quarta-feira, 11 de maio de 2011

E pra não dizer que não falei... dos homens.

“Uma mulher levou-me a começar a beber e eu nem tive a decência de lhe agradecer.” –  W.C. Fields

Complementando o tema da Renatinha na última semana, que falava sobre a relação das cerveja com as mulheres, hoje cá estou para falar de homens. E, claro, de cerveja. E de relações recentes de amor e – acho – apego.
Assim como as mulheres estão ligadas à produção da cerveja, homens são os mais exímios apreciadores. Mas, diferentes de nós mulheres, veem a cerveja com os olhos racionais, apreciam não somente seus atributos “psicológicos”, mas querem saber mais que qualquer um: o ABV, o creme/espuma, a cor, o amargor, que quanto maior, mais macho os tornam – e não? Contemos mulheres e homens que realmente apreciam Dry Stouts então...

Como diria Tim Russman em umas das mais famosas citações sobre cerveja, “Uma cerveja cheia é uma cerveja perfeita.” Isso prova a simplicidade com que homens veem a bebida. De forma simplista, técnica por vezes, mas nunca com a profundidade e complexidade da análise feminina. Considerar perfeita por estar cheia? Discordamos. O homem esquece que, sempre, sua cerveja, seja ela a Pilsen de todas as horas, a de confraria, a especial, nacional ou importada, está sempre ligada à um momento de prazer. Futebol pede cerveja. Reunião com os amigos pede cerveja. Sol e calor pedem cerveja. Gelada. Para o homem, o estalar do anel da latinha traz todo um sentimento de realização, calmaria, prazer. Os primeiros goles de sua cerveja favorita desaceleram o mundo, apagam maus momentos e péssimas lembranças por quanto tempo for preciso.

E, claro, não podemos deixar de admitir – característica clássica feminina, em assumir limitações e impor virtudes – que o homem tem seu papel indiscutível no universo da cerveja.  Tanto que a história nos ensina que o homem se tornou agricultor (e sedentário) para beber cerveja e se embriagar, e não para garantir alimentação. Deixaram as caçadas e deram mais atenção aos grãos e plantas. Quer dizer... isso pode ser só mais uma das lendas sobre cerveja, vai saber.
O fato é que toda mulher que bebe com homem, dirige com homem e cozinha com homem, os fazem muito melhor. Ou porque somos ótimas aprendizes – que geralmente em pouco tempo se tornam mestres – ou porque o gosto da concorrência nos embriaga.

E se estamos falando de homens, que tal falar de uma cerveja com nome de homem? A Anderson Valley Oatmeal Stout, uma cerveja artesanal americana, a primeira no estilo Oatmeal Stout vendida no Brasil, cujos maltes são de aveia. Sim, mais uma Stout nas nossas resenhas (eu me descobri fã incondicional de Stouts ultimamente).
É uma das stouts mais encorpadas, ricas e complexas do mercado. Em 1990, foi a primeira medalha de ouro da cervejaria, no Great American Beer Festival. A Barney Flats foi julgada tão superior às outras stouts do mercado que nenhuma outra medalha foi sequer concedida nessa categoria. Inclusive, foi citada no livro “As 50 Melhores Cervejas do Mundo”. Deu vontade?
Pois a Anderson Valley veio numa oportunidade e foi degustada com homens de porte: Num evento corporativo recente, foi dividida com ninguém menos que os sócios da empresa que trabalho. O que foi ótimo porque não precisei pagar os R$39 pela garrafa de 750ml, ou seja, patrocinada! Jantar finalizado, era meu momento de espairecer depois de mais um evento de sucesso. E este momento foi curtido com uma cerveja de espuma escura, densa e persistente. Um aroma característico de Stout, adocicado de malte torrado, caminhando para o peculiar chocolate e caramelo. Mas a Anderson tem o quê de ervas, um toque defumado e um amargor não tão forte. Das Stouts provadas, foi de longe a mais densa e encorpada, tudo culpa da aveia. De acordo com minhas considerações femininas, os homens presentes também a aprovaram e inclusive abriram uma segunda garrafa.

É... e de homem a cerveja, de cerveja a Stout e de Stout à nossas relações de amor com os homens e cervejas. Tudo funcionando perfeitamente na engrenagem do universo...

4 comentários:

  1. Jura q é característica clássica feminina assumir limitações e impor virtudes??? Puxa... fugi dessa tbm... a modéstia não me estraga e qualquer elogio da minha parte deve ser merecidamente conquistado... hehe
    Qto aos homens... bom... eles tem lá suas 5 utilidades... rs

    Brincadeiras a parte... não vivo sem eles e ainda cito um que faz por merecer seus elogios e virtudes impostas... Benjamin Franklin "A cerveja prova que Deus nos ama, e nos quer felizes."

    ResponderExcluir
  2. Muito bom o texto! Com grandes highlights para o segundo parágrafo!
    Segue mais uma para a lista...alguem podia patrocinar para mim né? q tel uma mulher? :)

    ResponderExcluir
  3. Gato,
    Um homem pedindo patrocínio de cerveja para uma mulher? Como as coisas mudaram hein? Isso dá até post!

    E Rê... todo elogio é merecidamente conquistado - ou devidamente intencionado! ;)

    ResponderExcluir
  4. Esse mundo tá muito moderno mesmo...gato que fala em blog e ainda pedindo patrocínio kkkkk
    "Tânia"

    ResponderExcluir