sexta-feira, 24 de junho de 2011

Panela velha é que faz o quê?

O conceito inicial de férias está em descansar. Mas não é bem isso que ocorre. Esta terceira semana foi a mais corrida – literalmente – até então. Começando a semana em Dublin e terminando na Bélgica, com muitos goles de cerveja entre eles, já tenho muito a contar. Mas resolvi deixar a melhor parte da história para a volta, assim podemos emendar um dos posts de sexta para uma mesa de bar e assim poder entrar em detalhes  sobre as peripécias de Katherine no velho mundo.

Logo que cheguei em Londres e me vi diante de prateleiras de supermercado que mais pareciam empórios, não sabia por onde começar. No famoso “3 for 2” dos supermercados da Inglaterra, a terceira cerveja sairia de graça, então tudo que eu tinha que fazer era me decidir por apenas 3 rótulos.
Fui eclética: uma escocesa, uma russa e uma indiana, estas duas últimas que acabaram ficando na geladeira por um tempo maior visto a quantidade de pubs que tenho visitado.

A primeira provada surpreendeu no primeiro gole. E eu já arriscava dizer que era a cerveja perfeita da viagem. Ainda mantém o posto, tenho que dizer.

Falo da Innis & Gunn, uma ale escocesa de fabricação independente, que tem uma certa história pra contar, mesmo sem nem ao menos 10 anos de mercado. Fundada em 2003, a Innis passou a ser a cerveja britânica engarrafada mais popular no Canadá e a segunda mais popular na Suécia, tendo sido escolhida com a cerveja da cúpula do G8 em 2005. Poderosa é a palavra.

Cerveja fabricada em Edimburgo, tem um processo de produção pioneiro, com 5 fases, entre elas 77 dias de maturação.
 
Uma cerveja envelhecida. Foi o que me chamou a atenção, porque pelo que eu sabia cerveja envelhecida estraga. Mas este processo de fabricação foi descoberto em um acidente irônico: a intenção era criar um whisky escocês com sabor de cerveja, ale mais precisamente. Para tanto, uma cerveja especial foi criada, que seria então armazenada em barris de uísque. Após a cerveja ter sido condicionada nos barris, deveria ter sido descartada,  utilizando-se o mesmo barril para a então maturação do uísque. Os cervejeiros no entanto observaram que o processo teve um efeito agradável sobre a cerveja, e, portanto, o envelhecimento da cerveja se tornou um fim em si mesmo. A Innis é uma cerveja de cor avermelhada com aroma intenso e agradável, uma espuma bem clara e persistente, e um sabor... sensacional! Como o rótulo já avisara, tem notas de baunilha e caramelo, que dão um toque adocicado e frutado, porém nada enjoativo. Uma cerveja de teor alcoólico até alto, com seus 7,4% (Catarina A-D-O-R-A cervejas fortes!). que infelizmente não está a venda no Brasil, apenas no UK e Canadá – mas que obviamente levo na bagagem. Aqui em Londres paguei cerca de £1,80 na garrafa de 330ml, aproximadamente R$5,00.

Segundo os escoceses, esta cerveja, devido às semelhanças no processo de maturação, é um excelente complemento para a maioria dos whiskies.Para mim, uma cerveja que comprova que paciência é de fato uma virtude e que bons frutos nascem de erros e “acidentes de percurso”. Quem nunca se surpreendeu com as reviravoltas da vida que atire a primeira pedra!

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