quarta-feira, 30 de março de 2011

Cerveja de Março

“É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol”
 

Março é um mês sempre especial. Nomeado "março" desde a Roma Antiga, quando ainda era o primeiro mês do ano e chamava-se Martius, de Marte, o deus romano da guerra. Sendo o primeiro mês da primavera, para eles evento lógico para se iniciar um novo ano, bem como a temporada das campanhas militares dos Romanos. Mas isso foi há muito tempo, hoje Março é mês de paz, de muitas comemorações, mês de carnaval para este ano, mês de aniversários de muitos amigos especiais. Mês dos Peixes sensíveis e sonhadores, mês de Arianos ardentes e corajosos...

Mês de equinócio de primavera lá em cima, das águas de março que fecham o verão aqui embaixo. Por isso, quando me deparei com a possibilidade, insisti em experimentar a Voll-Damm, uma Märzenbier, ou “cerveja de março”.

Logo eu, que adoro “as coincidências da vida”!

O termo Märzen é utilizado há séculos para nomear cervejas escuras produzidas somente no mês de março. Antigamente, devido às temperaturas no inverno serem mais favoráveis do que no verão, eram produzidas até março  (isso claro, falando de março no hemisfério norte) e mantidas nos barris no restante do ano para serem servidas no período do outono (outubro). Como são feitas com uma maior quantidade de malte, têm aquela aparência de Pilsen escura, e foram pouco a pouco substituídas frequentemente pela denominação de Oktorberfestbier.

Hoje a Märzenbier já não é mais sazonal – viva o advento da refrigeração! – e o exemplar provado foi uma espanhola, da Cervejaria Damm. A Voll-Damm surpreendeu. Levemente doce, bem maltada – óbvio – e intensa. Intensa, não forte. Uma espuma marcante, clássica, que deu vida ao copo contrastando com o corpo dourado escuro. 
Ao final, levíssimo amargor – muito menos do que esperava de uma escura – deixando um sabor amadeirado, uma sensação leve e gostosa. A mesma sensação que tenho neste fim de março, que foi um mês tão especial, intenso e inesquecível.

Não me deixou com a cabeça em Frank Sinatra, mas sorrindo ao som da inesquecível Elis e suas brincadeiras com Tom.

"São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração.”

segunda-feira, 28 de março de 2011

Amigos e viagens

Sábados foram feitos para acordar tarde, tomar uma aspirina e um café bem forte para recuperar-se da sexta-feira e passar bastante tempo em frente à TV assistindo seriados. Só depois de reestabelecer as forças, começar a mover-se para então fazer aquilo que se adiou a semana inteira por falta de tempo. Como escrever textos, organizar o quarto ou o computador e a noite... bom, todo mundo sempre espera alguma coisa de um sábado a noite.

Pelo menos essa é a descrição da maioria dos meus sábados. Da maioria, mas não deste último, quando tive que abandonar meu travesseiro às 6 da manhã e ir para o trabalho.

Sejamos sinceros, trabalhar de sábado NINGUÉM merece.

Depois de 10 horas no trabalho, o sábado estava perdido e eu estava absolutamente quebrada. Cheguei em casa mal humorada e foi então, que ao abrir a geladeira, tudo mudou.

Mudou porque na porta da geladeira me deparei com uma cerveja trincando de gelada. E não era só uma cerveja qualquer, mas uma Quilmes trazida por um casal de amigos diretamente da Argentina, onde foram passar sua lua de mel.

A Quilmes já é uma velha conhecida. Fabricada desde 1888, e fundada por Otto Bemberg, foi batizada a partir do antigo nome indígena da localidade onde a fábrica foi instalada.

Diria que a Quilmes representa para a Argentina, o que a Brahma representa para o Brasil. Bem parecida com as largers comerciais que encontramos por aqui, é refrescante, leve de cor amarelo ouro bem cristalina.

Mas o sabor mais marcante que o primeiro gole desta Quilmes me trouxe, foi o da amizade. O fato de dois amigos, durante uma viagem terem lembrado carinhosamente da amiga tão apaixonada por cerveja que trouxeram este souvenir, percorrendo muitos quilometros para chegar à minha geladeira. 

Fato este que mudou completamente o meu humor. Sorrindo, pedi uma pizza e aproveitei o meu sábado a noite para saboreá-la, descansar um pouco e agradecer à vida pelos amigos que coloca em meu caminho.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Discutível Perfeição

Catarina e Renatinha são amigas de longa data. Mais que isso, uma equipe. Mas são diferentes, muito diferentes. Vêem a vida sob perspectivas completamente díspares. Se divertem juntas, bebem juntas mas não necessariamente encaram o mundo da mesma forma. E no post de hoje mostramos que, no mesmo assunto, temos dois textos que provam como personalidades divergentes não influenciam amizades... amizade esta que, aliás, só cresce, a cada texto, a cada gole, a cada descoberta.
Esta semana, falamos sobre a Devassa e sua nova campanha. Só que, ao discutirmos este assunto – claro, numa mesa regada à cerveja e agradáveis companhias, percebemos quão divergente nossa opinião sobre o assunto era. E resolvemos dividir nossos pontos de vista:

A Devassa... por Renatinha - Um brinde à espontaneidade.

Todo mundo sabe que mulher também bebe e gosta de cerveja (se não sabe, basta ler este blog para descobrir). Então porque ainda a maior parte das marcas insistem em direcionar suas campanhas aos homens? Pois é, mulheres gostam de cerveja, assistem televisão, lêem revistas, vão ao mercado, aos bares, são consumidoras em potencial e gostam de campanhas nas quais sintam-se incluídas.

Então podemos supor que as campanhas de cerveja deveriam abolir essa comparação de mulheres e cerveja, certo? Quase isso. Em 99,99% dos casos essa premissa é válida, mas quando temos uma cerveja com o nome de Devassa, essa regra não só pode, como deve ser quebrada. E isso pode ser visto de uma forma muitíssimo bem desenvolvida nos anúncios da Devassa com a Paris Hilton e com a Sandy. Sim, com a Sandy, mas vamos do começo.

Não poderia haver escolha melhor do que a Paris para representar uma cerveja com este nome. Devido a seu histórico de grandes arrebatamentos, por sua impetuosidade e querer manter-se sob a luz dos holofotes a qualquer custo. Perfeita e instigante a campanha causou uma grande e polêmica repercussão ao ser tirada do ar.

Em minha humilde opinião é no mínimo hipócrita no país do carnaval, onde mulheres semi(?)-nuas desfilam sem nenhum pudor, vetarem a Paris Hilton, devidamente vestida dançando de forma sensual enquanto transeuntes ficavam admirados com sua ousadia.

Enfim, polêmicas a parte (este parece ser o real tema das campanhas da Devassa) a Paris causou tal frisson que até hoje me pego rindo sozinha ao lembrar que mesmo em uma mesa só de mulheres nos divertimos muito ao ligar para a Paris enquanto tomávamos várias Devassas.

Mas a publicidade não pára, e vive de idéias criativas e inovadoras, às vezes até um pouco ousadas demais. Quem poderia então substituir a Paris no papel da nova Devassa? Quem poderia ser comparada à Paris? Quem superaria a Paris causando um verdadeiro frisson e polêmicas na rede? Qualquer outra no mesmo estilo seria apenas uma sequência nada criativa e ousada que não despertaria o interesse de consumidores e consumidoras. É nesse ponto que entra a Sandy.

Quando penso em Sandy só consigo visualizar aquela menininha chatinha, que fala sem parar, que fazia de tudo para ofuscar o irmão e que pregava um puritanismo que os fãs que me desculpem, mas não combina com o mundo real e não convence muita gente. Lembro de um grande amigo da época da faculdade, completamente alucinado pela Sandy que dizia que sua paixão era justamente por ter certeza que ela não tinha nada de santinha, que aquilo ali era só tipo para esconder uma verdadeira fera, ou se preferirem, uma verdadeira devassa.

Também nunca vou me esquecer de uma aula de teatro onde interpretávamos um tribunal e a ré confessa tinha que dar o seu depoimento sobre o assassinato da Sandy. A atriz em sua retórica bem articulada e cheia de argumentos contra a hipocrisia pueril pregada pela cantora adolescente foi absolvida com maioria absoluta dos votos do jurí. O argumento que nos convenceu é que ninguém poderia ser acusado de matar algo que não existe, como o papai-noel ou uma adolescente tão pura, meiga, santa, ingenua, virgem e tímida como a Sandy pregava ser.

Ou seja, a Sandy como nova Devassa dá um grito libertário pelo fim da hipocrisia. Viva o lado Devassa da vida, o lado leve, refrescante de estar entre amigos, de ser espontâneo. Porque a vida cheia de regras perde totalmente a graça e nos transforma em robozinhos que apenas seguem um protocolo que tem como promessa garantir a felicidade.

Protocolo este que pelo visto, nem a Sandy aguenta mais.

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A Devassa... por Catarina - Um brinde à diversidade

Eu acho que um blog que trata de mulher e de cerveja não pode se abster de falar sobre o assunto... podemos dizer que é notícia velha, que passou, que o “boom” já aconteceu, mas eu ainda quero falar da nova Devassa.

Sim, porque até poucos meses atrás eu estava pendurada no celular, rodeada de mulheres em um restaurante, com dezenas de garrafas de Devassa à minha frente torcendo – e sendo filmada – para falar com a Paris Hilton. Queria mesmo saber se ela ia falar em inglês ou português, saber o sotaque, o que ela iria falar. Curiosa, bem no estilo consumidora participando de promoção de sabão em pó.

Vou contar um segredo, que até mesmo a Renatinha caiu de costas quando soube: eu sou fã da Sandy. Quer dizer, não essa nova Sandy, que cortou o cabelo e começou a cantar algo como jazz, mas do bom e velho “Sandy e Jr.”, que tocava em dupla, usava franja e roupas de franja e tinha seriado no domingo. Eu ainda sei várias músicas do Sandy e Jr. de cor e salteado, dancinhas inclusive. Porque eu e Sandy temos a mesma idade, porque eu passei a infância e adolescência escutando e revivo algumas músicas. No karaokê principalmente, no meu repertorio sempre tem “Maria Chiquinha”. É meu lado criança que eu não permito deixar apagar. Gosto disso.

Mas ve-la loira e tentando provar que de puritana ela não tem nada... não sei. Não me convenceu. A mesma garota que passou anos da vida defendendo a virgindade, casou com o primeiro namorado e tem o selo de qualidade de família feliz não vai me convencer que já dançou bêbada em cima da mesa de um bar. E não estou criticando o lado puritano da Sandy não, afinal, contrariando o marketing da Devassa, todo mundo tem é um lado puritano mesmo, de Amélia, tímido e retraído. Até mesmo a antiga Devassa Paris Hilton deve ter seus momentos introspectos.  Sensualidade na Sandy não é algo que vem do sex appeal. Se, aos olhos masculinos, ela denota algum desejo, é exatamente pela pureza que ela construiu durante seus 24, 25 anos de carreira. Não é um cachê que vai mudar isso. Mas ainda assim eu gosto da ousadia da cerveja ao escolhê-la – embora queria muito ser uma mosquinha pra ter participado das negociações e descobrir o que fez a Sandy aceitar o papel, ah queria. Acho que, se o objetivo era barulho, bem feito! A mídia espontânea gerada, de critica ou elogio, foi excelente.

Já a cerveja... bom, eu gosto, é sempre uma das minhas opções quando a ocasião é apenas brindar e descontrair, é uma cerveja leve, e – o que eu adoro – dá sempre pra brincar com a marca e fazer piadinhas com as amigas. Eu conheci a Devassa quando ela era ainda tipicamente carioca, estava a trabalho no Rio de Janeiro e visitar a Devassa era coisa de turista. Provei as então alardeadas loura, ruiva e negra. Naquela época – 6 anos atrás – eu ainda não tinha realizado que era fascinada por cerveja, elegi a ruiva minha favorita unicamente porque combinava com meu cabelo. Hoje eu já coloco a Devassa em outro patamar, tirando-a da cerveja “de turista” para a cerveja “de ocasião”, onde a loura tem mais frequência: uma pilsen clara e refrescante, que me dá o charme que preciso para conquistar qualquer homem, mesmo abrindo a long neck com o antebraço (sim rapazes) e finalizar o primeiro gole com aquela olhadinha clássica e dizer, com sotaque e força, Devassa!

E vc, Devassa ou apenas outra loira gelada?

segunda-feira, 21 de março de 2011

Descobertas

O objetivo de toda jornada sempre implica em descobertas.

Cada vez que saímos em busca de assunto para o blog conhecemos pessoas novas e interessantes que sempre tem algo a nos agregar.

Como seres curiosos que somos, não deixamos de testar nenhuma das sugestões que nos são dadas. Este já foi o caso descrito no post anterior da cerveja Bamberg Rauchbier (bacon líquido da mais pura qualidade). E é também o tema deste post.

Nos foi sugerido, experimentar a cerveja Hoergaaden. Que segundo o Caio (Beer Connouseir da Sociedade da Cerveja), agradaria nosso paladar por ser uma cerveja feminina, e ainda nos lançou o desafio de contar no blog qual o aroma exótico desta cerveja.

O que eu fiz? Na mesma hora corri para o mercado, comprei duas long necks e levei para casa para gelar. Alguns dias depois, com o cardápio certo e a cerveja gelada, arregacei as mangas e enchi o copo. A princípio, somente até a metade, o suficiente para fazer o giro de 360° e poder sentir o aroma.

Aroma este, um pouco cítrico, misturado com um toque de alguma erva. Sem roubar (espiando na internet) para descobrir quais seriam os delicados toques presentes nesta cerveja, continuei apenas a observá-la, valorizando as descobertas que faria por mim mesma.

Seu aspecto é um ouro opaco, característico das cervejas belgas de trigo. Aliás, a Hoergaaden é uma cerveja belga de 1441, bastante leve e refrescante.

No primeiro gole (talvez por estar muito gelada) não consegui perceber nenhum sabor exótico. Ao chegar na metade já notei as raspas de laranja, responsável pelo aroma cítrico e sabor refrescante.

Mas eu já estava nos últimos goles e ainda não havia conseguido identificar qual era a tal erva utilizada que me parecia ser algum tempero.

Com a cerveja acabando, tive que recorrer à internet e soube que esta erva que tanto me intrigara era o coentro.
Mais do que explicado porque ela harmonizou tão bem com peixe.

Conclusão, cerveja sensacional, de paladar muito feminino, que troca de nuances como as mulheres trocam de humor. Me identifiquei demais com ela e agradeço imensamente ao Caio pela dica.

Toda sugestão é sempre bem vinda.

E é por causa de uma nova, que logo mais vou correr ao Asterix, espiar a carta de cervejas e a banca de jornal em frente.

Juntando desta forma, duas de minhas paixões, a busca por cervejas com a busca por HQ's (como eu ainda não conhecia o Grant Morrison?). Sugestões vindas de uma mesma e deliciosa conversa no O'malley's.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Obrigada São Patrício pela graça alcançada

Para celebrar o St. Patrick’s Day, as mulheres já tinham previamente se programado para o O’Malleys, pub irlandês no Jardim Paulista. O O’Malleys há algum tempo já era o favorito da Catarina e Renatinha, já que tem um quê de pub inglês, que acalenta o coração da Catarina, tem música que encanta os ouvidos da Renatinha, cerveja – muitos rótulos de muitos países – e ainda um público gostoso de se ver.

Mas ontem, com a comemoração, as coisas foram bem diferentes. Em dado momento, a espera para entrar no pub era de 3 horas, e só se entrava à medida que o mesmo número de pessoas saíssem. Chegamos por volta das 19h, por isso não tivemos problemas. Para entrar, porque para pedir, bem... a paciência foi uma virtude constante. Pelo excesso de pessoas e peso da comemoração, os copos onde as Guinness eram servidas era de plástico: crime! E, claro, com a pressa e lotação, as pints era servidas em esquema de linha de produção. Não eram propriamente preparadas, descansadas e servidas. Uma pena, mas já era de se esperar este tipo de “obstáculo”. Pra quem gosta e conhece uma boa Guinness de verdade, não faltarão futuras oportunidades de aprecia-las, mesmo no O’Malleys, que continua nos favoritos.
 
A música, tipicamente irlandesa, agitou a festa. Catarina, presente com suas vestes características em xadrez, até trocou o scarpin salto 10 por uma confortável bota para poder pular e girar ao som do folk, por Tim O’Connor, Crosstown Traffic e Murphy’s Law. Ainda, outra grande presença foi a Heineken, com o seu chopp verde – sim, verde, e não com menta, com corante mesmo, descobriu Catarina ao fazer graça e colocar a ponta do nariz na espuma. Nariz verde durante toda a noite! Por falar em patrocínio, a cada 3 Guinness ou Heineken, tínhamos opções de camisetas de cada marca. Sim, temos todas elas em nosso estoque.

 Mas melhor que ter a camiseta oficial da Guinness 2011 é ter a camiseta oficial do Mulheres e Cerveja, feita especialmente para a data. E não é que fez um grande sucesso? Conhecemos muita gente bacana deste novo mundo, inclusive com convites para fazermos nossa cerveja. Muitas ideias brotaram da cabeça gastronômica da Renatinha. Fizemos amigos, dividimos histórias, indicações, falamos da nossa escolhida, recebemos sugestões, elogios, opiniões... enfim, Mulheres e Cerveja nunca estiveram tão em pauta quanto ontem!



E como não poderia deixar de ser, tivemos mais uma excelente surpresa ao aceitar uma indicação do Alex, do Cerveja Mecenas: Bamberg Rauchbier. A primeira pergunta que nos fizeram foi: “Vocês gostam de bacon?” Renatinha se iluminou, para ela, a tudo que é gostoso pode ser adicionado bacon. Pedimos nossas pints da cerveja defumada. Sim, defumada. A Rauchbier é uma tradicional cerveja da cidade de Bamberg - Alemanha, onde o malte passa por um processo de defumação onde são utilizadas madeiras das florestas daquela região. Um chope – no caso de ontem, mas também é vendida engarrafada – com espuma densa e marcante, uma tonalidade marrom-avermelhada brilhante, refrescante mas com final seco, toque de caramelo e sim, sabor residual de... bacon! Falem o que quiser, mas com a porção de fritas que consumíamos, harmonizou perfeitamente! Cerveja aprovada, e com direito ao encantamento da Renatinha, que a nomeou “pint de bacon” (ela de fato é apaixonada pelo tal). E premiada também. A Bamberg é a cervejaria nacional que tem as cervejas mais premiadas ao redor do mundo. (Momento crédito: foto by Google - nossa pint em copo de plástico não fazia jus ao sabor...)
Foi a primeira de muitas comemorações do Mulheres e Cerveja, já com grandes feitos. Se antes a gente se divertia sem pensar em pauta, hoje, cada gole se tornou um flash!

Não sei quanto aos leitores, mas eu acho que depois de toda grande data de celebração, deveria haver uma “quarta-feira de cinzas”.

quinta-feira, 17 de março de 2011

St. Patrick's Day - "As coisas boas vêm para aqueles que esperam"


Dia 17 de março é dia de vestir-se de verde e de motivos irlandeses, pintar trevos de três folhas no rosto, beber muita, muita cerveja - preferencialmente Pints de Guinness muito bem tiradas - dançar e se divertir ao som da típica gaita de fole! É assim que tradicionalmente se comemora o Dia de São Patrício, santo padroeiro da Irlanda. Ou muito melhor dizendo, “St. Patrick’s Day”.

St. Patrick foi um missionário que converteu muitos irlandeses ao cristianismo e a cultura popular ainda lhe atribui o milagre de ter livrado a ilha verde das cobras. Por isso em algumas de suas representações St Patrick está esmagando uma cobra com seu poderoso cajado. É... St Patrick devia ter lá seus truques. Era um santo bem esperto, que explicava a Santíssima Trindade utilizando o trevo de 3 folhas característico do país. Dizia que assim como o trevo é apenas um, embora formado de três folhas, a Santíssima Trindade também é apenas uma, que se divide em três: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Vê-se que o uso de analogias não é próprio de nós mulheres não é?

Aqui no Brasil a data ainda não é das mais populares, mas como nós mulheres não gostamos de perder oportunidades de conhecer mais a fundo uma nova cultura enquanto degustamos boas cervejas, obviamente estaremos devidamente caracterizadas em algum pub pela cidade. Sim, pubs, afinal são eles os tradicionais pontos do encontro irlandeses e ingleses e são neles as grandes comemorações deste dia, muito celebrado também nos Estados Unidos, onde existem grandes comunidades irlandesas. Em Chicago, por exemplo, até colorem o Rio Chicago de verde!

Em São Paulo, a grande patrocinadora do St. Patrick’s Day é a Guinness, cerveja preta tipicamente irlandesa com muitos apreciadores fiéis ao redor do mundo (fiéis bem ao gosto de St. Patrick) que geralmente unem esta data à marca. Porém, aqui mesmo no Brasil temos outros patrocinadores do evento, como a Heineken em Belo Horizonte, servindo o tradicional “chopp verde”.

Bom... ‘bora comemorar a data no melhor estilo irlandês? Trajes típicos dos pés à cabeça, pintar alguns trevos pelo corpo e, claro, tomando muita cerveja!

Dica: Quem sair para comemorar, deve usar no mínimo uma peça em verde, ou pode tomar beliscões dos gnomos irlandeses espalhados cidade afora!

Quem sabe a gente não se encontra por aí?

segunda-feira, 14 de março de 2011

Em busca... parte 4 - Estamos indo, de volta pra casa...

Chegamos a etapa final de nossa viagem. Quando saímos da fábrica da Baden Baden com o porta-malas cheio de sacolas e bagagens já preparadas. Decidimos que a viagem ainda não acabaria antes de curtirmos uma cachoeira e comer uma truta em Santo Antonio do Pinhal.

Pedimos ao Fábio que nos guiasse e entramos no carro cheias de energia.

Logo na primeira curva o Fábio nos abandonou (me parece que ele é urbano demais e no campo ele fica meio desnorteado).

Sozinhas, seguimos em frente, seguindo nossos instintos naturais e guiando pela estrada um pouquinho, perguntando um pouquinho e sempre em frente muitos quilometros.

Algumas horas depois, nada de cachoeira e um pequeno imprevisto solucionado graças aos anjos da estrada (a quem devemos um agradecimento especial), chegamos a sábia decisão de deixar pra lá essa história de cachoeira.

Definitivamente, fomos crianças criadas no carpete.

De lá direto para o bar da Baden Baden, onde provaríamos uma deliciosa truta com amêndoas e alcaparras acompanhada da Baden Baden Weiss.

Uma cerveja de trigo, com a espuma cremosa e aroma de cravo e banana.

Para servir uma cerveja weiss primeiro deve-se inclinar o copo a 45° e despejar o líquido lembrando de deixar o espaço para a espuma. Os últimos dois dedos de cerveja que ficam na garrafa devem ser agitados para criar uma espuma densa, e então, essa espuma deve ser servida para completar os copos.

Adoro cerveja de trigo, mas confesso que essa não me agradou muito não. Afinal, muitas coisas combinam melhor com cerveja do que banana. Canela por exemplo. Por isso, para fechar com chave de ouro, uma Golden que nos trouxe novamente o sorriso aos lábios.

A nossa despedida de Campos foi feita com uma breve caminhada embaixo de uma deliciosa chuva torrencial que desabava sobre nossas cabeças. Não, não há ironia nesta frase. Trocamos a cachoeira pela chuva, caminhamos devagar e sentimos cada gota que caía sobre nós.

De volta ao carro encharcadas, uma rápida troca de sapatos e foi aí que o Fábio resolveu nos dar o prazer de sua ilustre companhia novamente.

Estrada, estrada, estrada... um posto de gasolina desesperamente necessário e chegamos em casa sãs e salvas, com incríveis histórias na bagagem.

E claro, muitas garrafas de cerveja esperando o momento certo de serem consumidas.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Nem tudo precisa ser o Ó

Todo mundo que conhece o mínimo de cerveja, sabe – ou já ouviu falar – que o Frangó, na Freguesia do Ó, tem a maior carta de cerveja de São Paulo. E que, ainda, a coxinha de lá é inesquecível. O Frangó tem aquele clima de boteco, decoração rústica, com bolachas e garrafas, espelhos e propagandas antigas de cervejas. O bar – diz – oferece quase 200 tipos de cerveja e 5 tipos de chopps importados. Além dos nacionais.

Só que mulher é fogo. Mulher é exigente né? Não não. Mulher sabe o que é bom e sabe como deve ser. E nós mulheres achamos o bar nada mais que... o Ó! O atendimento deixou a desejar. Se compararmos à atenção recebida no Melograno, o Frangó foi como um balde de água fria.

Quer dizer... não maior que o balde de água fria que o garçom deu na Renatinha quando disse que a Slava, nossa menina linda, que estava FECHADA e em temperatura ambiente como DECORAÇÃO do bar, não tinha em estoque. Poxa, deixar uma cerveja de valor sentimental inestimável para nós mulheres como decoração? Porque não uma garrafa vazia, onde aquele líquido tão bem quisto já tivesse saciado o desejo de Frank Sinatra de alguma outra mulher em busca da perfeição? Não, bar desaprovado. Até porque foram 4 os rótulos solicitados que o bar não tinha, entre eles a Bamberg, que nos foi tão bem indicada. Ficamos por algum tempo apenas nas Devassas e tradicionais Pilsens.

Mas vamos falar da parte que nos atendeu. Há algum tempo tinha lido sobre cerveja trapista e decidi que era a hora certa de prová-la. A cerveja trapista – ale / alta fermentação - é produzida sob a supervisão de monges da Ordem Trapista, ordem esta que conta com 171 mosteiros pelo mundo, mas apenas 7 tem o selo de autenticidade para a produção da cerveja – 6 na Bélgica e um nos Países Baixos. Cerveja monástica!

A escolhida foi a La Trappe Blonde, que por acaso é uma cerveja holandesa fabricada pela Koningshoeven, a única fora da Bélgica a fabricar a tradicional cerveja trapista. Toda bem produzida, em seu cálice trapista de 330ml, veio refrescante, pouco amarga, bem frutada, mas com uma rápida persistência do sabor. Valeu pela feminilidade da taça, pela garrafa bem apresentada e por todo chamego para se servir.

Valeu também pela companhia, já que a mesa das mulheres era dividida com um amigo antigo e especial que aposta todo seu sorriso em nossos textos. Ele fala tão bem de mulheres, de cerveja e de assuntos aleatórios que nosso encontro no bar foi marcado até por um “press-release”, que nos deixou extasiadas!

Foi um dia de altos e baixos, mas eu sabia que conhecer uma trapista não seria à toa, seria um dos passos importantes da nossa busca... Que a cada semana nos surpreende mais com novos rostos, gostos, sabores e companhias agradáveis.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Em busca... parte 3 - Viu? Como se faz...

Sejam bem vindos à fábrica da Baden Baden.

Assim como muitas boas idéias (o surgimento deste blog, por exemplo), a Baden Baden surgiu em uma conversa de bar. Quatro amigos chateados por não encontrarem mais a venda sua cerveja favorita (a Spitfire) resolveram produzir sua própria cerveja.

Produzir sua própria cerveja não é tarefa das mais fáceis. É preciso ter muito conhecimento técnico, espaço, tempo e dedicação. Bom, esses quatro amigos se saíram muito bem e são mundialmente reconhecidos por seu trabalho.

Uma leve pincelada de conhecimento básico. Toda cerveja é constituída basicamente de malte, água e lúpulo. Sendo que 90% da cerveja é água. E o lúpulo é o responsável pelo sabor amargo característico da cerveja.

Na visita à fábrica pode-se inclusive provar o malte e o lúpulo. O malte ainda em duas versões, torrado ou não. O torrado tem sabor bastante semelhante ao café e o lúpulo... bom, este é melhor não provar.

Existem basicamente duas famílias de cerveja, as Ales e as Larges, sendo que a principal diferença entre elas está na fermentação. As ales são de alta fermentação, enquanto as larges são de baixa fermentação.

E claro, é sempre importante lembrar a diferença entre chopp e cerveja.

Uma curiosidade. O nome da cervejaria vem de uma estação de águas termais, que fica na cidade de Baden na Alemanha, e significa "banho banho".

Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem, mas realmente, nada como aprender na prática. Ou seja, bebendo. E foi o que aconteceu na sequência. Onde nos serviram para degustação um chopp cristal e um bock.

De brinde, um copo do tour pela fábrica.

Após a degustação e muitas fotos ao lado dos tonéis e fazendo poses junto às cervejas da Baden, hora de passar pela loja e escolher o que levar para casa.

Na dúvida levamos tudo o que estava a nosso alcance. De moletom à cerveja Tripel nas sacolas fomos embora felizes (e com um leve desfalque bancário).

A Tripel é uma cerveja de edição limitada, com 14% de teor alcoólico (o maior do Brasil), passa por um processo de tripla fermentação, com inclusive 2 adições de açúcar, e tem um longo período de maturação. Por mais cara que fosse, não resistimos. Nos sentimos obrigadas a trazer para casa uma garrafa, que só será aberta em alguma data comemorativa muito especial. 

Na sacola também uma Stout, cerveja que segundo seus fabricantes, harmoniza com (pasmem) chocolate. Harmonização que ainda testaremos para saber se realmente funciona.

Bom, o moletom foi por puro consumismo mesmo, sem nenhuma explicação razoável. Mas fazer o que? Sou apaixonada não só por cerveja, mas por roupas confortáveis também.

Mais fotos, agora do lado de fora da fábrica e agora sim, podemos seguir viagem rumo às cachoeiras de Santo Antônio do Pinhal, cidade vizinha a Campos.

Duas mulheres em busca de uma cachoeira não me parece mais algo tão simples e nem uma idéia tão boa assim.

Continua...

sexta-feira, 4 de março de 2011

Deus é brasileiro. E cervejeiro.

Dizem por aí que uma certa jardineira estava triste, triste... alguém foi contar a história dela numa época insossa de um mês curto numa mesa de bar – grandes feitos sempre começam na mesa de bar. Colocaram ritmo e virou marchinha. Dois gringos altos ouviram, ergueram seus indicadores pro céu e saíram numa rua se balançando. E assim nasceu o CARNAVAL.

E se alguém conhece data mais compatível com a cerveja (não vale citar St. Patrick’s Day) me apresente que eu faço minhas malas! Carnaval é farra, é festa, é fantasia, axé, ziriguidum, balacobaco. É sol e calor, ou só calor. E que calor!

E que não me venha Carlinhos Brown com água mineral… queremos uma cerveja, boa e gelada! Refrescante, no camarote, redonda, cervejão – vale tudo! É o clímax da “cola social”, nosso apelido carinhoso para as cervejas de ocasião. Afinal, não há nenhum som no mundo como o estalar do anel de uma lata estupidamente gelada sendo aberto (ou tem?). Não há melhor sensação no mundo que virar um generoso gole de cerveja “trincando” garganta abaixo e sentir o refrescar do líquido descendo corpo abaixo (ou tem?). Aquele fechar de olhos rápido e eterno, onde o sabor da cevada invade a alma e te transporta durante milésimos à qualquer lugar inebriante. E pronto, lá está você, ao som do axé, ziriguidum, balacobaco, com a tribo, com a família, com os amigos, com um braço forte envolvendo a cintura e dividindo o líquido sagrado/gelado/abençoado.

A Renatinha, que é daquelas que pulam o carnaval, também adora a data. Carnaval para ela – e tantos outros – resume-se à 4 dias e meio de paz e sossego, longe do trabalho, de pernas para o ar, na piscina, com boa música, boa comida e muita cerveja: um estoque suficientemente grande para nem por o pé na rua.

Já eu, que faço parte da leva de escorpianos que foram frutos do carnaval, um ser abençoado pelo Deus do carnaval, tenho confete e serpentina correndo na veia. Apaixonada de carteirinha por cerveja e por carnaval, não me contive ao ouvir o samba-enredo da Império da Casa Verde: "Samba sabor cerveja. Admirada há milênios, a mais nova sensação nacional". A escola paulista vai contar a história da bebida, a partir da produção e consumo no Egito antigo até a chegada ao Brasil e suas adaptações e peculiaridades... vemos motes de campanhas e alusões à boemia e o consumo em bares, restaurantes e afins. E, o que – CLARO – seria imprescindível, ressalta a presença de mulheres, já que estamos ligadas intimamente à bebida. A Schincariol é patrocinadora oficial da escola, que é a última a desfilar no Anhembi sábado – logo depois da escola onde a Catarina aqui estará desfilando sua outra paixão, a alvinegra!

Cerveja pra quem é de cerveja, samba pra quem é de samba, o enredo da escola está aqui pra quem quiser ter na ponta da língua a história da cerveja em ritmo de pandeiro e tamborim: http://youtu.be/0NvOMGxjfao | http://letras.ms/7PLm

Ah... e claro, a gente não pode falar de carnaval sem falar nela... a camisinha! Carnaval + cerveja + gente bonita só pode dar coisa boa, então vamos manter assim, com apenas boas lembranças, sem péssimas consequências! Vale sempre lembrar que a camisinha não evita só os futuros escorpianinhos, mas as indesejáveis DSTs, entre elas a AIDS e a hepatite. O Ministério da Saúde lançou sua campanha de carnaval e nós, blogueiras cervejeiras, fazemos parte desta campanha! Mais em www.camisinhaeuvou.com.br | @minsaude


Ok, todo mundo careca de ouvir isso, mas vamos pecar sempre pelo excesso: Sem camisinha, não dá, não deem ;)

Bom esquindô!