segunda-feira, 4 de julho de 2011

Traições

Tudo bem, eu confesso. Sou uma traidora.

Que outro termo eu poderia utilizar para justificar o fato de que passei a semana inteira sem tomar nenhuma cerveja?

Isso mesmo, nessa última semana eu troquei o meu tão estimado e precioso líquido feito de malte, lúpulo e água por um outro líquido, aquele feito à partir da fermentação de uvas de diversas castas e que tem fama de ser meio metido a besta.

Pois é, troquei a humilde e companheira cerveja pelo elitista vinho.  E foi assim, me sentindo como uma traidora, que no fim do domingo corri até o mercado com o coração cheio de pesar e me ajoelhei na frente da prateleira das cervejas. Pedi perdão, enchi o carrinho e voltei para casa feliz.

Mas só senti a redenção chegar no primeiro gole da Erdinger Champ.

Acredito que seu nome remeta ao termo champenoise, já que assim como neste médoto, sua segunda fermentação acontece na garrafa. Viu? Vinho e cerveja tem suas diferenças, mas no fundo também possuem muitas coisas em comum.

Voltando, a Champ me emocionou logo de cara, porque ela possui aroma de pão, que é sem dúvida o meu preferido para uma cerveja. Não sei explicar o porquê, mas acho que é a sensação aconchegante que o cheiro de pão fresquinho provoca em mim. Enfim, o seu processo de fabricação é que gera este aroma tão marcante.

Mais do que isso, ela é a primeira cerveja de trigo produzida para ser bebida diretamente da garrafa, e sabe como é, né? A primeira a gente nunca esquece.

É o que eu falo, cada uma tem o seu estilo e o seu momento, esta sim é uma cerveja que pode ser entregue ao cliente no balcão apenas com aquele guardanapo enrolado para não gelar demais a mão e evitar acidentes.

O sabor é suave e seu teor alccólico é baixo, o que também não atrapalha a conversa mas ajuda a descontrair.

Já sei o que pensou. Perfeita pra balada. É mesmo, e a idéia da Erdinger é justo essa, uma cerveja de trigo para a balada.

Afinal, uma boa companhia também tem que estar disposta a encarar uma pista de dança, cair na noite e se misturar. Assim é a cerveja, assim é a Erdinger Champ. Mais do que aprovada e bem diferente do vinho, aquele lá, só em ambientes mais tranquilos, acompanhado de uma bela taça e de preferência de um belo e muito bem harmonizado prato.

Brincadeiras a parte, tudo tem o seu momento. E admito, algumas "traições" servem para nos fazer dar mais valor ao objeto traído.

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