domingo, 25 de dezembro de 2011

Então é Natal! (Aleluia...)

Depois de muito tempo consegui entender o verdadeiro espírito do Natal. Consegui unir meu lado infantil, que adora as decorações, tem fascínio por árvore de natal, come quilos de panetone compulsivamente e adora dar - e receber - presentes com o perfil da Catarina, que de vinhos natalinos e champagnes passou a provar e conhecer as cervejas especiais da época.

Já na semana passada, em uma visita ao Empório Alto dos Pinheiros, pude começar as degustações festivas natalinas, com a Delirium Noel. Vale lembrar que, nas terras de produção das cervejas especiais de Natal, o clima é outro. O hemisfério norte goza do frio do inverno, flocos de neve dão o toque blasé do Natal do Papai Noel, que se protege então com sua barba, gorro, casaco e botinas. (Pausa para uma oração tipicamente natalina por todos os papais noéis de Shopping brasileiros, que derretem durante o mês de festividades no nosso típico clima de verão)

A Delirium Noel (na realidade, Delirium Noël, assim, com trema, olha que gostoso!) é uma Strong Dark Ale, forte como o nome diz, mas com um toque azedinho de frutas vermelhas, bem leve e encoberto pelo amargor do lúpulo e o caramelo torrado. Ainda, um tanto condimentada. Uma belga que traz a sensação de Nostalgia – e que me encaminha para ter provado todas da família Delirium. Cerveja de alto teor alcoolico como toda Delirium, tem 10% de ABV.

Acompanhando a ceia de Natal, logo após a meia noite, um suculento prato de inúmeros itens natalinos, com passas e castanhas mil, uma BrewDog especial: a There is no Santa. No rótulo, um texto que traduz o espírito natalino e irônico da cervejaria:
“Hark! A limited edition seasonal stout brewed with cocoa nibs and ginger stems. In the true spirit of Christmas ’cheers’ we at BrewDog have taken it upon ourselves to create a Santas’s little helper for all those battling through the festive season. Our crack team of elves, penguins and red nose raindeer have been crafting, brewing and perfecting this warming winter stout as a reward for all those driven to the brink and back in the name of Noel. Now all you have to do is don that customary yule tide sweater and find a roaring open fire to enjoy it by. In fact this beer is so good, we specifically advise against sharing it with any chimney intruding, night time visitors. Oh and just remember, this BrewDog’s not for life, it’s just for Christmas.”

A cerveja traduz exatamente a sensação que tive no que considero fim da infância, quando descobri que Papai Noel não existia, não era invisível e não tinha dinheiro pra comprar tudo que eu queria. É amarga, o que hoje eu até gosto – na cerveja. Uma Stout bem sazonal, não é aquela cerveja que vou pedir em outra ocasião senão fazer brincadeiras com o nome. Embora seja MUITO boa, tem um quê de irreverente demais. Temperada, com o gengibre (que faz sucesso na temporada) bem denotado, acompanhado de outras especiarias como canela, baunilha e o peso do lúpulo, além do forte sabor do caramelo torrado, como qualquer Stout. Uma espuma tão densa que parece que seca. A farofa adocicada e o tender agradeceram.

Na tarde do domingo de Natal, almoço de família e mais um exemplar sai da geladeira. Aliás, minha família ainda não entende bem pra quê eu paro de comer pra tirar foto e nem com que propósito tem tanta cerveja “estranha” no meu quarto. Enfim... foi a vez da Christmas Porter, também uma BrewDog. Novamente, um texto interessante no corpo da garrafa, em forma de poema:
"An Ode To The christmas Porter:
Hark! The sound of hurried footspteps come
The countdown to Christmas has begun
The hijacked season of joviality
That's more about consumers than cordiality
Yet the Yuletide frenzy wasn't always this way
When a non-nanny state made you work Christmas day
Like the porters of London who toiled by the river
Continuing to graft with hands ass a-shiver
But whenever shift's end did begin to near
The porters would reach for theis namesake beer
So if the numb gnaw of winter has begun to bite
Or the wish lists of some are enough to cause fright
Just pick yourself up a reward as you go
And if you need an excuse, the porter said so." 

A Christmas Porter é uma versão da Alice Porter, que saiu de linha há algum tempo. Uma Porter de espuma densa – mas menos que a There is no santa - com cacau, raspas de laranja, gengibre e pimenta. Sim, pimenta, bem forte, bem sentida, bom colocada no rótulo e que chama atenção: chili. Aliás, o pessoal da BrewDog não para de inventar nas receitas das suas cervejas, que têm como características ser um chute no estômago de tão fortes. Esta dá até aquela travada na boca de tão amarga, tem um final seco, uma queimadinha leve na ponta da língua, o torrado característico das Porters e o chute da BrewDog. O que a faz muito boa!

O Natal acabou com a companhia de amigos em casa, rodeados de Heineken e Stella, e finalizando com aquele licor de cerveja comprado na Eisenbahn na Oktoberfest – o que, claro, vai virar um post. Um Natal agradável, cheio de surpresas, descobertas, presentes (entre eles as BrewDogs acima) e boas risadas. Ah, e muita, muita comida, mérito de Amélia, aquela que cozinha.

Ho ho ho!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Ah o verão!

Nada como estar de volta à melhor estação do ano. Por mais que dias de inverno me inspirem, me deixem elegante e me façam reviver aquela fase da vida que jamais esquecerei, eu sou uma garota do sol. Céu azul e óculos escuros, aquela sensação gostosa de sair do ar-condicionado e sentir o quente do sol na pele.

E, para falar de verão, a escolha foi um rótulo que está se tornando popular em terras canárias: a Dos Equis (XX). Mexicana, importada pela FEMSA, que pode ser encontrada em alguns bares e restaurante que nem mesmo são de cervejas especiais. Eu mesma a provei em horário de almoço, perto do trabalho, no Boteco Ferraz (onde aliás eu havia pedido uma weissbier, que o garçom veio me servir em um copo baixo de boca larga. Não né...). Produzida pela cervejaria Monctezuma Brewery desde 1897, foi inicialmente nomeada Siglo XX (século vinte) em homenagem ao século que iniciava por seu criador, um imigrante alemão chamado Wilhelm Hasser. Após a chegada do novo século, ela foi renomeada para Dos Equis (ou seja XX).

Uma representante tipicamente latina: uma cerveja lager, muito suave ao paladar e quase nada amarga. Famosa no mercado mexicano e na região do Caribe. Com sabor revigorante e refrescante, a cerveja é leve e possui um agradável sabor de malte. Vou repetir: leve, muito leve. Daquelas que, sem perceber, vão-se inúmeras long necks. Não pesa, não empapuça, dá vontade de mais. E não tem um ABV alto: 4,5% ( o que ainda me impede de dirigir, mas...)

A Dos Equis cumpre o que uma boa cerveja em dia de verão promete: refresca, alegra, dá sabor no dia. Seja dia de praia, de piscina ou até mesmo de trabalho.

Um brinde ao verão!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Adiante, bela Austrália!

Austrália de costas largas, um azul intenso em seus mares e olhos e um sabor intenso. Austrália de amigos verdadeiros e uma companhia incomparável. Austrália de um sotaque carregado. Grande Austrália...

Sim, em um momento em que me pego perdida em grandes lembranças aussies, me pego provando uma Golden Ale australiana, a James Squire Golden Ale, a primeira cerveja australiana.

A cerveja tem uma história interessante: foi fundada por James Squire, um criminoso condenado por roubo diversas vezes enviado para o “Novo Continente” em 1785. Ele chegou a ser condenado anteriormente a vir para a América, mas serviu ao exército para evitar a punição. Porém, após roubar alguns galos e galinhas de um quintal, foi enquadrado no programa de transporte de presidiários para a Austrália. James é tido como a primeira pessoa a conseguir cultivar lúpulo no país naquela época. Morto em 1822, o funeral de James Squire foi, até então, o maior já realizado na colônia inglesa. Aliás, mais interessante ainda é saber que os presos eram enviados às colônias para povoar a região e para os ingleses se livrarem de criminosos na Inglaterra. Logo, haviam muitos condenados vivendo na Austrália. Novo!

Voltando à James, fundou a cervejaria que até hoje permanece artesanal, mesmo comprada por grandes corporações da região. Mesmo de mais de 200 anos depois, com seu rótulo old fashion com um toque de “feito à mão”, servida em garrafinhas afuniladas de 345ml. Comprada no quiosque da Mr. Beers por módicos R$18,00. A Golden Ale apresenta uma coloração caramelo-alaranjada bonita, âmbar, translúcida e uma espuma densa. Um aroma amadeirado, herbal, fechado, que já denota sua principal característica: o amargor, que impressiona, surpreende. Um lúpulo evidente, porém com um leve adocicado presente, bem característico das cervejas inglesas. Desce seca e maltada, com o final novamente amargo. O que não a faz ruim, de maneira nenhuma – eu gosto das amargas sim, equilibra a vida e remete àquelas lembranças.

É... Austrália de homens, sabores e histórias. Um dia eu escrevo de lá...

Cheers! (com sotaque bem carregado)

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Tem mas acabou

Nada fez mais barulho na internet ultimamente do que o enfim lançamento da Duff, a tal cerveja do Homer aqui em São Paulo. Mil releases anunciavam a festa de lançamento na quinta-feira passada e a distribuição em primeiramente 30 pontos de venda em São Paulo. O preço: R$10.

Na quinta-feira liguei no Empório Alto dos Pinheiros, um dos locais favoritos para degustações, que estava na lista dos locais que teriam a tal e a atenciosa Zenilde claramente não sabia do que se tratava quando disse que receberiam e que o lote era grande. Eu, tranquila, avisei os amigos e fomos todos, equipe completa, provar tal lançamento.

#fail

Tem mas acabou. Na sexta-feira mesmo, rolou fila. E isso não só no Empório. Na segunda-feira, fui ao Johnny Peppers. Em vão. E assim em muitos outros lugares, que receberam e a demanda não atendeu à imensa procura.

E cá estou eu, esperando que, por coincidência, sem mais expectativas, encontre com a tal cerveja do macho, para poder dar as minhas considerações.

Considerações esta que já adianto: tenho a impressão que a Duff deve ser muito parecida com a Budweiser. Não sei porque mas tenho este feeling... inclusive um amigo que a provou concordou comigo, mas enfim... maiores conclusões só depois de provar, nada mais justo.

E para quem provou: Cheers!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

10 dicas para aproveitar melhor sua cerveja

Navegando por aí pela internet, eis que em um site predominantemente masculino – que meu lado menino e bagunceiro adora! – encontro dicas preciosas sobre cerveja. Achei de fino trato dividir. Sem antes, claro, dar um toque feminino à coisa. Digno.
São 10 dicas e curiosidades, simples, para que possamos aproveitar melhor nossa cerveja. Algumas são clássicas e sabidas, outras novas e curiosas, mas todas uma importante lição para quem se interessa em beber bem.

1.    Gelada demais x gelada de menos
Enquanto gourmets e fãs de cervejas especiais afirmam que a bebida, quando servida em baixíssima temperatura, perde sabor e aroma,  grande parcela da população, consumidora das pilsens comuns, prefere a garrafa “trincando” de gelada. Difícil é dizer quem está correto. Como a forma de consumo é um hábito – e um prazer – o certo mesmo é fazer o que lhe agrada. Embora seja importante salientar que mesmo as Pilsens, as cervejas que devem ser consumidas mais geladas, começam a perder sabor quando estão abaixo de 4°C. Ainda, as bebidas excessivamente geladas amortecem as papilas gustativas e isso influencia no sabor. Ou seja, por mais refrescante que a cerveja esteja em um dia de sol, não se estará apreciando o líquido na sua melhor forma. As cervejas mais encorpadas, como as trapistas por exemplo, devem estar por volta de 14°C, contraindicada então para dias quentes ou ambientes sem ar-condicionado!


2.    Como gelar mais rápido?
Churrasco ou festa de última hora, onde os convivas levam o pack de cerveja em temperatura ambiente tem solução. Existe um artifício, comumente usado em baladas, para a cerveja gelar em minutos.
O segredo é químico: trata-se apenas de combinar os fatores temperatura baixa e superfície de contato. Colocar a cerveja para gelar no freezer é de fato a forma de se atingir a temperatura mais baixa possível, mas isso é demorado, já que o ar não é o melhor condutor de temperatura. A forma mais rápida é colocar bastante gelo e água, que envolve toda a embalagem da cerveja e esfria o líquido rapidamente – o que em outra forma oposta chamamos de “banho-maria” (claro que tinha que ter nome de mulher...).
Adicione à esta mistura sal e álcool, que junto com a água e gelo deixam a temperatura ainda mais baixa, tornando o processo ainda mais rápido. Só não se esqueça de lavar a embalagem antes de consumir. E de nunca comprar álcool com eucalipto.

3.    A escolha do copo é importante?
Independente do tipo da cerveja, é importante que o copo seja, ante de tudo, incolor e transparente. Só assim é possível observar a coloração e a formação de espuma da bebida. O formato também faz diferença de acordo com o tipo da cerveja e, se bem escolhido, tende a potencializar suas características. Apesar de existirem modelos ideais para cada rótulo algumas regras gerais podem ser seguidas:
- cervejas leves podem ser bebidas em copos tipo tulipa ou em taças com “pezinho” — ele impede que o calor da mão esquente o líquido;
- os exemplares mais aromáticos devem ser degustados em copos com bojo largo, que favorecem o desenvolvimento dos aromas;
- cervejas weiss têm alta carbonatação, grande formação de espuma e um fermento que fica no fundo da garrafa e que deve ser misturado à cerveja. Por isso, se faz necessário usar aqueles  copos compridos e mais largos no topo, que comportam 500 mililitros, chamados de weizen;
- copos americanos são úteis para beber cervejas leves bem geladas. Como é pequeno, o consumo do líquido é rápido e não dá tempo da bebida esquentar, mesmo com o calor das mãos;
- as de tipo champenoise, feitas com um método de fermentação semelhante ao do champanhe, devem ser bebidas nas taças indicadas para esta bebida, do tipo flûte.

4.    Onde guardar?
Cerveja não é vinho. Isso serve tanto para o consumo quanto para o armazenamento. A cerveja, quanto mais jovem for consumida, melhor. Então, armazenar não é muito aconselhado. De qualquer forma, para guardar garrafas e latas, o melhor é mesmo a geladeira, ou, ao menos, um ambiente fresco e protegido do sol.

5.    Latinha x garrafa
Eu particularmente não gosto muito de cerveja em lata, salvo as exceções das festas e churrascos. Mas a verdade é que não há nenhuma diferença. O processo de produção da bebida é igual. O que existe é uma pequena diferença de resistência da garrafa, que acaba retendo mais gás carbônico, mas isso é imperceptível ao paladar. Continuo discordando.

6.    É melhor gelar a garrafa deitada ou em pé?
De novo, cerveja não é vinho. Em pé, porque ainda se tem um pouco de ar residual na garrafa e o oxigênio é prejudicial à cerveja, pois causa o envelhecimento do líquido. A garrafa em pé diminui o contato com o ar. Mas hoje a maioria das cervejarias trabalham com o mínimo de oxigeno residual, o que diminui a diferença entre uma e outra posição para armazenar e gelar.

7.    Que tal uma degustação?
Para começar, é indispensável que os copos estejam limpos e secos. O ideal é seguir uma linha para guiar a degustação: cervejas diferentes de um mesmo fabricante ou cervejas do mesmo estilo, mas de fabricantes diferentes. Escolhidos os rótulos, é indicado começar com as mais leves primeiro, partindo para as mais encorpadas e alcoólicas. Para aguçar os sentidos, é aconselhável que os participantes não tenham consumido bebidas alcoólicas no mesmo dia. Para perceber as características de cada bebida, é essencial que elas sejam servidas na temperatura adequada.

8.    Quais as cervejas mais refrescantes?
As cervejas do tipo larger, em especial as pilsens são as mais indicadas. Porém isso não se restringe às marcas populares. As pilsens tchecas, por exemplo, são extremamente refrescantes (como já disse sobre a Czechvar). Ainda, outras opções, como as bières blanches (feitas de trigo) são excelentes pedidas para o calor. As cervejas de trigo da Alemanha também são bem refrescantes e as lambic com frutas também podem ser boa opção de aperitivo em dias quentes.

9.    Existe drinque com cerveja?
Para Catarina, por uma questão de alter ego, o melhor é a Michelada. Drink popular no México, consiste de limão, um pouco de sal (tem quem coloque pimenta chili  também) na borda do copo, cubos de gelo, e cerveja pilsen. Há variações da bebida em outros pontos da América Latina, que pode levar suco de tomate e outros temperos. Nos EUA também é possível encontrar variações de margaritas feitas com cerveja, assim como no Brasil alguns bares já se arriscaram a oferecer caipirinha de cerveja – o resultado é um refresco de cevada, com sabor diluído e “temperado” pelo limão.

10.    O que é a cerveja “choca”?
Três efeitos indesejáveis na cerveja podem resultar numa bebida alterada, chamada popularmente de “choca”:
a) perda de gás carbônico, por conta de algum defeito na tampa ou pelo “esquenta-esfria” da garrafa, que faz a tampa se contrair e expandir – e, consequentemente, escapar o gás;
b) cerveja “velha” ou mal transportada ou armazenada e que perdeu suas características ideais;
c) coagulação da proteína da cerveja – de novo por causa do processo de “esquenta-esfria” feito algumas vezes. Nesse caso, a bebida não tem sabor alterado, mas seu aspecto fica comprometido, levemente leitoso, num efeito chamado de turbidez.

Mas a dica mais importante, que eu chamaria de 11ª, seria: beba com moderação. E não falo somente da mistura péssima de bebida e direção, falo sobre beber bem, o que é diferente de beber muito. Aproveitar o sabor da cerveja depois de muitos e muitos copos se torna impossível – principalmente de se lembrar. Mesmo as cervejas mais gourmets tem alto ABV e podem dar a fantástica dor de cabeça no dia seguinte (nunca me esqueço dos 3 litros de München em um pub que me causaram o pior domingo da vida). Portanto, separe os objetivos. Se o intuito é beber muito, faça-o rodeado de pessoas conhecidas e confiáveis, prepare o Engov e o kit antirressaca e aproveite!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Natural de Pomerode, representando a Alemanha

Alimentar expectativas é arriscado. Mas quando estas são supridas... ah, nada melhor! Sim, eu nutri uma absurda expectativa ao ir para Blumenau, e por mais que sinta que fiquei muito pouco tempo, fiz o suficiente. Este é o terceiro e último post rendido pelos dois dias em terras pseudo-alemãs.

Na realidade nem falo do evento, e nem de Blumenau. Foi em Pomerode, uma cidadezinha meiga a poucos quilômetros de Blumenau, conhecida com a cidade mais alemã do Brasil,  que conhecemos a Cervejaria Schornstein. Fundada em junho de 2006, está sediada em um prédio tombado pelo patrimônio histórico, com cerca de 50 anos de existência e que tem uma chaminé de 30 metros de altura toda de tijolos maciços (por isso a referência logomarca e no significado do nome da fábrica). Tem ainda uma segunda fábrica na cidade de Holambra, em São Paulo.

Na fábrica em Pomerode, visitamos o bar da fábrica, o Schornstein Kneipe, onde servem petiscos tradicionais da culinária holandesa e alemã e ainda sugerem harmonizações para cada tipo de chope. Um pão fascinante e porções muito apetitosas e bem preparadas.

Ao chegar, pedimos o menu degustação, com os cinco tipos de cerveja que fabrica: pilsen natural, pilsen cristal, weiss, pale ale, bock e imperial stout.

A mesa, composta de 5 adoradores de cerveja foi unânime ao eleger o chope pilsen natural não só o melhor do local, mas o melhor da viagem. Foi então que vimos: uma torre de chope natural a caminho da mesa vizinha e não hesitamos. O chope é denso e encorpado, espuma densa, de cor mais turva. Um forte gosto de fermento, pouco  - bem pouco – amargo, talvez porque o lúpulo não se faz presente. Mais um excelente exemplar que segue a Lei da Pureza alemã (aquela...), uma cerveja de atributos tão naturais como aquela que a apresenta!

Sim, encontramos a cerveja perfeita! A perfeita para celebrar, comemorar e depois relembrar uma viagem curta mas sensacional.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

De rosa e de 11, Catarina também comemora!

Onze.

Meu número, e hoje ainda mais. Meu aniversário.

E pensando em números, pensei em cerveja. Não, não existe uma cerveja de rótulo 11. Existiu, mas foi retirada. Mas existem tantas outras que até marcaram passagem aqui pelo blog. Entre elas, dois exemplos:

A 1795 foi a primeira cerveja que, então Renatinha e eu, tomamos no Melograno, de onde veio toda a ideia do blog e da busca que persiste – mesmo apesar dos pesares.

Ontem, na exata virada comemorei com um amigo querido – desses novos que a vida nos presenteia – com uma 1906. Cerveja que me marcou num evento entre amigos.

Números e sabores. Números e cheiros. Números e cores.

Por isso, minha cerveja especial de aniversário, por razões emocionais e, para quem me conhece, até obvias, é a Hoergaarden Rosée.

Hoegaarden porque é Hoegaarden e das mais simples cervejas, uma das favoritas.

E Rosée... como eu disse, quem me conhece sabe que tenho rosas desde o pé até no meu registro de nascimento.

Este exemplar colorido da querida Hoergaarden nada mais é que a cerveja branca com adicional de framboesa. Doce, frutada, uma típica fruitbeer. Deixa o toque rosa com seu creme salmão, o sabor doce e ainda, uma certa cremosidade que impressiona. Sem amargor nenhum, uma companhia perfeita para, quem sabe, um bolo de aniversário ou qualquer outro tradicional docinho da data.

Feliz, de aniversário a Hoegaaden, hoje comemoro uma fase muito boa da vida. Foi em 2011 que a paixão por cerveja floresceu, e tem crescido a cada dia, a cada rotulo, a cada novo amigo que esta nova “empreitada” me traz.

Em 2011 eu conquistei mais do que só mais um ano de vida. Foram incontáveis cervejas, incontáveis risadas, icontaveis boas companhias. Agradeço a todos que participam e me ajudam nesta busca da cerveja perfeita!

E é hoje, no dia 11, uma garota 11, que eu falo de mais uma no hall das favoritas. Rosa.

<:)

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Estação Oktoberfest. Desembarque pelo lado direito do trem.

Semanas conturbadas. Um misto de inferno astral, resoluções de final de ano e a sazonalidade do meu trabalho – que ainda não é só cerveja – me afastaram um pouquinho daqui. Sinceras desculpas.

Ainda em clima de Oktoberfest, ainda lembrando da visita à fábrica da Eisenbahn, ainda lembrando daquele final de semana cheio de viagens, chuvas e histórias.

Falando em história, falemos da história da Eisenbahn. Cervejaria nacional localizada em Blumenau – SC – desde 2002 e em 2008 comprada pelo Grupo Schincariol, é uma das poucas nacionais que produz seu chope seguindo a Reinheitsgebot, a “Lei de Pureza Alemã” (aquela que um dia um rei que acordou de ressaca e uma maldita dor de cabeça e resolveu que não haveria mais nada nas cervejas além de malte de cevada, lúpulo e água). Sua fábrica fica ocalizada ao lado de uma antiga linha de trem em Blumenau, o que serviu de inspiração: Eisenbahn em alemão significa ferrovia. A Eisenbahn é premiada internacionalmente,sendo a primeira cervejaria da América do Sul a conquistar o European Beer Star, com 2 medalhas de bronze. Vale ainda citar que a Eisenbahn foi citada o livro de Michael Jackson, um dos melhores escritores e conhecedores de cervejas do mundo. Esse livro é como se fosse um guia de cervejas de todo o mundo e a Eisenbahn é a única cervejaria brasileira que aparece na página da América Latina.

Entre tantas outras menções e prêmios, a Eisenbahn é umas das estrelas do maior festival de cerveja. E como não poderia deixar de ser, tem uma receita específica para tal: A Eisenbahn Oktoberfest. Feita para celebrar os 25 anos da maior festa alemã fora da Alemanha, a Eisenbahn lançou a primeira Cerveja Oktoberfest feita no Brasil. Desenvolvida especialmente para o festival, é produzida somente de setembro a outubro. É uma cerveja lager de corpo médio, cristalina, com coloração dourada escura, e com aromas marcantes de malte, pão e cereais, apresentando leves aromas de lúpulo em simpáticas long-necks de rótulos azul-brilhante. É também considerada uma Märzenbier, já que segue o mesmo principio das cervejas do tipo.

Não, não a provei no festival, mas ainda antes da visita à fábrica, harmonizando com uma suculenta porção de polentas fritas e salsichões, além claro de risadas, amigos, chapéus, copos e souvenirs e, entre os 4 amigos, outros 2 tipos de cervejas da marca. Para mim, a cerveja mais leve da mesa, que contratou muito com o clima do local: frio, nublado e chuvoso.

Então, na sequência e para aquecer, dei início a prova de todas as cervejas da Einsenbahn. Minha favorita? Ainda a Oktoberfest!

Prosit!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Ein, Zwei, G’sufa... Oktoberfest!

(um, dois, beber... Oktoberfest!)

Existem coisas, pessoas e oportunidades na vida que a gente arranja motivo pra não deixar pra trás. E a Oktoberfest foi uma delas. Na realidade eu até agradeci por ter “postergado” a oportunidade de ir na Oktoberfest. Ano passado surgiu a vontade e o convite, que eu acabei passando. Ainda bem, porque este ano as coisas tinham um brilho diferente. Uma vontade diferente, um interesse diferente. E que bom, a mesma companhia!

Muita coisa tem acontecido ultimamente, eu ganhei novas companhias sensacionais, mas perdi algumas que ainda machucam. No final de semana em Blumenau, duas pessoas fizeram uma falta irreparável, por dois motivos diferentes. Mas é a vida, a gente não tem controle sobre o sentimento dos outros, né? Mal temos sobre os nossos...

Enfim... um final de semana de guerreira, como ouvi dos amigos. De anjo à alemã, de uma festa à fantasia em Santos na sexta-feira à Blumenau, passando por São Paulo, Navegantes, ônibus, taxi, avião. Nem eu sei como cheguei... Mas cheguei, e logo nossa visita no sábado à fábrica da Eisenbahn estava já agendada para as 16h. 5 grandes apreciadores de cervejas e petiscos, pedindo todo o arsenal do cardápio antes mesmo da visita à produção.

Touquinhas à postos, e a Amanda já começa seu discurso, mostrando maltes, lúpulos, cerais, explicando o passo-a-passo da velha produção de cerveja, barris, toneis, fermentação... aquele roteiro que todo cervejeiro A-D-O-R-A. No fim, fotos, fotos, e nossa prova da cerveja recém produzida. E, claro, a compra de souvenirs, onde eu me acabei com exemplares de Eisenbahn Oktoberfest e ainda um Licor de cerveja, que vai ser tema de um post futuro...

 
Inspirada na Oktoberfest de Munique, que ocorre há 200 anos, nossa versão brasileira é a maior festa alemã das Américas, com sua primeira edição em 1984 (quase a idade da Catarina!) e até hoje faz de Blumenau o principal destino turístico de Santa Catarina no mês de outubro. Embora o mote principal seja a cerveja, a Oktoberfest é folclore, tradição e cultura, com muita música, comidas típicas, danças e paradas com os costumes alemães preservados pelos imigrantes desde as formações das colônias vindas da Europa para o sul do Brasil. Em suas 26 edições mais de 17 milhões de pessoas já passaram pelo Parque Vila Germânica, ou seja, uma média de um público superior a 700 mil pessoas por ano.
A Oktoberfest original – uma das pretensões de viagem em curto prazo de Catarina - começou em 12 de outubro de 1810, quando o Rei Luis I, mais tarde Rei da Baviera, casou-se com a Princesa Tereza da Saxônia e para festejar o enlace organizou uma corrida de cavalos. O sucesso foi tanto, que a festa passou a ser realizada todos os anos com a participação do povo da região. Em homenagem à princesa, o local foi batizado com o nome de Gramado de Tereza. A festa ganhou uma nova dimensão em 1840, quando chegou a Munique o primeiro trem transportando visitantes para o evento. Passaram a ser montadas barracas e promovidas várias atrações. Neste local apareceram também os primeiros fotógrafos alemães, que ali encontraram um excelente ambiente para fazerem suas exposições. A cerveja, proibida desde os primeiros anos, só começaria a ser servida em 1918. Logo depois, os caricaturistas já retratavam a luta pelos copos cheios de cerveja e pela primeira vez pode-se apreciar nas telas dos cinemas a festa das mil atrações. Por consequência das guerras e pela epidemia de cólera, a Oktoberfest deixou de realizar-se 25 vezes. De 1945 até hoje, aconteceu ininterruptamente. Atualmente, a Oktoberfest de Munique recebe anualmente um público de quase 10 milhões de pessoas. O consumo de cerveja chega a 7 milhões de litros. (fonte: www.oktoberfestblumenau.com.br)
 
À noite, o evento, na Vila Germânica, e Catarina produzida com os costumes alemães não se continha. Um longa fila, uma longa espera, um evento lotado. E muita, MUITA gente bonita. Mais precisamente mulheres bonitas. Claro né, o sul e suas garotas aspirantes à modelos, seus olhos, peles e cabelos claros, seus biótipos de dar inveja à muita paulista. (Aqui cabe: não à mim, se tem uma coisa que faz parte do meu conjunto hoje em dia é a autoestima. Bora que o público é vasto gente...)

Música típica, comidas típicas, shows e atrações, muitas tendas das cervejarias locais, entre elas a Cervejaria Schornstein (um post futuro falará sobre a proeza do seu chopp natural), a Eisenbahn, de onde eu mal saí de perto, e minha primeira aquisição: o valioso caneco de chopp de 1 litro com o cordão característico. Fundamental. Foram 10 fichas de R$4,50, 10 chopps, e nem todos consumidos. Foi um sufoco vender as fichinhas no mercado clandestino e, na desistência, o erro: chopp de vinho. Foi neste momento que eu ouvi do Chefe Ali: “Catarina, você era meu orgulho, agora eu tenho vergonha de você.” 1,5litro de chopp de vinho e uma ressaca fenomenal no dia seguinte me lembraram que não importa quão cheiroso e convidativo o chopp de vinho pareça, ele é MUITO traiçoeiro. Sim, este eu digo com veemência: NUNCA MAIS.

Já quase na porta, debaixo de forte garoa (que a paulista que vos fala leva pra onde quer que viaje), um tropeço: um quiosque da AMBEV e a minha, a nossa, amada Hoeggarden. Justo no final, pela quantia de R$8,00 a “garrafa”. Também havia Stella Artois, Brahma (oficial) e muitas e muitas outras marcas do precioso líquido que adornava o evento com flores.

Hora de ir embora, que pela graça do horário de verão, tivemos uma hora a menos de evento. Cinco horas da manhã, e uma longa estrada nos esperava no dia seguinte. Que só não era mais longa que a minha estrada, que a cada cerveja, cada evento e cada pessoa que conheço, se mostra maior e bem mais interessante.

Na próxima semana: Einsebahn Oktoberfest, ainda em clima de folk germânico.

Ein Prosit!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Vai Vivi!!!!

Mais um começo de semana, nem tão tranquilo, já com um convite a postos: a Etapa Brasil do World Draught Masters Stella Artois. Seria nesta segunda-feira, 03 de outubro, que o representante Brasil seria escolhido para representar o país na final em Buenos Aires em 26 de outubro, competindo com outros 27 países. E lá fui eu novamente presenciar tal façanha, bem acompanhada de um amigo (já que a equipe feminina declinou) e com muito a conversar, conhecer assistir.

O local do evento, o Bourbon Street em São Paulo, foi uma excelente opção. Hostess elegantéeeerimas em todos os cantos, muitos e muitos garçons circulando com bandejas carregadas de chopes Stella Artois que mantinham nossos copos sempre – sempre – cheios, quitutes, canapés e acepipes muito saborosos e jazz. Muito jazz. 
E foi entre jazz, tango – Argentina né – e um pouquinho de Charles Chaplin, que eu tive o prazer de conhecer as meninas do Chat Feminino, os meninos do O Clube da Cerveja e enfim pessoalmente o @senarafa, da assessoria da Ambev. E a Catarina distribuindo a rodo o novo cartãozinho, tava que era um sorriso só! :D

Os concorrentes – de 21 bares de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – se apresentavam em grupos de 4, com direito à apreensão de quartas de final, semifinal e a grande final. Sim, apreensão, afinal eu estava super na torcida da Vivi, a única mulher desde as quarta de final, que foi ficando (e eu twittando), ficando (e eu twittando) e venceu! Alegria, alegria, a Vivi, além de uma graça de simpatia e linda, tirou o chope Stella com a maior maestria, seguindo todos os 9 passos e complementando com o sorriso que com certeza está no rosto até agora! A competição avaliou se os participantes seguiram à risca os nove passos do ritual de servir o Chopp Stella Artois. Além do respeito ao ritual, qualidade no serviço, habilidade, destreza e simpatia foram critérios eliminatórios.

A Vivi – Vivian Aline Salmeron – é bartender do Charles Edward, bar aqui em São Paulo há 8 anos, e já venceu a etapa Brasil em 2008, quando disputou o mundial na Bélgica (justo onde né?). Ela diz que seu segredo para vencer é “dedicação, tratar o chope como algo precioso, levar a sério o ritual dos nove passos e conhecer a história da bebida belga”.
Catarina e Vivi, pelas mãos de um fotógrafo militar já bem embriagado!

E o Mulheres e Cerveja vai continuar super in nessa competição e torcer MUITO para ter a primeira representante brasileira no hall da fama da Stella Artois.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

World Draught Masters - Stella Artois

Um começo de semana tranquilo e sem nenhuma novidade, algumas cervejas novas em folha compradas para degustação e então recebo um convite especial: o Encontro de Ativação do World Draught Master de Stella Artoir, que aconteceu dia 27 de setembro, na Botica do Quintana.

Claro que aceitei o convite sem pestanejar. Além de aceitar, fui a fundo sobre o assunto... o World Draught Master está em sua 15º edição, e a etapa final será dia 26 de outubro em Buenos Aires. O evento consiste em eleger o melhor tirador de chopp Stella Artois do mundo, aquele que segue com maestria o chamado “Nove passos para tirar o Chopp Stella Artois”. Curiosa, a primeira coisa que fiz foi saber sobre os vencedores e constatei: tem mulher sim entre os vencedores! Em 6 edições tivemos mulheres representando países como Bélgica, Nova Zelândia, Romênia, EUA, Austrália e Itália. Ah mulheres!

No evento, fomos apresentados ao ritual e conhecemos um pouquinho mais sobre a marca – já bem intima de Catarina, conforme você a vê abaixo admirando a fábrica em Leuven, Belgica.


Tirar o chope Stella foi simples mas carregado de emoção. Sim eu tremia. Em partes porque cerca de 100 pessoas me olhavam, em partes porque eu estava sendo julgada numa brincadeira para que pudéssemos testar e aplicar nossos conhecimentos. Mas principalmente porque ao pegar o cálice, todo um mundo voltou à memória. O bar se modificou, ao meu redor eu pude ver o pub, onde passei tantas noites de sexta e sábado, tirando por vezes centenas de pints numa só noite. Claro que não eram perfeitos, não eram milimetricamente avaliados, mas a sensação foi forte. Tão forte que eu voltei, no final do evento, para me testar ainda mais e fazer como os profissionais do campeonato: tirei dois chopes de Stella ao mesmo tempo, ambos com o colarinho recomendado, servido e tirado conforme o ritual. E por falar em ritual, apresentemo-lo:

1.O Cálice
O cálice foi criado para garantir a qualidade de Stella Artois em todos os detalhes: sabor, cor, aroma e espuma. Representa o requinte e a tradição de Stella Artois em todo o mundo.
2. A Purificação
É preciso ter certeza de que o cálice está limpo, livre de qualquer resíduo, inclusive de marca de dedos. Aqui o segredo é lavar bem, não segurar no corpo do cálice e sim na base, onde tem o brasão da marca. E para finalizar, secar o copo num rápido movimento segurando com a boca para baixo, evitando assim que fique água da lavagem dentro dele.
3. O Sacrifício
É, parece desperdício, mas o primeiro jato da chopeira não deve ser servido. O liquido que fica retido nos bicos não está fresco, e devemos garantir a qualidade desde a primeira gota.
4. A Alquimia
Deve-se inclinar o cálice à um ângulo de 45° e posiciona-lo abaixo do jato. Quando o chope atinge o cálice e começa a circular é criada a proporção ideal entre a espuma e líquido.
5. A Coroação
Um chope da qualidade de Stella Artois merece muito mais que um colarinho. Merece uma coroa, que é formada com o retorno do cálice para a posição vertical, quando este estiver com a metade do seu volume preenchido. A coroa evita que o líquido entre em contato com o ar, preservando seu sabor, aroma e temperatura. E tem gente que pede chope sem colarinho achando que está bebendo menos...
6. A Reverência
Chegou a hora de fechar a torneira. O chopeiro deve fechar rapidamente a torneira e retirar o cálice, sem deixar que caiam respingos. O líquido e o cálice jamais devem tocar a torneira.
7. A Guilhotina
Uma etapa não muito vista, mas além de importante, muito bonita de se ver. É onde o chopeiro deve retirar o excesso de espuma, utilizando-se de espátula especial de Stella Artois, inclinada num ângulo á 45°, passando-a sobre o cálice bem apoiado no balcão para retirar as bolhas maiores. Isso garante que a espuma dure mais tempo. Depois a espátula deve ser colocada num outro copo, com água limpa. Sem força, sem delicadeza, apenas na velocidade e com o toque ideal.

8. A Regra Inviolável
A coroa como vimos tem a importante tarefa, é fundamental para garantir o sabor e o aroma de Stella Artois. Além disto, ajuda a manter a sua temperatura. A altura ideal é de dois dedos: mais ou menos 3 cm.

9. A Premiação
Vire a marca do cálice para o cliente, segurando pela base e com a logomarca voltada para o consumidor. Enquanto ele se delicia com a sua obra prima, deseje “Saúde!”. 
Quer ver como foi fácil? Sim, esta sou eu:


Mesmo que “longo”, é um processo simples e rápido. O evento ainda deixou mais que o esperado: um livro sobre o World Draught Masters, um lindo cálice de brinde e mais: hoje é a etapa final Brasil, que conta com a participação de 21 bares de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Será no Bourbon Street, e estarei presente com amigos convidados para curtir, apreciar e matar mais um pouquinho de saudade da época em que estava do outro lado do balcão.

Ou seja, o assunto ainda não acabou...

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Porque é primavera!

Ah a primavera! Minha época favorita do ano, com certeza! O sol volta a dar sua graça com maior frequência, os ipês de São Paulo florescem com seu amarelo vivo, as amoreiras tingem as calçadas, as roupas vão ficando leves e coloridas.

A primavera denota fertilidade, a vida na terra, onde na agricultura celebra o tempo  em que as sementes são plantadas e começam o seu processo de crescimento e um maior equilíbrio das forças da natureza. Pela cultura pagã, a primavera é um momento ideal para fortalecer a energia de complementaridade ente homem e mulher. Ainda, o momento ideal de cultivarmos nossas sementes, já que é a época do ano que estamos mais ativos, dormimos menos, comemos menos e gastamos mais tempo ao ar livre.

Época de celebrar? Falemos de cervejas. E de flores.

Falamos muito de aromas florais, de fermentação floral, mas quando é que enfim teríamos de fato flores na cerveja? Conheço saladas de rosas (além de outras graças de rosas), perfumes feitos naturalmente de flores e tantas outras invenções. A cerveja não demoraria a entrar neste hall.
E foi então que as cervejarias americanas Dogfish Head e Samuel Adams inovaram e produziram a Savor Flower, uma cerveja colaborativa cuja composição inusitada: água de rosas, lavanda, hibiscus, jasmim e rosas, além de uma variante de lúpulo conhecida apenas como #369, que tem como principal característica ressaltar as notas florais da cerveja. É quase um buquê de flores engarrafado! Segundo os participantes do evento que a degustaram, a cerveja é clara, dourada, com o aroma doce e floral que é tão forte quando o sabor, que eles comparam à um chá de flores (ou de um pot-pourri).

Além de toda a botânica usada, a cerveja foi maturada em barris. Vejam neste vídeo todo o processo, da ideia à produção dos cervejeiros:


Infelizmente esta cerveja foi produzida somente para o evento Savor Craft Beer, em Washington, que ocorreu em Junho.  Esperamos que a ideia tenha vingado e que a Savor Flower entre no mercado. Cerveja com água de rosas para Catarina é como um ”body Shot”, e a curiosidade de conhecer este sabor está me matando!

E esta será a minha forma de celebrar a chegada da primavera neste final de semana: percorrer as ruas de SP, entre ipês e amoras, sempre em busca de uma cerveja perfeita, nem que seja só para esta estação...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Para um dia nublado, cerveja!

Em clima de Restaurante Week, nos últimos 10 dias já esgotei todo meu vale-refeição e visitei praticamente todas as opções ao redor do trabalho. Tenho comido bem, mas, mais do que isso, tenho comido muito. Ontem, ao conhecer o menu do La Pasta Gialla, prometi que seria o último. Mas hoje quebrei a promessa e fui almoçar no Empório Santa Maria. A opção de menu Restaurante Week lá é apenas para o jantar, mas a combinação dia cinza, multa de trânsito + pepinos no trabalho + TPM estava em clima de mau humor, e eu resolvi me agraciar com um bom almoço e uma cerveja especial. Porque eu merecia! Sim, TPM.

Pequei. As opções de cervejas no almoço do Empório são menor que escassas:. São 3: Guinness, Oettinger e uma australiana que mal prestei atenção. Apenas li o rótulo “cloudy wheatbeer” da Oettinger e pensei: combina com tudo!

Escolhida porque eu sou sentimental. E porque hoje, quarta-feira mais que cinza na capital paulista, eu precisava de um certo ânimo no dia. Escolhida porque no prato tinha uma seleção de queijos e pães caprichada. E também porque a Guinness já tinha sido pedida na mesa e eu com certeza daria uma bicadinha.

A Oettinger Hefeweizen é uma das cervejas de trigo mais vendidas na Alemanha.  Uma Ale de estilo German Weizen, é engarrafada com as leveduras utilizadas na fermentação (daí “Hefe”), o que a deixa com esta cor dourada turva característica. Além disso, o aroma adocicado de cravo e banana e o sabor encorpado típicos de uma boa cerveja de trigo se fazem presentes. Suave, com seus 4,9% de teor alcoólico que não comprometeram em nada minha volta à labuta! O ponto fraco: ser enlatada, o que prejudica a formação do creme e a mistura no copo... Não é nada que desonere a cerveja, mas se estamos aqui pra falar, falemos. Outro ponto fraco, que nem foi da cerveja mas do local onde comprei, foi o preço: R$ 22,00 a lata de 500mil. Mas até aí, o próprio almoço já tinha comprometido o orçamento. Como disse, pequei.

Enfim... sim, a Oettinger Hefeweizen foi perfeita. Perfeita para melhorar meu humor, para adoçar meu dia (junto com a sensacional torta de morango de sobremesa), para inspirar meu texto, para reunir dois amigos queridos...

Perdoem-me o trocadinho para finalizar, mas Tive um Perfeito Momento nesta quarta-feira cinza!

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Sexo, cerveja e acepipes

Hoje que eu parei pra pensar no significado do dia. Dia do sexo – 06/09 – véspera de feriado. Todos interligados, afinal, tire os zeros e surge a posição que data o dia de hoje. Aproveite a noite e descanse a “quarta de cinzas”. Use a desculpa do clima de véspera e saia para beber e angariar sua companhia para o evento especificado...

E sair para beber quase sempre significa beber cerveja! Mas o segredo hoje não é a cerveja – que se consumida moderadamente também ajuda a despertar a libido (e perder a vergonha em alguns casos), é o acepipe.

Por isso hoje eu não falo de Devassas, Tchecas, Stellas ou Delirium. Falo do AMENDOIM. Sim, nosso amiguinho amendoim, que mais que amigo é parceiro. Um acepipe que agrada a todos, nunca falha e nem deixa falhar.

Um dos alimentos afrodisíacos mais populares e acessíveis, é rico em vitamina B3, contribui para vasodilatação sanguínea aumentando a libido. E nada melhor do que uma mulher com sua libido turbinada, não é? Ainda, o amendoim tem a fama de ser um forte remédio na luta contra a impotência masculina, com a ajuda das vitaminas do Complexo B e o aminoácido arginina, que promovem a produção de hormônios sexuais e evita a impotência sexual.

Portanto, gatos e gatas que pretendem comemorar a data com grande estilo, escolham seus melhores rótulos e estejam munidos de amendoim, camisinha e uma boa companhia!

Muita Saúde!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Ah Moleque!

I Beer Experience
 Um sábado chuvoso, de muito trânsito em São Paulo, e um compromisso que por mais que tivesse motivos para não ir, não poderia deixar de presenciar: o I Beer Experience, que aconteceu no último sábado.

Foram 28 stands, de cervejarias e empórios, oferecendo os mais variados tipos de cerveja, ao som de Velhas Virgens e Blues on the table. Velhas Virgens inclusive com sua cerveja própria.

Vou confessar: esperava algo diferente. Pedir as cervejas estava complicado, a “casa” estava cheia. Tive a impressão que tudo era puramente comercial. Não conseguia conversar com as pessoas nos stands, era tudo muito rápido, não podia ficar com as garrafas (como se isso impedisse Catarina de fazer qualquer coisa né) e as melhores cervejas se esgotaram bem rápido. Tanto que deixei de lado todo o apelo cervejeiro e resolvi curtir com os amigos a área de descanso. Tantas cervejas me deixaram meio aérea.
Mas, críticas à parte, sim, tive novos sabores, uma grande favorita, cervejas de todos os tipos e inclusive uma excelente surpresa pessoal. Além claro de barganhar a taça da Estrella Galicia. Catarina com seus sapatinhos amarelos e seu sorriso doce conquista! :D
Vamos às duas favoritas:
 
Madera
Mais pelo trocadilho mesmo! Depois de algumas muitas cervejas, era divertido pedir “uma madera”. Realmente não esperava a surpresa. A Madera,  da nanocervejaria Brix de Piracicaba (SP) é uma old ale maturada em barril de carvalho – e todos sabem, eu gosto desta história de maturação e envelhecimento, enquanto ainda não é comigo. A Madera, com seus 9% de teor alcóolico, é extremamente maltada e encorpada, com um toque frutado bem leve. Excelente cerveja, perfeita para dias frios e chuvosos com (ou sem) boa companhia. Vou repetir só pra constar: 9% de teor alcóolico, o que me fez deixar o evento com o velho TOC de não pisar nas linhas do chão. Tsc tsc.

Bacuri Beer – Amazon.
Sensacional é a palavra. E também a palavra bacuri, que rondava o evento e já tinha chegado à mim em dicas e sugestões dos amigos mesmo antes do sábado. Tanto que por vezes o estoque da cerveja se acabava, sendo reposto para alegria dos beers presentes.
A cerveja já foi vencedora do Prêmio Tecno Bebida Award no ano de 2002, mas seu lançamento oficial foi feito lá no Beer Experience, o que aumentava o zumzumzum em torno da receita desta cerveja: a Amazon Beer, cervejaria de Belém do Pará, utiliza frutos amazônicos na composição de suas cervejas. E nesta em especial era o Bacuri, que também significa “moleque pequeno” em expressões sulistas do Brasil. Já no norte, esta fruta exótica  e popular de polpa agridoce e mil e uma utilizações na culinária e até medicina, dá à Bacuri Beer um toque adocicado, leve e... é, inebriante. 
Cerveja de cor amarela bem clara, com espuma densa e um aroma suave de lichia, que eu adoro! No sabor, leve, muito leve, ligeiramente ácida . Ainda, um gostinho de biscoito no final, graças ao fermento. Mais uma que vai agradar muito ao paladar feminino, por ser leve e de baixíssimo teor alcoólico: 1,8% apenas. Aliás, fato comprovado: segundo pesquisa do bar da fábrica da cervejaria, 72% do público que consome o chope da Bacuri Beer é feminino. Ah Mulheres!

Não sei se a vontade que sinto agora é de tomar outra Bacuri Beer ou de enfim provar a fruta, que desconheço.

Enfim, Beer Experience deixou sua marca. Espero muito que cresça e seja seguido por muitas outras edições, ficando cada vez melhor e mais bem frequentado. E quando eu digo “deixou sua marca”... calma, não é pra valer! ;)

Valeu Beers!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A cerveja perfeita existe!

Assim como o homem perfeito, o presente perfeito, o trabalho perfeito... todos eles existem. E tolo daquele que acredita que tudo é apenas ilusão. Porque o perfeito está dentro da gente, é visto apenas pelo nosso olhar. Pelo olhar do sonhador. Sim, porque o sonhador não se priva, não se limita, não se conforma; se existe mais, se existe melhor, busquemo-lo. Nem que isso seja a última e única coisa que façamos na vida.

Mas, para encontrar o perfeito, precisamos conhecer até mesmo o oposto daquilo que julgamos perfeito. Aquilo que nossos sentidos abominam. Aqui, no caso, falamos do paladar, mais precisamente o feminino. E sejamos honestas... poucas mulheres se rendem ao amargor.

Eu acredito sim na existência da cerveja perfeita. Mas ela definitivamente não é a Perigosa.

Um rótulo que chama atenção, por uma peculiar razão autoexplicativa. Sim, veneno. E a Perigosa Imperial IPA Stout primeiramente de fato se chamava “Venenosa”. Mas foram obrigados a trocar o rótulo. Cabível, vai que alguma criança que resolveu tomar veneno acaba por se embriagar com cerveja...

Então a Perigosa, vendida em simpáticas garrafinhas de 330ml (algo nela tinha que ser simpática), é uma IPA da cervejaria Bodebrown, de Curitiba. Chegou ao mercado este ano, e por mais amarga que seja, é muito bem recebida. Tem um aroma intenso, frutado até, o que inclusive se presencia no sabor, um leve toque de frutas tropicais. Manga foi a fruta citada na mesa. Ainda soma com o leve caramelado e a presença firme do lúpulo. No final, puro amargor, cortante, longo, intenso. De puxar o céu da boca e te deixar com cara de quem comeu banana verde. Pra quem gosta de cerveja amarga, um “copo” cheio! Pra quem prefere uma cervejinha de trigo com banana... bem, você fez o pedido errado.

E eu como sonhadora, mesmo passando por cervejas amargas, sem gelo, sem espuma, servidas de forma errada, continuo aqui, dizendo: Sim, ela tem que existir! Eu não posso deixar que um amargor mais intenso, que um erro na escolha do rótulo ou que um custo mais caro de vez em quando apague o brilho do meu propósito de encontrar a cerveja perfeita e me impeça de seguir adiante. As pessoas são diferentes, as cervejas são diferentes, esta é a regra básica da vida e dessa busca. O que nos resta é aprender como tirar o melhor proveito de tudo e lidar com estas diferenças, de maneira a ter grandes relacionamentos na vida e incríveis cervejas na memória.

Se eu comparar a busca da cerveja perfeita à busca do homem perfeito acima citado, comparo a Perigosa com um antigo relacionamento malsucedido. Desceu ruim, mas você sabe que no próximo rótulo pode estar a perfeição. Ou não.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A cerveja perfeita não existe

Quando começou a busca pela cerveja perfeita uma coisa já estava muito clara em minha cabeça: ela não existe.

Afinal a perfeição é utópica. Cada um tem suas próprias definições do perfeito. A cerveja perfeita deveria agradar o paladar masculino e feminino, ter um brilho em sua cor, um aroma profundo, e um sabor complexo? Ou simplesmente a perceberíamos até mesmo de olhos fechados? Deve ser servida no copo e na temperatura ideais? Ou ela é tão perfeita que se mantém igual a qualquer temperatura?

Mais do que isso. Uma cerveja pode ser perfeita apenas para uma determinada ocasião. E novas perguntas teriam que ser respondidas: Perfeita por que? Perfeita para quem? Em qual momento? Com quem?

Ah! A relatividade da perfeição que se busca em uma cerveja, em um amigo, na vida...

Em contra partida muitos posts daqui do blog falam justamente sobre isso. Sobre o estar entre amigos que torna a cerveja mais especial. Que não é a cerveja que faz o momento, mas o momento que faz a cerveja.

E que mais importante do que fazer afirmações sobre processos de fabricação e tipos, é ter plena consciência que a melhor cerveja é aquela que é preparada por quem gosta de bebê-la, e o faz com cuidado.

Sim, a cerveja exige cuidados, assim como as relações, que também são utópicas quando consideradas perfeitas.

Para mim a busca pela cerveja perfeita sempre foi mera desculpa para aprender. Sobre cerveja, seus processos, seus tipos e rituais. Mais do que isso, ter base para criar inclusive meus próprios rituais e apurar minhas percepções.

Posso dizer que me aproximo cada vez mais desse objetivo, mas não sem a ajuda de meus amigos. Amigos que compartilham suas histórias e conhecimentos cervejeiros, amigos que me trazem de longe cervejas inusitadas, amigos que me presenteiam com lindas garrafas especiais e principalmente, que dividem muitos goles comigo.

A todos esses amigos que fazem parte desta minha jornada eu agradeço de coração. Pelo incentivo e a companhia que sempre, SEMPRE, será bem vinda. Serei eternamente grata, em dívida com todos, e quero que saibam que podem contar comigo SEMPRE!

Enfim, como eu disse lá no começo do texto, a cerveja perfeita não existe. Ou melhor, ela existe apenas nas cabeças dos sonhadores.

Ah! Os sonhadores. Sonhadores são ousados, capazes de enfrentar seus próprios medos de peito aberto. Seguir uma direção sem nem ao menos saber onde irão chegar e se deliciar com as incertezas dos caminhos. Esses idealistas é que geram evolução, pois só eles conseguem imaginar o inimaginável e lutar para tornar real o impossível. Sabem agir com fé, fé tamanha inclusive para acreditar na cerveja perfeita.

Mas se os sonhadores conduzem à evolução são os realistas que constroem o dia a dia. Que fazem o mundo girar. Mesmo que às vezes sejam um pouco chatos quando anotam tudo na ponta do lápis e calculam riscos é importante perceber que o mundo só existe por causa dos realistas. Os sonhadores estão sempre com a cabeça na lua, e isso pode até ser um charme, mas os torna pouco confiáveis.

Só os realistas são capazes de construir as condições ideais para que haja espaço para sonhar. E teem plena convicção de que a busca pela cerveja perfeita é algo que pode ter uma linda jornada, mas não um final feliz.

Enquanto os sonhadores são capazes de se entregar de corpo e alma pela cerveja perfeita, de não perder o foco e passar a vida buscando algo que só existe dentro de si. Os realistas sabem que para alcançar um objetivo de verdade às vezes é necessário mudar de direção.

É neste ponto em que me encontro. Quando percebo que estou em uma bifurcação da estrada. É o momento de escolher entre seguir na direção que me levará a algo em que não acredito, ou romper alguns laços ao escolher manter meu objetivo principal: conhecimento.

E o conhecimento é mesmo uma estrada contraditória, pois embora envolva todos ao seu redor, é também na verdade bastante solitária simplesmente porque cada um tem um ritmo próprio...

Termino dizendo que tudo o que aconteceu de fevereiro para cá foi incrível e serei grata por toda a minha vida. Seguir por aqui foi o maior passo que eu poderia ter dado no início de qualquer caminho que eu resolvesse trilhar.

Jamais deixarei de acompanhar o que acontece neste cenário tão especial, mas agora minha jornada continua por outra direção. Na busca daquilo em que realmente acredito. Sigo sem olhar para trás. E sei que sempre poderei contar com uma pequena ajuda dos meus amigos.


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Plantão Extraordinário!


O mulheres e cerveja informa: Hoje é o dia oficial da cerveja.

Como boas cervejeiras iremos comemorar incansavelmente até o dia acabar. Portanto não teremos tempo de escrever hoje sobre este dia tão especial.

Maiores detalhes poderão ser acompanhados através deste mesmo blog no post de segunda feira.

Mas a qualquer momento poderemos voltar com novas informações. (Acompanhe pelo Twitter os detalhes deste evento)

"Catarina sugeriu que você pudesse curtir Mulheres e Cerveja"

Esta semana recebi um email de um amigo me questionando qual era a dúvida de que ele pudesse curtir Mulheres e Cerveja... Vou explicar: Catarina é uma garota das redes sociais. E ela não descansou enquanto não fez, enfim, a página do Mulheres e Cerveja no Facebook, e sugeriu então a página aos amigos. Daí o "Catarina sugeriu que você pudesse curtir Mulheres e Cerveja" que ele me questionou. "Qual a dúvida de que um homem não vá curtir Mulheres e Cerveja?", ele perguntava... Na realidade não criamos antes porque tínhamos receio de não conseguir alimentar a página por falta de tempo e deixa-la obsoleta. Afinal, temos que trabalhar, AINDA não vivemos de cerveja! Acessem e curtam também nossa página bem no estilo facebook.
 



Além da movimentada vida social-virtual, nesta última semana foram nada menos que 10 novos rótulos provados. Dez. Na realidade, em dois dias, quinta-feira no Café Elétrico, onde Renatinha exigiu minha presença para provar a Basement e na empolgação e no calor da conversa - coloca-la a par de 30 dias de viagens e detalhar todas as peripécias - foram mais 5 garrafas e domingo, mesa repleta de homens e mulheres pós-samba, no Empório Alto dos Pinheiros, onde desta vez eu fazia questão que ela provasse a Delirium Tremens - ela e outros 5 amigos e novos amigos que se esbaldaram com mais outros 5 rótulos.

Haja fígado e dinheiro, mas tanto esforço sempre vale a pena. A especulação sobe o sabor da cerveja, dividir com homens nossas impressões, o olhar de aprovação após o primeiro gole... são todas sensações impagáveis que nos fazem cada vez nos aprofundar na busca da cerveja perfeita!

Enfim, a escolhida da semana, primeiro porque tanta insistência na visita ao Empório se deu por ela, sugerida pelo Chefe Ali, e segundo porque em 4 de agosto é celebrado o Dia da IPA, é a Brooklyn East India Pale Ale.

A Brooklin East é uma cerveja da americana Brooklyn Brewery, no estilo IPA, aquela do tipo especialmente fermentada, lembra? Pois bem. Cerveja esperada e muito bem recebida. A começar pelo aroma: herbal. No sabor, o amargor de uma IPA, com a intensidade do lúpulo e uma finalização de ervas sensacional. Aliás, sensacional é a palavra. Sim, IPA é amarga, mas a Brooklin East tem uma formula bem balanceada, que denota tanto o aroma de ervas, o amargor do lúpulo e o adocicado malte caramelo. Uma coloração mais escura, âmbar porém cristalina. Sua aparência e sabor nada se identificam com a simplicidade de seu rótulo verde e vermelho, em garrafa long-neck.


É difícil escolher uma cerveja perfeita entre tantas em tão pouco tempo. Foram mais da Colorado, da Abadessa, uma garrafa muito bem dividida de Delirium, cervejas de trigo, com frutas, amargas e até mesmo muitas latinhas de Itaipava e Skol. Sim, porque samba que é samba pede lata de cerveja na mão.

Por isso, vamos repetir a(s) dose(s) em um próximo fim de semana, talvez com a mesma companhia de risadas, impressões positivas e devoção pela cerveja, pelo samba e pela boemia, com o perdão do trocadilho!

E um brinde especial ao tremoço!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Envelheço na cidade

Hoje completo mais um ano de vida. Cada aniversário é para mim muito mais do que simplesmente somar 1 ano à idade. Na verdade é um ciclo que se encerra para dar início a um novo.

É a hora de se avaliar, refletir, repensar atitudes, crescer... amadurecer. Deixar aos poucos de enxergar tudo em preto e branco. Somar cores à compreensão do mundo.

É saber dosar a ingenuidade do pequeno beija-flor (às vezes tão necessária) e ao mesmo tempo, aproximar-se mais um passo da sabedoria da coruja.

Ah! A Coruja!

A coruja é uma ave de hábitos noturnos, tal qual os amantes da cerveja. Além de ser símbolo de sabedoria e mistérios, assim como as mulheres. Com a bagagem adquirida neste último ano sinto-me assim, mais sábia (principalmente no quesito cerveja) e viva, extra-viva, para aproveitar cada oportunidade misteriosa que a vida nos oferece dentro de um universo de possibilidades.

E se este é o tema deste post, nenhuma cerveja seria melhor para ilustrá-lo do que a Coruja Extra-Viva.

Fabricada no sul do Brasil a Coruja é uma cerveja viva, o que quer dizer que é uma cerveja não pasteurizada. Mas se não é pasteurizada é chopp, certo? Mas você já viu chopp em garrafa? Pois é. Nada mais de enxergar as coisas em preto e branco.

A Coruja é uma cerveja não pasteurizada, não passa por temperaturas elevadas e não possui conservantes. É servida em um frasco de remédio antigo com rótulo serigrafado diretamente no vidro. Sim, desde sua apresentação nota-se que é um espetáculo de cerveja.

Lançada em 2007 a Coruja Extra-Viva é feita com lúpulo, fermento, água e três vezes mais malte de cevada. Segue a lei de pureza alemã e é bem encorpada. Sua espuma é densa, abundante, e persistente na medida certa. Coloração âmbar e o aroma de pão que eu amo de paixão. Seu sabor é, como o nome sugere, vivo, forte, intenso, marcante, sabe? Assim como as mulheres de 30. Possui uma harmônica mistura levemente adocicada e um amargor com toque ácido. Daquelas cervejas realmente inesquecíveis.

Ótima para encerrar uma noite de degustação. Mas se estivermos no começo da noite sugiro a Otus Lager, a cerveja dourada da Coruja. Mais leve que a Extra-Viva, não tão intensa, mas de grande personalidade e profundo amargor residual.

Independente de ser Otus, Alba, Strix, Viva, Extra-Viva, cerveja ou chopp, o importante é o que elas teem em comum além da marca Coruja. Todas são produzidas com cuidado e possuem sabores únicos além do 2° mandamento da coruja estampado no rótulo: Beba com sabedoria.

Mais um exemplo da sabedoria da Coruja? A empresa divulga movimentos artísticos, apoiando exposições, lançamentos de filmes, eventos de arquitetura entre outros.

A sabedoria pode se manifestar de várias formas, mas para mim o seu maior exemplo é perceber que o passar do tempo só nos beneficia. Por isso, cada aniversário deve ser frenéticamente comemorado, para celebrar o aprendizado, o crescimento que conseguimos obter de nossa vivência e da observação.

Observação da vida, do cotidiano, dos relacionamentos, dos rapazes desfilando, das mulheres a beber... um feliz aniversário, para mim ou pra você!

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Entre delírios, flores e cervejas...

Era o que eu queria: fazer o que desse vontade... E deu vontade de ir para a Bélgica, assim... amanhã! E eu fui, de trem, curtindo a paisagem, entre sonecas e campos franceses, para passar dois inesquecíveis dias na terra da Deus, da Stella, da Leffe e de tantas outras cervejas aspirantes à perfeita.

Só que quando a gente faz as coisas sem planejamento, temos 50% de chance de dar certo. No caso, a visita à fábrica da Stella ficou nos outros 50%, porque precisava ser marcada com dois dias de antecedência. Mas como, se eu tinha decidido a viagem há menos de 12 horas?
Tudo bem, então eu decidi que tomaria uma Stella em cada bar da cidade. Leuven, mais especificamente, a 30km de Bruxelas, uma cidade de pessoas solícitas e clima com cara de eterna primavera (flores amarelas combinavam com meu Allstar viajante).

Minha visita à Bélgica tinha 3 grandes objetivos cervejeiros: a fábrica da Stella, o Museu da Cerveja e uma noite no Delirium Café. Este último o único concluído com sucesso, já que o Museu da Cerveja e meus horários de viagem não combinaram muito bem...

Justo eu, que nunca me imaginaria indo “pra balada” sozinha, coloquei meu salto alto, fiz minha maquiagem e fui, despida de qualquer medo ou pudor, direto para o balcão do bar. Lá me sentei, apreciando o som do local – era uma noite de Jam Sessions – e analisando o menu de cervejas como quem devora um livro de história. Por pura curiosidade, porque eu já sabia qual seria minha primeira pedida: a Delirium Tremens, que eu esperava ansiosa para poder prova-la “em casa”.

Foto Delirium Café
O Delirium Café, em Bruxelas, é famoso pela sua carta de cervejas, que em 2004 entrou para o Guinness Book como a maior carta de cervejas do mundo. Hoje tem franquias até mesmo aqui no Brasil, no Rio de Janeiro (única nas Américas) e ainda outras 5 unidades na Bélgica, Suécia, França, Japão e até numa ilhota por perto de Madagascar, no sul da África, chamada St. Pierre (juro que este é meu próximo objetivo de viagem). A matriz em Bruxelas está mais para uma vila de bares e pubs do que um bar em si. Com muitos ambientes, desde pista, palco, balcão, mesas nas áreas externas, lojas de souvenirs e cervejas, escadas e mais escadas, portas e mais portas. Vila esta de paralelepípedos muito bem decorada, com seu elefante rosa estampado em todos os lugares e um ar de anos 50 por todos os lados. Um lugar para passar o dia inteiro e ainda assim não conhecer tudo. Enfim, o melhor bar do mundo com o melhor garçom do mundo! Ele me deu um copo da Delirium e ainda me defendeu de um francês chato que não parava de me atazanar. Um brinde ao Marc!



Mas falemos da Delirium Tremens, cerveja que nomeia o bar e vem de nada menos que uma psicose causada pela abstinência ou suspensão do uso de drogas ou medicamentos, freqüentemente associada ao alcoolismo. Entre os sintomas são comuns, além das tremedeiras, confusões mentais onde alucinações táteis e visuais fazem com que os pacientes “vejam” insetos e animais asquerosos próximos ao corpo. Sim, você delira e vê um... elefante rosa! Nada mais cabível para nomear esta cerveja, uma Belgium Golden Strong Ale que tem um teor alcoólico de 9% - o que também explica o fato de eu ter ido sozinha e voltado com 6 novos amigos com direito a after party...

A Delirium Tremens é bem encorpada, com uma cor dourada incrível e um sabor frutado com uma finalização bem amarga, o que não compromete em nada seu sabor. Já pelo aroma pude perceber que aquela seria a cerveja que “subiria” rápido, portanto, apreciei devagar. Como esta veio do tap, não tinha rótulo ou garrafa para apreciar, mas – melhor ainda – uma revista com todas as cervejas existentes no Delirium Café fez as vezes para saber mais sobre ela: “Esta loira perfeita acentua as qualidades de um lúpulo excepcional e maltes de luz diferente. Oferece pontas afiadas de amargura em seu rosto e revela um casaco surpreendentemente maltada. Sua conclusão é combinado com um tom de amargo e picante, sem toque de agressividade. Ela representa a lager forte em sua melhor aparência. Ela foi coroada de cerveja campeã mundial em 1998.” Palavras da própria. Pra mim, uma excelente cerveja que abriu caminho para alguns outros rótulos, todos belgas (foi neste dia que fui tentada a provar a tal Floris de manga, a cerveja mais enjoativa da humanidade).

Enfim, serve como aviso: Delirium Tremens é uma condição potencialmente fatal, principalmente nos dias quentes e nos pacientes debilitados. Portanto, nada de abstinência!

Ah... O copo... ficou em outra balada na sequencia do Delirium Café. Onde os garçons não são tão legais...

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Fruit de la passion

Fruit de la passion, ou fruto da paixão, sempre foi minha fruta preferida. Desde criancinha adorava come-la à colheradas. Curtindo seu sabor deliciosamente azedo. Afinal, maracujá bom é maracujá azedo.

Para quem não sabe, o maracujá é brasileiríssimo, e um belo dia, entre 1605 e 1621, a planta do maracujá com suas exuberantes flores, foi dada de presente ao Papa Paulo V. Ele se encantou tanto com o extraordinário presente, que mandou cultivá-la em Roma e divulgou que ela representava uma revelação divina. Devido à este fato, somado à beleza e característica de suas flores, relacionou-se a planta à "Paixão de Cristo", esta é a origem de seu gênero botânico "passio" e fica bem mais fácil saber porque os franceses o conhecem como fruit de la passion. Pois é, não tem relação com a paixão carnal, ardente, responsável por arritmias e borboletas no estômago.

Mas como eu dizia, o maracujá sempre foi minha fruta preferida e é aí que começa nossa história.

Na última quinta-feira, minha amiga Liane me apresentou ao café elétrico, que já era uma indicação de um outro amigo, o Péricles. Lugar muito bacana, para se sentir a vontade, tomar boas cervejas e ouvir música de qualidade.

Chegamos, nos instalamos e então o Aroldo veio nos atender. Ele, dono do café elétrico, conhecedor e amante de cervejas, foi a pessoa certa para nos indicar o que havia de mais novo e especial para provarmos, além de dicas e um longo e interessante papo.

Agora imagina o meu sorriso ao ouvir dele que já leu o blog. Me senti quase famosa... enfim...

A cerveja escolhida foi a Basement California Golden Ale. Parece um palavrão eu sei, então vou facilitar um pouquinho.

Foto: Café Eletrico Bar
Califórnia é um tipo de cerveja feita com o fermento para Lagers, mas fermentada em temperatura para Ales. Golden Ale, ou Belgian Blond Ale é uma Pale Ale mais dourada e encorpada, e por sua vez Pale Ale são as Ales claras, com graduação alcoólica até 6% e que possuem características suaves. Se parasse por aí já seria uma cerveja interessante, mas não pára. A Basement não tem tampa, tem rolha. Sim, rolha, como champagne. Isto porque, depois que ela é envasada, recebe mais fermento e então sofre uma refermentação dentro da garrafa.

Além disso é produzida com maltes alemães, lúpulos americanos e leveduras belgas.

Mas calma, ainda não cheguei na melhor parte.

Ela chegou à mesa, devidamente gelada. No copo ideal onde pude perceber sua cor, mais avermelhada do que as golden ales provadas até então. Sua espuma densa, mas não muito persistente e seu aroma suave, onde nota-se um leve caramelado. Então a provei.

Na hora eu entrei em um psicodélico túnel do tempo ao reconhecer um sabor muito familiar. Com ar incrédulo e a cabeça cheia de boas recordações, pensei comigo feliz "maracujá".

No minuto seguinte já me peguei pensando que estava imaginando coisas, sentindo sabores inexistentes. Será que já poderia confiar assim no meu paladar? Fazer o que? Mulheres teem momentos de insegurança.

Segundo gole, mais cítrico ainda, um pouco de mel e o amargor leve no final. Não podia acreditar, estava inventando coisas ou havia maracujá ou alguma fruta muito semelhante à ele naquela cerveja? Para acabar com as dúvidas: O Rótulo. Mais um detalhe? O rótulo tem uma mulher oferecendo uma caneca de cerveja.

Li e fiquei radiante: Rica em aromas de frutas amarelas, refrescante, com notas de mel, caramelo e um suave amargor. Possui maltes alemães, lúpulos americanos e leveduras belgas na sua composição. Cerveja artesanal refermentada na garrafa!

Há frutas amarelas! Chega de insegurança. Nada como um sabor tão familiar e adorado para nos dar mais confiança às nossas próprias percepções, não é mesmo?

Depois disso tomei o terceiro gole mais feliz da vida... e o quarto... o quinto... até o triste fim do copo.

Senti que a Basement California Golden Ale, produzida em Videira, Santa Catarina e lançada na última Brasil Brau, chegou mesmo é para arrasar corações. Mas também, contando com a ajuda da fruit de la passion o resultado não poderia ser diferente.