sexta-feira, 22 de julho de 2011

Catarina no país das maravilhas (Guinness Storehouse)

Voltando um pouquinho, logo no começo da nossa busca pela cerveja perfeita, a primeira providência tomada pela Catarina e Renatinha ao entrar no mundo cerveja foi a visita à fábrica da Baden Baden, em Campos do Jordão. Logo naquela época minha cabeça já sonhava em ir mais além, mais precisamente quilômetros além e conhecer enfim a fábrica de uma das meninas dos meus olhos: a fábrica da Guinness, em Dublin, Irlanda.

Uma viagem um tanto confusa mas que rendeu além de novos amigos, bons momentos e a tão esperada visita à Guinness Storehouse, que se saiu muito além de qualquer expectativa nutrida. Primeiro porque o local não é grande: é gigantesco. São sete andares  - o primeiro deles divididos em quatro pavimentos.

Primeiro vamos começar com um breve contexto da história da Guinness: Arthur Guinness, em 1759, iniciou sua produção de maneira inovadora, tanto que foi condenado por adicionar mais água que os padrões das cervejas Porters permitiam. Então, o xerife da cidade foi acionado para cortar o fornecimento de água da cervejaria, mas Arthur não permitiu, se colocando contra dizendo que defenderia sua produção com um exército se fosse necessário. Com o sucesso da receita de uma de suas Porters, Arthur decidiu que não fabricaria nenhuma outra receita senão a Guinness. Com a morte de Arthur em 1803, a cervejaria foi passada para seu filho, também Arthur, e já nesta época a fábrica da Guinness era a maior do mundo, na mesma localização de hoje, o St. James Gate, em Dublin, Irlanda. A paixão da família Guinness, que ainda está a frente da marca, depositada na produção da cerveja é chamada por eles de 5º ingrediente.


Logo na chegada, uma grande surpresa, uma parede gigantesca com TODOS os rótulos e edições da cerveja. Só ali devo ter ficado uns 20 minutos apreciando cada garrafa e, claro, tirando mil fotos. Um simpático guia inicia o tour de alguns chineses com uma breve explicação sobre a cerveja num ambiente que, através de jogos de luzes e imagens, parece que estamos dentro de um gigantesco copo de Guinness.



A seguir, os ingredientes nos são apresentados e minimamente explicados conforme o anúncio: “Para entender o que faz a Guinness tão especial, você tem que começar com os ingredientes crus. Água, cevada, lúpulo e levedura: quatro ingredientes naturais, cuidadosamente selecionados para garantir que eles são da mais alta qualidade. Cada ingrediente em si é especial, mas se misturados de acordo com a receita secreta, o resultado é simplesmente extraordinário.”

- Água:
Em qualquer lugar do mundo, a água da Guinness é a mesma, vinda de fontes irlandesas. Eles têm um programa chamado “Water of life”, e todas as moedas jogadas na fonte vão para este programa de tratamento.




- Cevada:
A Guinness é produzida com uma combinação de cevada maltada, não maltada e torrada.







- Lúpulo:
A Guinness tem mais lúpulo que qualquer outra cerveja, seja Ale ou Lager. É o que a torna tão diferente. O lúpulo é como uma planta trepadeira, com um aroma que pode ser verificado ao esfregar as planta com as mãos: é assim que a qualidade é testada. Como o lúpulo é uma espécie de conservante natural, a Guinness exige que o mesmo lote seja exportado para todas as fábricas da cerveja.


- Levedura:
É a levedura que transforma os nutrientes e açúcar da cevada em álcool. Também é produzida de acordo com os padrões criados por Arthur Guinness, apenas em um único local, o St. James Gate, e exportado. É tão valioso que existe uma reserva da levedura trancada dentro dos cofres da sala da diretoria da Guinness.



A seguir, nos é apresentado todo o processo de produção, maturação, estoque e distribuição, com informações detalhadas de cada um dos processos. Juro que tentei roubar a receita, mas fui pega e tive que deixar as anotações para trás...

Ainda, um jogo de perguntas para testar o conhecimento sobre a cerveja em geral e um andar exclusivo para a comunicação da marca – foi lá que o lado latente de publicitária da Catarina entrou em êxtase. Dezenas de anúncios, peças publicitárias e todos os filmes já criados pela Guinness desde o início da marca. SENSACIONAL!

Mas a melhor parte da visita (ou não, difícil definir) foi tirar minha própria pint! Há uma explicação detalhada do processo (que mencionei no meu primeiro post) e fui avaliada por um guia que se manteve ao meu lado o tempo todo. Ao finalizar, com honra, ganhei até um certificado! E pude sentar numa confortável poltrona e me deliciar com minha Guinness especialmente tirada por mim, cujo barril vinha direto da fábrica, há poucos metros de distância. Foi enfim a melhor Guinness que tomei na vida!


Para finalizar, um bar no último andar do edifício, que mais se parece um observatório em 360º da cidade de Dublin. Apreciar a paisagem cinza com uma Guinness na mão foi quase um grand-finale para o dia. Isso se não fosse a loja da Guinness no meu caminho de saída, onde deixei preciosos 65 euros em souvenirs: chaveiros, moletom, bolsas, bolachas, camisetas, uma caneca e até ganhei uma gota da cerveja armazenada dentro de um vidro. O lado consumista de Catarina também se realizou.


Saí da visita completamente exausta. Mas incrivelmente feliz. Foi um sonho realizado e mais um passo dado na compreensão e aprendizado do mundo das cervejas. Um dos muitos que virão pela frente.

Como foram muitas fotos e quero dividir este momento com todos, publiquei o álbum completo da visita aqui!

“There is a poetry in a pint of Guinness”.

Cheers!

2 comentários:

  1. Graças a Caterina agora eu sei como é a carinha do Lupulo. To aqui pensando nas chineses que estavam no grupo, a cara delas ao encontrar uma verdadeira mestre Cervejeira do sexo feminino é com muito orgulho! :-)

    ResponderExcluir