sexta-feira, 29 de julho de 2011

Entre delírios, flores e cervejas...

Era o que eu queria: fazer o que desse vontade... E deu vontade de ir para a Bélgica, assim... amanhã! E eu fui, de trem, curtindo a paisagem, entre sonecas e campos franceses, para passar dois inesquecíveis dias na terra da Deus, da Stella, da Leffe e de tantas outras cervejas aspirantes à perfeita.

Só que quando a gente faz as coisas sem planejamento, temos 50% de chance de dar certo. No caso, a visita à fábrica da Stella ficou nos outros 50%, porque precisava ser marcada com dois dias de antecedência. Mas como, se eu tinha decidido a viagem há menos de 12 horas?
Tudo bem, então eu decidi que tomaria uma Stella em cada bar da cidade. Leuven, mais especificamente, a 30km de Bruxelas, uma cidade de pessoas solícitas e clima com cara de eterna primavera (flores amarelas combinavam com meu Allstar viajante).

Minha visita à Bélgica tinha 3 grandes objetivos cervejeiros: a fábrica da Stella, o Museu da Cerveja e uma noite no Delirium Café. Este último o único concluído com sucesso, já que o Museu da Cerveja e meus horários de viagem não combinaram muito bem...

Justo eu, que nunca me imaginaria indo “pra balada” sozinha, coloquei meu salto alto, fiz minha maquiagem e fui, despida de qualquer medo ou pudor, direto para o balcão do bar. Lá me sentei, apreciando o som do local – era uma noite de Jam Sessions – e analisando o menu de cervejas como quem devora um livro de história. Por pura curiosidade, porque eu já sabia qual seria minha primeira pedida: a Delirium Tremens, que eu esperava ansiosa para poder prova-la “em casa”.

Foto Delirium Café
O Delirium Café, em Bruxelas, é famoso pela sua carta de cervejas, que em 2004 entrou para o Guinness Book como a maior carta de cervejas do mundo. Hoje tem franquias até mesmo aqui no Brasil, no Rio de Janeiro (única nas Américas) e ainda outras 5 unidades na Bélgica, Suécia, França, Japão e até numa ilhota por perto de Madagascar, no sul da África, chamada St. Pierre (juro que este é meu próximo objetivo de viagem). A matriz em Bruxelas está mais para uma vila de bares e pubs do que um bar em si. Com muitos ambientes, desde pista, palco, balcão, mesas nas áreas externas, lojas de souvenirs e cervejas, escadas e mais escadas, portas e mais portas. Vila esta de paralelepípedos muito bem decorada, com seu elefante rosa estampado em todos os lugares e um ar de anos 50 por todos os lados. Um lugar para passar o dia inteiro e ainda assim não conhecer tudo. Enfim, o melhor bar do mundo com o melhor garçom do mundo! Ele me deu um copo da Delirium e ainda me defendeu de um francês chato que não parava de me atazanar. Um brinde ao Marc!



Mas falemos da Delirium Tremens, cerveja que nomeia o bar e vem de nada menos que uma psicose causada pela abstinência ou suspensão do uso de drogas ou medicamentos, freqüentemente associada ao alcoolismo. Entre os sintomas são comuns, além das tremedeiras, confusões mentais onde alucinações táteis e visuais fazem com que os pacientes “vejam” insetos e animais asquerosos próximos ao corpo. Sim, você delira e vê um... elefante rosa! Nada mais cabível para nomear esta cerveja, uma Belgium Golden Strong Ale que tem um teor alcoólico de 9% - o que também explica o fato de eu ter ido sozinha e voltado com 6 novos amigos com direito a after party...

A Delirium Tremens é bem encorpada, com uma cor dourada incrível e um sabor frutado com uma finalização bem amarga, o que não compromete em nada seu sabor. Já pelo aroma pude perceber que aquela seria a cerveja que “subiria” rápido, portanto, apreciei devagar. Como esta veio do tap, não tinha rótulo ou garrafa para apreciar, mas – melhor ainda – uma revista com todas as cervejas existentes no Delirium Café fez as vezes para saber mais sobre ela: “Esta loira perfeita acentua as qualidades de um lúpulo excepcional e maltes de luz diferente. Oferece pontas afiadas de amargura em seu rosto e revela um casaco surpreendentemente maltada. Sua conclusão é combinado com um tom de amargo e picante, sem toque de agressividade. Ela representa a lager forte em sua melhor aparência. Ela foi coroada de cerveja campeã mundial em 1998.” Palavras da própria. Pra mim, uma excelente cerveja que abriu caminho para alguns outros rótulos, todos belgas (foi neste dia que fui tentada a provar a tal Floris de manga, a cerveja mais enjoativa da humanidade).

Enfim, serve como aviso: Delirium Tremens é uma condição potencialmente fatal, principalmente nos dias quentes e nos pacientes debilitados. Portanto, nada de abstinência!

Ah... O copo... ficou em outra balada na sequencia do Delirium Café. Onde os garçons não são tão legais...

4 comentários:

  1. Passando para deixar minha indignação em não ter nenhuma citação sobre nosso querido Mussum no niver de sua morte HOJE!

    Cacildsss!!!

    mD!

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  2. Fiquei com vontade de provar! Não se acha essa cerveja por aqui não??

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  3. mD, a coincidência do post já é uma homenagem ao grande ídolo, afinal coube perfeitamente!

    Xanda, aqui em SP acho (acho) que só tem no Empório Alto dos Pinheiros, mas em POA não sei...

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  4. E graças à Renatinha, o problema do copo foi resolvido! :)

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