Visualize aquela tarde de verão onde o asfalto faz curva. O suor corre pelo corpo e tudo em que você consegue pensar é no suor de um copo de cerveja bem gelada.
Sem forças, você apenas se joga no sofá e espera que o poder Jedi traga o boteco para a sua sala. De repente o telefone toca. Não é o boteco avisando que está chegando, mas sim uma amiga com mais forças do que você que fala as palavras mágicas: vamos tomar cer-ve-ja?
Sem titubear você lembra da máxima da montanha movendo-se em direção a Maomé e com um grande sorriso nos lábios responde: onde e que horas?
Então, três mulheres entram em um bar. Na cabeça a vontade de aprender sobre cerveja, no corpo a vontade daquele primeiro copo de cerveja que desce como água gelada no deserto.
O bar foi escolhido justamente porque uma delas (sim Sheynita, essa é você) ouviu dizer que ali tinham vários tipos de cerveja diferentes. Mas para nossa surpresa, era muito mais que isso, descobrimos que não era apenas um bar com uma grande carta de cervejas, mas simplesmente o bar com a melhor carta de cervejas de São Paulo (Melograno).
Os olhos de Catarina e Renatinha brilharam, tanto quanto no dia em que pela primeira vez sentiram-se grandes e adultas o suficiente para tomar o seu primeiro copo de cerveja, mesmo sentindo que esse poderia ser o caminho para o lado negro da força.
Como crianças em loja de brinquedos, ficamos ali, tentando decorar o cardápio e tentando acertar qual a melhor relação custo benefício da casa.
Não adiantaria pedirmos uma cerveja muito cara, sendo que ainda não temos conhecimento o suficiente para apreciá-la adequadamente. Cerveja merece respeito, e para tal o melhor passo é admitir que ainda estamos engatinhando nesta arte.
E se é para engatinhar... ninguém sabe ao certo onde a cerveja surgiu, e para alguns historiadores é a bebida alcoolica mais antiga do mundo, com cerca de 8 mil anos.
A primeira cerveja que escolhemos foi a Krombacher Alemã, pilsner (muito calor, queríamos cervejas leves). Desceu muito bem, e deixou um leve amargor na boca. Foi muito bem recebida. Não tem um teor alcóolico alto (na realidade, foi o mais alto do dia: 4,8%) e tem baixa fermentação.
Depois de muito papo, pedimos a Tcheca 1795, uma premium lager desta vez. Bem cristalina com uma cor intensa (tão intensa que nossa Livinha - de 5 anos - inclusive sugeriu nos acompanhar e pediu um guaraná, dizendo que também estava bebendo cerveja!), mais saborosa, achamos o inverso da primeira, mais amarga no início e sabor residual agradável com um toque amargo bem sutil. Desceu bem, tão bem que, com o calor de cerca de 33ºC, acabou em menos de 20 minutos: estava apaixonantemente gelada.
Agora é a hora, a hora em que fomos conversar e pedir uma ajuda para escolher a cerveja. E ganhamos primeiro uma história muito bem contada, mas não imaginávamos onde essa história iria nos levar.
Escolhemos a cerveja Slava, da cervejaria Abadessa, que fica no Rio Grande do Sul (sim, ela é brasileira). E a história é que esta cerveja não é filtrada e além disso ela é feita com fermento fresco. Depois de produzida ela deve ser mantida gelada, inclusive no transporte. Caso esquente, ela estraga. Aliás, percebemos isso: se fica muito tempo parada no copo, a espuma já se torna mais espessa e seu gosto modifica.
Então, ela chega em um balde de gelo, numa garrafa sektflasche de tampa swing stopper, ela é aberta e servida. Tem um aspecto turvo e opaco, delicadamente aproximamos o nariz da fina e frágil taça onde é servida, e então uma onda de expectativas preencheu nossos pulmões, o sorriso foi inevitável e a ansiedade de experimentá-la nos fez dispensar o 3° brinde. Um sabor peculiar, a primeira cerveja aprovada já com o olhar, com um gosto residual levemente salgado na boca, o que sugere uma acompanhamento perfeito à carnes maturadas.
Foi aí... exatamente neste ponto... que uma mesa um tanto quanto descrente, onde podiam-se ouvir alguns resmungos e muitas dúvidas e aflições sobre a vida, transformou-se de repente na mesa mais animada do lugar. Onde o sorriso era fácil e dominava a crença de que coisas boas acontecem com pessoas boas. Simplesmente frases como: "nossa gente, a vida é linda" e "de repente parece que ouço Frank Sinatra" eram lançadas à mesa.
Em homenagem a Slava (sua menina linda!) fizemos diversos brindes. Fomos obrigadas a repetir o pedido na 4ª garrafa. E saímos de lá todas felizes e flutuantes. Deve ter sido culpa do fermento.
Este blog é culpa dela. Culpa da melhor cerveja que provamos até então. Ela é a estrela principal do nosso primeiro post, será o nosso parâmetro, o primeiro passo de nossa jornada em busca da cerveja perfeita.
Todas as cervejas serão rigorosamente testadas a partir de agora, e comparadas com a nossa atual eleita. Para isso a equipe se prepara, agendando visitas à fabricas de cerveja e lendo muito sobre o assunto, para que possamos ter conhecimentos a serem aplicados na prática.
O que ganhamos com isso? Oras, o prazer de degustar muitas cervejas diferentes, de aprender sobre uma paixão e principalmente a diversão e as surpresas que reservam qualquer jornada.
Keep Walking...
Eba!! A Livinha lá no fundo de uma das fotos! kkk :)
ResponderExcluirOpa, desta experiência compartilhei e gostei muito das cervejas que provamos.
Bjinhos
Adorei! Qdo forem degustar outras, podem me convidar!
ResponderExcluirBeijos!
Ae meninas td bem?
ResponderExcluirComprei uma 1795 e uma Eggenberg, para acompanhar a tarde de jogos da Champions League hj...A 1795 sei que ja esta aprovada, porém deixo aqui meu post após a degustação dessa maravilha ainda não provada ou mesmo postada por vcs..
Td bem Bruno.
ResponderExcluirQueremos mesmo saber a sua opinião para comparar com a nossa. ;)
Vamos ver se mulheres e homens sentem mesmo tantas diferenças ;)
Boa tarde garotas, td bem?
ResponderExcluirComo já diziam os mais antigos..."Não
beberás,antes das 10 da manha". Respeitando os
mais antigos aqui da casa, tomei meu café, com
pães, frios, sucos e frutas para então abrir
meu domingo.
Por volta de 1 da tarde, antes daquela bela
macarronada dominical, como aperitivo, tomei
aquela 1795 gelada, que estava na minha
geladeira.
Como havia prometido, voltei para comentar meu
gosto sobre essa loira tcheca.
Assim como as nórdicas mulheres do país, ela é
suave, de sabor único, com um final amargo que
se confirmada for a comparação antes feita por
mim, as mulheres Tchecas no final do
relacionamento devem ser bem amargas ;D.
Em suma, foi interessante conhecer esta
charmosa Tcheca.Porém ainda voto nas holandesas
e mexicanas,Heineken e Sol. E correndo por fora
a Argentina Quilmes, como minhas loiras
favoritas.
olá Bruno, então... acho q regras foram feitas paar serem quebradas, mas respeito é fundamental... rs
ResponderExcluirNão sou fã da Heineken não e nem da Sol, e qto a 1795 ela foi aprovadissima por aqui, se é como as mulheres tchecas eu não posso te dizer, mas com certeza é uma cerveja de personalidade ;)