segunda-feira, 18 de julho de 2011

De volta às origens

Uma singela e rápida sessão nostalgia. Você já parou para se questionar por que os rótulos dos palitos de dente Gina, palitos de fósforo Fiat Lux, sabonete Phebo (assim mesmo, sempre com ph), paçoquinha Amor, pomada Minancora, fermento Royal (a embalagem e o material dela mudou, mas o rótulo não), manteiga Aviação, palhas de aço Bom Bril e requeijão Catupiry nunca mudaram?

E por que a caneta Bic, os saleiros do sal Cisne e os copos americanos de botecos se mantêm iguais?

Além destes, o rótulo da cerveja Original também nunca mudou. Pensando em tudo isso, os publicitários responsáveis pela campanha da cerveja Original tiveram uma incrível sacada: As coisas boas não mudam.

Ou seja, partimos daquela máxima de que em time que está ganhando não se mexe.

Quando vi este cartaz, com todos estes rótulos famosos que desencadearam uma profunda e boa sensação nostálgica dentro de mim, não pude deixar passar despercebido. Então confesso, este post é mais para prestigiar o publicitário que criou a campanha do que propriamente falar de uma cerveja (publicitários e suas manias).

Sensacional. Pegar uma característica que poderia ser um ponto fraco, como um rótulo ultrapassado e transformá-la em um diferencial que intensifica a qualidade do produto.

Achei realmente incrível. Tão incrível que mesmo entre tantas opções de rótulos para escolher em um bar, fiz questão de pedir uma Original. Ao beber a Original tive mais sensações nostálgicas, do tempo em que comecei a dar os primeiros passos no mundo cervejeiro. Porque se a Bohemia foi a primeira a me dizer que havia diferenças entre as cervejas, a Original foi a que me fez perceber que não basta escolher uma cerveja entre as que o bar oferece, às vezes temos que escolher um bar pela cerveja que ele oferece.

Lembro de quando fui desafiada pela primeira vez a descrever o sabor de uma cerveja, de apontar quais suas nuances, características, aparência... Não me saí muito bem, mas serviu para me fazer perceber o quanto meu paladar precisava ser apurado. Foi a partir daí que entendi que por trás de cada gole há uma história e um longo processo.

A Original, sem dúvida, destoava das demais, e um bar que vendia Original já podia se considerar com uma boa carta de cervejas. Hoje em dia os bares precisam de muitas e muitas cervejas além da Original para serem considerados verdadeiros templos cervejeiros.
Essas pequenas lembranças me fizeram perceber o quanto esta arte evoluiu por aqui nos últimos anos. Fiquei feliz por participar e evoluir junto com essas mudanças e talvez por culpa delas.

Bebi um gole da cerveja pouco aromática, de amargor suave e que mesmo sendo muito parecida com todas as demais, ainda apresenta alguma personalidade marcante. Personalidade que não muda, assim como as coisas boas da vida. Assim como os rótulos das marcas já consagradas no mercado.

O que posso dizer é que mesmo não tendo mais um lugar de destaque, esta cerveja é capaz de trazer ao paladar deliciosas recordações. Daquele tempo onde tudo era novo, cada sabor era inédito, cada cerveja especial era mais que especial, simplesmente porque era original.

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