito bem recebida. Tem um aroma intenso, frutado até, o que inclusive se presencia no sabor, um leve toque de frutas tropicais. Manga foi a fruta citada na mesa. Ainda soma com o leve caramelado e a presença firme do lúpulo. No final, puro amargor, cortante, longo, intenso. De puxar o céu da boca e te deixar com cara de quem comeu banana verde. Pra quem gosta de cerveja amarga, um “copo” cheio! Pra quem prefere uma cervejinha de trigo com banana... bem, você fez o pedido errado.

E eu como sonhadora, mesmo passando por cervejas amargas, sem gelo, sem espuma, servidas de forma errada, continuo aqui, dizendo: Sim, ela tem que existir! Eu não posso deixar que um amargor mais intenso, que um erro na escolha do rótulo ou que um custo mais caro de vez em quando apague o brilho do meu propósito de encontrar a cerveja perfeita e me impeça de seguir adiante. As pessoas são diferentes, as cervejas são diferentes, esta é a regra básica da vida e dessa busca. O que nos resta é aprender como tirar o melhor proveito de tudo e lidar com estas diferenças, de maneira a ter grandes relacionamentos na vida e incríveis cervejas na memória.

Se eu comparar a busca da cerveja perfeita à busca do homem perfeito acima citado, comparo a Perigosa com um antigo relacionamento malsucedido. Desceu ruim, mas você sabe que no próximo rótulo pode estar a perfeição. Ou não.

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