segunda-feira, 27 de junho de 2011

Surpresas

Algumas coisas acontecem de forma bastante inusitada.

Imagine-se entrando em um bar cubano. Onde o atendimento é péssimo e o espaço é escasso. Então abre o cardápio sem a menor pretensão.

De repente encontra no canto da página escrito em letras vermelhas e garrafais: EXPERIMENTE A CERVEJA MAIS FORTE DO MUNDO!

E então não resta dúvida quanto ao pedido que será feito ao barman.

A cerveja em questão é a Eggenberg Samichlaus Classic Ambar strong lager.

Mantendo o tema de Catarina, esta também é bem especial, com história, passa por um longo processo de maturação, não tem prazo de validade e prova que o amadurecimento faz bem também às cervejas.

Vamos à história.

A Samichlaus Bier inicialmente foi produzida pela cervejaria Hürlimann, na Suíca, mas desde 2000 passou a ser produzida no Castelo Eggenberg.

Fundado no Século X, é uma das mais antigas cervejarias da Europa. Localizado no estado de Salzburg, região dos Alpes Austríacos, o castelo fica às margens do rio Alm, fonte de água para a produção das cervejas.

Fabricada apenas no dia 06 de dezembro, na celebração de Saint NIcholas, sim, o nosso famoso Papai Noel. É envelhecida por 10 meses antes do engarrafamento e possui 14% de teor alcoólico. Esse teor alcóolico já lhe garantiu espaço no livro Guinness World Records por se a cerveja mais forte do gênero Lager.

Após o envase ela continua maturando na garrafa e com o passar do tempo os aromas se tornam mais complexos e com um paladar cremoso e acalentado.

Bom, mas eu ainda não sabia de nada além da parca informação do cardápio. Lá estava eu, no bar cubano.

Chega minha cerveja. Servida na própria garrafa long neck, o que me fez não conseguir apreciar devidamente seu aroma, nem saber exatamente qual sua cor ou a densidade da espuma, ou seja, tive que me contentar com o sabor, porque conseguir um copo naquele balcão era simplesmente uma missão impossível (como um lugar serve uma cerveja dessas, cobra caro e tem coragem de menosprezá-la na hora de servir ao cliente?).

Sem saber direito o que me esperava, virei um gole da cerveja e então uma incrível sensação percorreu meu corpo. Uma grata surpresa com sabores realmente fortes. Um marcante e doce caramelo a princípio que depois fica seco e adstringente no paladar. Malte intenso e definitivamente uma das cervejas mais complexas que eu já provei.

Me apaixonei instantaneamente por ela. Tomei devagar, tentando aproveitar ao máximo tudo o que ela poderia me oferecer naquele momento.

Me senti madura, bem resolvida e feliz a cada gole. De volta para casa dormi e sonhei com um mundo onde as cervejas são respeitadas e apreciadas devidamente. Onde um bar que decide vender uma cerveja de porte como esta a serve corretamente e com o devido respeito.

De volta à realidade tudo o que posso dizer é que este é um lugar onde não pretendo voltar. E só posso imaginar como esta grata experiência poderia ter sido ainda mais fascinante nas condições ideais.

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